De acordo com imprensa do país, novo documento mostra que representantes do governo do país estavam cientes do pagamento. Ministro nega que seria suborno
Danny Jordaan, presidente do Comitê Organizador África do Sul, é autor da carta (Foto: AP)
A imprensa sul-africana divulgou, nesta sexta-feira, mais uma carta entre o país e a Fifa. Desta vez, o documento mostra Nkosazana Dlamini-Zuma, ministra das Relações Exteriores na época, e Jabu Molekitu, vice-ministro das Finanças, cientes do pagamento do montante de US$10 milhões. A questão veio à tona no início da semana, mas o Governo da África do Sul negou que se tratava de suborno para receber a Copa de 2010. Um ativista publicou a carta nas redes sociais e os jornais locais repercutiram.
A carta foi escrita e assinada pelo chefe do Comitê Organizado Local do Mundial da África do Sul, Danny Jordaan, e indica que o governo sul-africano sabia e autorizou o pagamento. A carta está datada em 10 de dezembro de 2007 e também foi dirigida para Jérôme Valcke, braço direito do presidente da Fifa e secretário geral da entidade.
A carta foi divulgada, primeiramente, na conta das redes sociais de Floyd Shivambu, um ativista do país. De acordo com a rede britânica ''BBC'', a carta foi escrita três semanas antes da primeira parte do pagamento.
Na segunda-feira, o jornal americano "New York Times" publicou que autoridades federais dos EUA acreditam que o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, foi o responsável por transferir US$ 10 milhões de propina para contas bancárias controladas por Jack Warner, ex-presidente da Concacaf e um dos alvos das investigações recentes.
Em seguida, uma carta enviada pela Associação Sul-Africana de futebol a Valcke foi reproduzida pelo jornal inglês "Daily Mail" e coloca justamente a confirmação do pagamento do valor de US$ 10 milhões e o aviso ao secretário geral da entidade que comanda o futebol. Posteriormente, ainda nesta terça-feira, a Fifa disse à agência Reuters que não há nada de novo na carta.
O ministro dos esportes do país, Fikile Mbalula, por sua vez, negou com veemência, as acusações e disse que seu governo vai procurar autoridades americanas atrás de mais informações. Ele alega que o pagamento era para projetos de desenvolvimento aprovados.
Após a nova divulgação, reafirmou que o documento apenas mostra que o dinheiro visava diretrizes para um legado da Copa do Mundo.
Carta divulgada por ativista da África do Sul (Foto: reprodução)