De férias em São José-SP, atacante concede entrevista e faz balanço positivo após um ano defendendo Guangzhou Evergrande. Ex-Cruzeiro marcou 28 gols em 2015
Há exatamente um ano, Ricardo Goulart viveu a mesma situação que Renato Augusto passou na última semana. Os dois deixaram o futebol brasileiro, após serem destaques de seus times e campeões do Brasileirão. O motivo? Propostas milionárias da China. Depois de uma temporada por lá, o ex-cruzeirense tem uma outra visão do país. Conquistou dois títulos pelo bilionário Guangzhou Evergande (Champions League da Ásia e Campeonato Chinês) e acumulou prêmios individuais.
Ricardo Goulart recomenda ida ao futebol chinês (Foto: Felipe Kyoshy/GloboEsporte.com)
Goulart não se arrepende da decisão. De férias em sua cidade natal, São José dos Campos, no interior paulista, concedeu entrevista ao GloboEsporte.com e ao Esporte Espetacular. Questionado se recomendaria a China para Renato Augusto, por exemplo, ele respondeu:
– Pode ir. Vai porque irá jogar em um clube grande, um clube que vai brigar pelo título, tem uma torcida grande, fanática, vai morar muito bem, pois é a cidade mais bem desenvolvida e viver uma cultura totalmente diferente. E creio que vale a pena, sim (...) Não me arrependi de ter ido para China e creio que ele não vai se arrepender também. E espero que ele possa fazer sucesso, assim como fez aqui no Corinthians – disse.
A China foi o destino de mais dois jogadores campeões com o Corinthians em 2015, além de Renato Augusto: o volante Ralf (Beijin Guoan) e o meia Jadson (Tianjin Quanjian). O clube de Jadson fez uma proposta de mais de R$ 180 milhões por Alexandre Pato. No país asiático eles vão se juntar aos brasileiros Paulinho, Elkeson, Diego Tardelli e aos técnicos como Vanderlei Luxemburgo, Mano Menezes, Felipão e Cuca.
Renato Augusto deixou o Corinthians para ganhar R$ 2 milhões por mês no Beijing Guon(Foto: Marcos Ribolli)
O camisa 11 saiu do Cruzeiro três dias após sua reapresentação ao time mineiro, em 2015. O valor da transação foi de R$ 65,8 milhões. Renato Augusto saiu do Corinthians para o Beijing Guoan por R$ 35,1 mi, a oitava maior oferta da China. A proposta, de acordo com Goulart, foge totalmente da realidade do futebol brasileiro.
– Quando apareceu essa proposta da China eu resolvi praticamente em três dias. Meu empresário me chamou e disse que tinha uma proposta da China. Entrei em contato com meu amigo, o Paulão (zagueiro do Internacional), que já tinha jogado lá e ele disse: "pode ir, é tranquilo" e conversei muito com a minha esposa também. Saí pelas portas da frente e sei que um dia vou voltar no futebol brasileiro e acho que isso vai acontecer com o Renato Augusto também – completou.
– Acho que nenhuma multa segura. Eles não veem o valor da multa. Eles vão, pagam e oferecem além do salário. Balança muito com o jogador. Sabem que a carreira é curta e temos que pensar no lado financeiro, pois tenho uma família por trás. (...) Então quando vem uma proposta, como o Corinthians recebeu, vai ser muito difícil segurar.
Confira abaixo outros trechos da entrevista com Ricardo Goulart.
IMPRESSÕES DO FUTEBOL CHINÊS
Como é o futebol chinês?
– Quando eu cheguei eu pensei que teria muita dificuldade, tanto na parte técnica, na comunicação, de competitividade, mas quando eu cheguei lá eu que as coisas não eram do jeito que pensava. Eu pensei que eu teria que correr fazer algo diferente e que se eu chegar, não mostrar meu futebol, como eu fiz no Brasil, vai passar seis meses, um ano e vão me mandar embora. Eu consegui me adaptar, entrei no ritmo deles, tentei fazer algo diferente para eles confiarem em mim. Consegui juntar esses aspectos positivos e tenho tudo para crescer lá.
– O futebol de lá está crescendo. As equipes estão se montando. O Guangzhou, por exemplo, ganhou os cinco últimos campeonatos chineses. E eles querem ter mais competitividade, para que não só um clube ganhe, mas que o Shangai, Shandong, Beijing possa ganhar. Por isso que esse ano o pessoal está investindo pesado. Para ter mais competitividade, o futebol crescer no aspecto tático, técnico e que outros possam vencer também.
Ricardo Goulart foi campeão asiático com Guangzhou Evergande (Foto: Divulgação)
Relação com a torcida?
