Vice de futebol do Fluminense cobre Ronaldinho de elogios ao comentar passagem de apenas 80 dias do craque pelas Laranjeiras
Mário Bittencourt se pronunciou sobre a saída do craque (Foto: Gustavo Rotstein)
Dignidade, simplicidade, carinho, grandiosidade. Estas foram algumas das palavras usadas pelo vice de futebol Mário Bittencourt ao se referir a Ronaldinho na entrevista coletiva em que comentou sua saída do Fluminense, oficializada na noite da última segunda-feira. Ronaldinho deixou o Fluminense após menos de três meses, nove partidas disputadas e nenhum gol marcado. Mas nesta terça o dirigente usou palavras que indicaram o contrário, deixando a impressão de uma passagem marcante pelas Laranjeiras. Bittencourt exaltou o comportamento do jogador fora de campo, enalteceu o bom ambiente encontrado por ele nas Laranjeiras e chegou a dizer que o camisa 10 vai deixar saudade nos funcionários.
Mário Bittencourt reconheceu que Ronaldinho esteve longe de corresponder com a bola nos pés a expectativa criada desde a sua contratação. Mas direcionou o discurso para o lado emocional, elogiando a atitude do jogador de ir ao encontro do clube para manifestar sua insatisfação com seu próprio desempenho e, assim, solicitar a rescisão de contrato. O dirigente, mesmo sem especificar, também garantiu que a contratação alavancou números no Tricolor e não representou prejuízo financeiro.
- A palavra é frustração. Quando ele chegou, esperávamos que fizesse aqui o que fez em outros lugares. Quando você contrata um atleta, pensa que ele pode dar o melhor. Quantas vezes vimos jogadores considerados com carreira em declínio fazer grandes atuações? O próprio Ronaldo no Atlético-MG foi um exemplo. Não fez boa temporada no México, mas apostamos que voltando ao Rio ele poderia render - disse.
Embora tenha lamentado o insucesso de Ronaldinho Gaúcho com a camisa do Flu, Mário Bittencourt não considerou o esforço e o investimento feito na contratação do meia como um erro.
- O Fluminense não errou. O Fluminense aproveitou uma oportunidade. Ontem (segunda-feira), de maneira grandiosa, (Ronaldinho Gaúcho) foi muito claro ao dizer que não estava dando ao Fluminense a reciprocidade que o clube merecia. Fizemos tudo para que ele pudesse melhorar o futebol dele, manter a forma dele - afirmou o dirigente.
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Mário reafirmou que a rescisão aconteceu de forma amigável e que foi costurado em uma reunião "honesta" nesta segunda-feira. O vice de futebol aproveitou ainda para elogiar a atitude do meia em reconhecer que não atravessava um bom momento.
- Ele estava se sentindo em uma situação ruim, não conseguiu dar ao Fluminense todo o carinho que o clube estava dando a ele. O clube e a torcida. Ele perguntou qual era a nossa opinião, se nós achávamos que ele não estava bem. Fomos sinceros. O momento não estava bom. De maneira digna, de grande caráter, ele disse: no momento, prefiro colocar minha cabeça no lugar. Foi amigável. Com esse combinado, com esse aperto de mãos, que Ronaldo e Fluminense permanecerão com uma relação de afeto. Estamos deixando as portas abertas, saída muito honesta dos dois lados - completou Mário.
Ronaldinho Gaúcho ficou pouco mais de dois meses no Flu (Foto: Nelson Perez – Divulgação FFC)
O vice-presidente de futebol também descartou uma possível falta de comprometimento de Ronaldinho Gaúcho - que chamou atenção por treinamentos curtos e saída ligeiras. O dirigente afirmou ainda que R10 representou um grande retorno financeiro em números de marketing.
- Não acho que faltou entrega e dedicação. Ele é um jogador reconhecido no mundo inteiro. Teve uma atitude grande e digna de dizer que ele não estava sendo o atleta que ele poderia ser. O retorno financeiro normalmente vem dos jovens. No caso do Ronaldo, o retorno foi enorme. A chegada dele transformou muitos números do clube, números internos nossos que foram alavancados - completou.
fonte: globo