Vice de futebol do Fluminense cobre Ronaldinho de elogios ao comentar passagem de apenas 80 dias do craque pelas Laranjeiras

Dignidade, simplicidade, carinho, grandiosidade. Estas foram algumas das palavras usadas pelo vice de futebol Mário Bittencourt ao se referir a Ronaldinho na entrevista coletiva em que comentou sua saída do Fluminense, oficializada na noite da última segunda-feira. Ronaldinho deixou o Fluminense após menos de três meses, nove partidas disputadas e nenhum gol marcado. Mas nesta terça o dirigente usou palavras que indicaram o contrário, deixando a impressão de uma passagem marcante pelas Laranjeiras. Bittencourt exaltou o comportamento do jogador fora de campo, enalteceu o bom ambiente encontrado por ele nas Laranjeiras e chegou a dizer que o camisa 10 vai deixar saudade nos funcionários.
Mário Bittencourt reconheceu que Ronaldinho esteve longe de corresponder com a bola nos pés a expectativa criada desde a sua contratação. Mas direcionou o discurso para o lado emocional, elogiando a atitude do jogador de ir ao encontro do clube para manifestar sua insatisfação com seu próprio desempenho e, assim, solicitar a rescisão de contrato. O dirigente, mesmo sem especificar, também garantiu que a contratação alavancou números no Tricolor e não representou prejuízo financeiro.
- A palavra é frustração. Quando ele chegou, esperávamos que fizesse aqui o que fez em outros lugares. Quando você contrata um atleta, pensa que ele pode dar o melhor. Quantas vezes vimos jogadores considerados com carreira em declínio fazer grandes atuações? O próprio Ronaldo no Atlético-MG foi um exemplo. Não fez boa temporada no México, mas apostamos que voltando ao Rio ele poderia render - disse.
Embora tenha lamentado o insucesso de Ronaldinho Gaúcho com a camisa do Flu, Mário Bittencourt não considerou o esforço e o investimento feito na contratação do meia como um erro.
- O Fluminense não errou. O Fluminense aproveitou uma oportunidade. Ontem (segunda-feira), de maneira grandiosa, (Ronaldinho Gaúcho) foi muito claro ao dizer que não estava dando ao Fluminense a reciprocidade que o clube merecia. Fizemos tudo para que ele pudesse melhorar o futebol dele, manter a forma dele - afirmou o dirigente.
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Mário reafirmou que a rescisão aconteceu de forma amigável e que foi costurado em uma reunião "honesta" nesta segunda-feira. O vice de futebol aproveitou ainda para elogiar a atitude do meia em reconhecer que não atravessava um bom momento.
- Ele estava se sentindo em uma situação ruim, não conseguiu dar ao Fluminense todo o carinho que o clube estava dando a ele. O clube e a torcida. Ele perguntou qual era a nossa opinião, se nós achávamos que ele não estava bem. Fomos sinceros. O momento não estava bom. De maneira digna, de grande caráter, ele disse: no momento, prefiro colocar minha cabeça no lugar. Foi amigável. Com esse combinado, com esse aperto de mãos, que Ronaldo e Fluminense permanecerão com uma relação de afeto. Estamos deixando as portas abertas, saída muito honesta dos dois lados - completou Mário.

O vice-presidente de futebol também descartou uma possível falta de comprometimento de Ronaldinho Gaúcho - que chamou atenção por treinamentos curtos e saída ligeiras. O dirigente afirmou ainda que R10 representou um grande retorno financeiro em números de marketing.
- Não acho que faltou entrega e dedicação. Ele é um jogador reconhecido no mundo inteiro. Teve uma atitude grande e digna de dizer que ele não estava sendo o atleta que ele poderia ser. O retorno financeiro normalmente vem dos jovens. No caso do Ronaldo, o retorno foi enorme. A chegada dele transformou muitos números do clube, números internos nossos que foram alavancados - completou.
fonte: globo