– A nossa torcida dá 50 mil no estádio. Eu não entendo muito o quê eles cantam, mas não param de cantar, incentivar, mas cobranças pode até ter, mas só que se eu ligar em um canal de TV, não vou nem entender. Mas o tradutor avisa: "tão pegando no pé de fulano", nós escutamos mais por eles, mas por um torcedor chinês vir e nos xingar e cobrar, eu não vou saber. Nunca tive esse problema. Mas o pessoal te conhece na rua, pede para tirar foto e o assédio do lado positivo é bem grande. Eles gostam muito de brasileiros.
– A nossa torcida dá 50 mil no estádio. Eu não entendo muito o quê eles cantam, mas não param de cantar, incentivar, mas cobranças pode até ter, mas só que se eu ligar em um canal de TV, não vou nem entender. Mas o tradutor avisa: "tão pegando no pé de fulano", nós escutamos mais por eles, mas por um torcedor chinês vir e nos xingar e cobrar, eu não vou saber. Nunca tive esse problema. Mas o pessoal te conhece na rua, pede para tirar foto e o assédio do lado positivo é bem grande. Eles gostam muito de brasileiros.
Como é o clima do vestiário? Os chineses sabem que vocês ganham mais que eles...
– No meu time, eles nos respeitam bastante, nós os respeitamos e quando nós chegamos, eles sabem que nós ganhamos mais do que eles e então precisamos fazer mais do que eles. Se nós estamos ganhando mais, eles nos procuram mais para decidir as partidas. Se o jogo tiver apertado, são os estrangeiros que vão lá decidem. E isso é bom.
– No meu time, eles nos respeitam bastante, nós os respeitamos e quando nós chegamos, eles sabem que nós ganhamos mais do que eles e então precisamos fazer mais do que eles. Se nós estamos ganhando mais, eles nos procuram mais para decidir as partidas. Se o jogo tiver apertado, são os estrangeiros que vão lá decidem. E isso é bom.
Ricardo Goulart, Guangzhou Evergrande (Foto: sina.com)
Qual maior deficiência dos chineses?
– Nós jogadores brasileiros temos a parte técnica um pouco diferenciada dos chineses. Estamos passando algumas coisas que aprendemos aqui no Brasil a eles. Daqui uns quatro cinco anos vão estar bem afiados na parte técnica.
– Nós jogadores brasileiros temos a parte técnica um pouco diferenciada dos chineses. Estamos passando algumas coisas que aprendemos aqui no Brasil a eles. Daqui uns quatro cinco anos vão estar bem afiados na parte técnica.
Em quanto tempo você acha que acha China vai alcançar um patamar mais alto no futebol?
– Acho que daqui uns quatro, cinco anos. Esse vai ser o auge. Não está muito longe, não. Nesse ano vai ser um grande campeonato, muito disputado, pois estão vindos grandes jogadores. Para ter uma noção, nós fomos campeões em cima do Beijing na última rodada precisando da vitória. Aí dá para ver o nível de competitividade. Foi até a última rodada e por poucos pontos de diferença. Tivemos que lutar até o final para conseguir o título.
– Acho que daqui uns quatro, cinco anos. Esse vai ser o auge. Não está muito longe, não. Nesse ano vai ser um grande campeonato, muito disputado, pois estão vindos grandes jogadores. Para ter uma noção, nós fomos campeões em cima do Beijing na última rodada precisando da vitória. Aí dá para ver o nível de competitividade. Foi até a última rodada e por poucos pontos de diferença. Tivemos que lutar até o final para conseguir o título.
Acha que a seleção chinesa vai ser uma potência?
– Eles estão se dedicando ao máximo para isso para chegar à Copa de 2018 e tem tudo para conseguir essa vaga e espero que consiga sim para mostrar os valores que eles têm. Eles não têm a dimensão da grandeza do futebol mundial, então torço muito, pois foi um país que me acolheu muito bem e espero que consigam essa vaga e mostrem o valor deles.
– Eles estão se dedicando ao máximo para isso para chegar à Copa de 2018 e tem tudo para conseguir essa vaga e espero que consiga sim para mostrar os valores que eles têm. Eles não têm a dimensão da grandeza do futebol mundial, então torço muito, pois foi um país que me acolheu muito bem e espero que consigam essa vaga e mostrem o valor deles.
Estrutura do clube la é muito superior com a daqui?
– Eles estão crescendo muito nesse sentido. O Felipão chegou, antes do Cannavaro tinha pedido algumas coisas, agora fizeram mais. O campo é excelente, academia, fisioterapia, tudo ajustado e tem algumas coisas para melhorar ainda, mas com tempo esse processo vai andar e dinheiro eles tem, agora só falta um empurrãozinho para ajustar alguma coisa para crescer mais ainda.
