terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Em destaque: oito anos depois, Brasil ressurge na Festa de Gala da Fifa

Com Wendell Lira, Neymar, Thiago Silva, Daniel Alves e Marcelo, país volta a ser um dos protagonistas na premiação. Jogadores celebram e defendem: "O Brasil está bem"

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Zurique, Suíça
O futebol brasileiro vive uma crise, mas teve motivos para comemorar na Festa de Gala da Fifa que ocorreu nessa segunda-feira, em Zurique, Suíça. O país voltou a ter grande destaque no evento, o que não acontecia desde 2007, há oito anos, quando Kaká e Marta foram eleitos os melhores jogadores do mundo. Nesta edição, coube a Neymar, que ficou entre os três melhores do mundo em 2015; a Wendell Lira, vencedor do Prêmio Puskás de gol mais bonito; e ao quarteto que integrou a seleção do ano - Daniel Alves, Thiago Silva, Marcelo e o próprio Neymar - a tarefa de fazer o Brasil ressurgir na cerimônia da qual andava meio apagado.
Nesse intervalo de tempo, a nação verde-amarela teve representantes no evento em todas as edições, mas nunca em várias frentes como agora. A Bola de Ouro, prêmio principal, não tinha brasileiros indicados desde a vitória de Kaká, jejum quebrado por Neymar, terceiro colocado em 2015. Enquanto isso, Marta foi eleita a melhor do mundo também em 2008, 2009 e 2010 - ficou entre as três finalistas entre 2011 e 2014, mas não venceu -, só que foi um brilho solitário, assim como foi o de Neymar em 2011 ao ganhar o Prêmio Puskás. O lado negativo de agora é que Marta, depois de 10 anos, pela primeira vez ficou fora - não ficou nem entre as 10 primeiras.
Seleção da Fifa 2015 (Foto: Philipp Schmidli/Getty Images)Seleção 2015 da Fifa teve quatro brasileiros: T. Silva, Marcelo, D. Alves e Neymar (Foto: Philipp Schmidli / Getty Images)
A seleção do ano, por sua vez, nunca teve tantos brasileiros como agora. As seleções durante esse período tiveram Kaká (2008), Daniel Alves (2009, 2011, 2012 e 2013), Maicon e Lúcio (2010), Marcelo (2012), Thiago Silva (2013 e 2014) e David Luiz (2014). E vale lembrar ainda que o Puskás de 2013 teve Neymar finalista, mas o prêmio foi vencido pelo sueco Ibrahimovic.
Ou seja, o Brasil voltou a ser protagonista na Festa de Gala da Fifa em 2015. Para o zagueiro Thiago Silva, que formou a zaga da seleção do ano ao lado do espanhol Sergio Ramos, o país sempre esteve bem cotado. Ele enalteceu principalmente a vitória do humilde Wendell Lira.
- Interpreto de uma maneira bem simples, que o Brasil nunca deixou de ser bem visto na Europa e no mundo, é uma prova disso mesmo. Estava até falando com o Wendell ali, ele falando que não estava acreditando, mas eu disse "acredite cara, porque é verdade, porque você fez por estar aqui e aproveite o seu momento". Então, para a gente, é muito especial ver um menino que lutou tanto. Eu vi inclusive uma pequena reportagem dele dizendo que passou muita dificuldade, muitas lesões. Eu também tive muitas lesões no ano passado e sei o quanto é difícil voltar a jogar bem. Ele é uma prova disso, uma prova viva - afirmou o defensor do PSG.
Wendell Lira Premio Puskas (Foto: AFP)Wendell Lira surpreendeu e venceu o Prêmio Puskas de gol mais bonito de 2015 (Foto: AFP)
Os laterais Daniel Alves e Marcelo também comemoraram os resultados da cerimônia. Assim como Thiago Silva, o jogador do Barcelona exaltou a conquista de Wendell.
- É um prêmio para o futebol brasileiro, por estar aqui, por estar representando o nosso futebol, porque estamos representando ele. O fato de estarmos jogando em grandes clubes nos permite estar aqui. Estou muito feliz pelo prêmio do Wendell também, por ele estar aqui, merecedor, muito humilde e sonhador, e os sonhadores sempre conseguem o que se propõem na vida. Estou muito feliz por estar aqui, espero que no futuro possa haver mais representantes brasileiros, porque sigo insistindo que somos o diferencial do futebol - disse Daniel Alves.
- Eu acho que é legal poder botar o Brasil no lugar que tem de estar, que é sempre o mais alto, no topo. Hoje a gente demonstrou que o Brasil está bem e a gente está muito feliz por poder servir a seleção brasileira - completou Marcelo.
A Copa do Mundo de 2014 deixou marcas duradouras no futebol brasileiro. O país vive hoje uma crise técnica, é inegável. Mas esta última Festa de Gala da Fifa pode ter servido de alento. Quem sabe o Brasil não volta a obter grandes conquistas num futuro próximo?
fonte: globo