Clubes ingleses gastam cada vez mais com reforços, e novo contrato de televisão deve aumentar ainda mais o poder financeiro dos times da Terra da Rainha
A Premier League bateu o recorde de investimentos em contratações nesta janela de verão do mercado europeu. Ao todo, os clubes da Terra da Rainha gastaram incríveis 824,8 milhões de libras (1,1 bilhão de euros em reforços). A receita para tanto dinheiro é um mix que deriva de um excelente contrato de TV, gestão profissional e aumento das receitas.
Mas o que salta aos olhos, de fato, é o valor do novo contrato de direitos de transmissão de jogos da Premier League assinado por três temporadas, com início em 2016/17. Além da divisão de cotas praticadas pela Liga. Com um aumento de 70% em relação ao atual contrato, os clubes divirão mais de cinco bilhões de libras (R$ 28 bilhões) no novo compromisso.
De Bruyne foi a contratação mais cara da Premier League em 2015/16 (Foto: Reprodução) |
Uma divisão mais igualitária entre os clubes, de acordo com suas posições na tabela e exposição na TV, permite que os menores também assumam papéis importantes no mercado de transferências, realizando contratações de impacto e promovendo uma disputa maior na competição. Hoje, por exemplo, todos os 20 clubes da Premier League recebem cada 177 milhões de euros (R$ 746 milhões), o que significa o valor integral do contrato. O que sobra é dividido em duas partes. 50% vai para para os clubes de acordo com suas colocações na tabela final, e outros 50% são divididos pela audiência durante as transmissões.
Amir Somoggi, especialista em marketing e gestão esportiva e membro da Academia LANCE!, avalia esse importante momento dos clubes ingleses e faz um paralelo com o crescimento dos investimentos no país ao longo dos últimos anos.
- A partir de 1992 com a criação da Premier League, os clubes ingleses já sabiam que estavam naquele momento criando aquela que seria a maior liga do futebol europeu. De um lado o governo inglês obrigou que os clubes virassem empresas e fossem regulados como tal. Já os times foram obrigados a profissionalizar sua gestão e conseguiram que suas receitas de marketing, estádios e direitos de transmissão crescessem de forma contundente. A Inglaterra, nesse novo modelo de gestão, permitiu aos seus times mudarem de patamar, alguns foram para a bolsa, outros são de propriedade de magnatas dos mais variados países. Em 1992 os 20 clubes faturavam 170 milhões de libras (R$ 977 milhões), valor que saltou para 580 milhões (R$ 3,3 bilhõs) em 1998, 1,1 bilhão (R$ 6,3 bilhões) de libras em 2002 e atualmente supera 3 bilhões de libras (R$ 17 bilhões).
Para se ter uma ideia do poder financeiro da Premier League e seus clubes, a segunda liga que mais investiu em contratações na atual janela do verão europeu foi a Itália, com gastos de 403,5 milhões de libras (549 milhões de libras). Ou seja, os ingleses gastaram o dobro dos italianos em reforços. Espanha (546 milhões de euros), Alemanha (391 milhões de euros) e França (293 milhões de euros) completam o top-5 de investimentos.
- A Premier League é uma empresa que explora os direitos da competição. Desde os direitos de transmissão na Inglaterra e em todo o mundo até os acordos comerciais da Liga com patrocinadores. O modelo bem-sucedido de exploração comercial da competição e do trabalho da Liga em fortalecer todos os clubes com um modelo equilibrado de divisão dos direitos de transmissão foram fatores determinantes. Os 38 jogos da Liga são transmitidos para 725 milhões de casas em 185 países, é a Liga mais globalizada do futebol mundial. A Premier League fortaleceu muito os ganhos dos times com seu projeto de internacionalização, especialmente na Ásia/Pacífico, Oriente Médio e EUA. Com mais dinheiro os clubes menores se beneficiaram muito, já que no modelo inglês a diferença ao longo dos anos foi sendo reduzida do que mais recebe para o que menos recebe - afirmou Amir Somoggi.
Veja as contratações mais caras da Premier League
1 de 10
1- De Bruyne (Manchester City - 51,8 milhões de libras) (foto:AFP)
Dados Premier League - Contrato de TV
> Direitos de TV 2014-15 (temporada passada)
1º Chelsea - 99 milhões de libras
20º QPR – 65 milhões de libras
No novo contrato a partir de 2016-2017
1º colocado: 158 milhões de libras (valores fixos, além dos variáveis)
20º colocado: 104 milhões de libras (valores fixos, além dos variáveis)
Novo contrato - Mais e 5 bilhões de libras por 3 anos de contrato. 70% maior que o anterior
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FONTE: LANCE