– Eles estão crescendo muito nesse sentido. O Felipão chegou, antes do Cannavaro tinha pedido algumas coisas, agora fizeram mais. O campo é excelente, academia, fisioterapia, tudo ajustado e tem algumas coisas para melhorar ainda, mas com tempo esse processo vai andar e dinheiro eles tem, agora só falta um empurrãozinho para ajustar alguma coisa para crescer mais ainda.
Guangzhou Evergrande ficou em quarto lugar no Mundial de Clubes (Foto: AP)
Acha que vai ser tendência os times chineses virem buscar jogador aqui no Brasil?
– Sem dúvidas. Porque no nosso país, nosso talento brasileiro no futebol é muito grande. A tendência é só aumentar. (...) E isso também é reflexo de nosso trabalho também. Pois estamos fazendo um bom trabalho e querem contratar jogadores brasileiros e a tendência é isso aumentar e quem tiver se destacando aqui no Brasil vai para China.
– Sem dúvidas. Porque no nosso país, nosso talento brasileiro no futebol é muito grande. A tendência é só aumentar. (...) E isso também é reflexo de nosso trabalho também. Pois estamos fazendo um bom trabalho e querem contratar jogadores brasileiros e a tendência é isso aumentar e quem tiver se destacando aqui no Brasil vai para China.
Renato Augusto disse que vai levar um preparador físico para lá. Você também teve essa preocupação de fazer um trabalho à parte?
– Como a nossa comissão técnica é brasileira, tem o Darlan (Schneider), que é um excelente profissional, então comecei a trabalhar à parte, porque lá treinam em um período e fazia academia. O Elkeson levou um preparador físico particular. Isso faz bem para o atleta, o Renato está de parabéns por levar esse profissional. O jogador só tem a ganhar.
– Como a nossa comissão técnica é brasileira, tem o Darlan (Schneider), que é um excelente profissional, então comecei a trabalhar à parte, porque lá treinam em um período e fazia academia. O Elkeson levou um preparador físico particular. Isso faz bem para o atleta, o Renato está de parabéns por levar esse profissional. O jogador só tem a ganhar.
Acha que vai ser tendência os times chineses virem buscar jogador aqui no Brasil?
– Sem dúvidas. Porque no nosso país, nosso talento brasileiro no futebol é muito grande. A tendência é só aumentar. (...) E isso também é reflexo de nosso trabalho também. Pois estamos fazendo um bom trabalho e querem contratar jogadores brasileiros e a tendência é isso aumentar e quem tiver se destacando aqui no Brasil vai para China.
– Sem dúvidas. Porque no nosso país, nosso talento brasileiro no futebol é muito grande. A tendência é só aumentar. (...) E isso também é reflexo de nosso trabalho também. Pois estamos fazendo um bom trabalho e querem contratar jogadores brasileiros e a tendência é isso aumentar e quem tiver se destacando aqui no Brasil vai para China.
SELEÇÃO BRASILEIRA
Seleção Brasileira
– Quando eu fui para Seleção fiquei muito feliz pelo reconhecimento de meu trabalho, mas sempre acompanhei as notícias da Seleção na China. Vi que meu nome não estava mais nas convocações e particularmente pensei comigo: "tenho que fazer meu trabalho aqui", pois se fizer um bom trabalho, sempre vai ter alguém olhando. O futebol está globalizado hoje, então se eu for bem ele estará acompanhando. (...) Então foi um ano que eu coloquei na minha cabeça que eu tenho que ajudar meus companheiros, consegui meus objetivos aqui no clube para que quando for chamado novamente, que está na minha mente ainda, eu vou treinar mais, me aprimorar mais, porque as coisas podem mudar. Não fui dessa vez, o Dunga teve os motivos dele, mas estou preparado para fazer uma boa temporada em 2016 e se ele precisar de mim estarei à disposição.
Goulart estreou na Seleção Brasileira em um amistoso contra o Equador, em 2014 (Foto: Rafael Ribeiro / CBF)
Acha que o Dunga vai olhar a China com mais carinho após essa debanda?
– Sem dúvidas. Por que jogadores que estavam com ele na Seleção, o Renato Augusto, por exemplo, que foi bem quando entrou, vai procurar informação no clube dele, como está a adaptação dele. Tem que estar preparado. O Felipão vai dar informação, o Cuca, o Mano. As coisas estão se encaminhando.
Muita gente associou o baixo desempenho do Vagner Love no início da temporada devido estar na China e jogando em um nível menor. Levando em contas um nível do futebol chinês, se um jogador for convocado, acha que dá para confiar nele?
– Dá, com certeza. Por exemplo, se um jogador estoura em um clube pequeno e vai para um grande e não rende. O que acontece? Não se adaptou ou está mal fisicamente? Quando o jogador vai para fora e quando volta e não se adapta a culpa é da China? Pergunta para ele como era a competitividade que ele teve lá. Todos falam bem dele lá e acho que foi um momento da carreira dele. Futebol tem esses momentos de altos e baixos, então não culpo a China dessa falta de adaptação.
Sonha em voltar para Seleção?
– Sonho. Mas eu tenho que fazer meu trabalho lá, tranquilo, dando o melhor de mim, porque agora tem muitos brasileiros, o Dunga certamente está olhando, vai procurar informação, pois agora toda a comissão técnica (no clube) é brasileira. As coisas estão próximas, mas não posso deixar as coisas desandarem. Tenho que andar na linha e quando ele chamar, tenho que dar meu máximo.
– Sem dúvidas. Por que jogadores que estavam com ele na Seleção, o Renato Augusto, por exemplo, que foi bem quando entrou, vai procurar informação no clube dele, como está a adaptação dele. Tem que estar preparado. O Felipão vai dar informação, o Cuca, o Mano. As coisas estão se encaminhando.
Muita gente associou o baixo desempenho do Vagner Love no início da temporada devido estar na China e jogando em um nível menor. Levando em contas um nível do futebol chinês, se um jogador for convocado, acha que dá para confiar nele?
– Dá, com certeza. Por exemplo, se um jogador estoura em um clube pequeno e vai para um grande e não rende. O que acontece? Não se adaptou ou está mal fisicamente? Quando o jogador vai para fora e quando volta e não se adapta a culpa é da China? Pergunta para ele como era a competitividade que ele teve lá. Todos falam bem dele lá e acho que foi um momento da carreira dele. Futebol tem esses momentos de altos e baixos, então não culpo a China dessa falta de adaptação.
Sonha em voltar para Seleção?
– Sonho. Mas eu tenho que fazer meu trabalho lá, tranquilo, dando o melhor de mim, porque agora tem muitos brasileiros, o Dunga certamente está olhando, vai procurar informação, pois agora toda a comissão técnica (no clube) é brasileira. As coisas estão próximas, mas não posso deixar as coisas desandarem. Tenho que andar na linha e quando ele chamar, tenho que dar meu máximo.
RETORNO AO BRASIL
Um dia voltará ao futebol brasileiro?
– Eu tenho três anos de contrato, sonho em jogar no Brasil novamente, mas espero cumprir (meu contrato). Se aparecer alguma coisa que for bom a ambas as partes, estarei aberto para negociar e tentar resolver da melhor maneira.
Ricardo foi bicampeão brasileiro com o Cruzeiro (Foto: Cristiane Mattos/Futura Pres/Agência Estado)
VIDA NA CHINA
Como é o Ricardo Goulart fora do futebol na China? Gosta de viajar? É mais caseiro?
– Quando tem as datas Fifa, tem 15 dias de folga, mas o Felipão só dá quatro (risos). Então, vou para Hong Kong, quanto teve uma semana, fui para Tailândia, que tem muitas praias legais. Já fui também para Dubai visitar a casa do Everton Ribeiro. Estava planejando para ir para as Maldivas, mas o período de folga foi curto. E é tudo perto lá, se pega um voo de seis horas já chega a qualquer lugar e isso para família é muito bom. Mas quando a folga é curta eu fico mais em casa mesmo, faço um churrasco, ligo a churrasqueira elétrica, então estou adaptado. Arroz e feijão está na mesa, está tudo certo.
Ricardo Goulart visitou Everton Ribeiro em Dubai (Foto: Reprodução / Instagram)
Internet censurada? (saiba mais sobre a restrição da internet na China no G1)
– Quando cheguei queria abrir os sites brasileiros, acompanhar as notícias, mas daí fiquei sabendo que tinha que colocar a tal de "VPN" que liberam os sites daqui lá. Corri atrás disso logo (risos). Hoje estou atualizado, tenho TV em casa, assisto aos jogos do Campeonato Brasileiro, Seleção e meio que adaptado já.
Comidas exóticas?
– Quando minha esposa foi à Pequim mandou umas fotos de estrela do mar, escorpião, lula, barata, mas não teve coragem de comer, não. Lá na minha cidade não tem muito dessas comidas, é mais nas cidades grandes.
E é muita gente lá? E o trânsito?
– Muita. Guanzhou tem 18 milhões de habitantes. Lá não tem como dirigir. Até porque placa é só em mandarim. Eu tenho motorista. O clube dá o carro, mas o motorista é do clube mesmo. Agora se fosse para se aventurar em tirar habilitação, andar lá, não tem como. Porque é um carro fechando o outro, um vindo de moto, pedestre atravessando na sua frente, buzina de todos os lados e vai embora. (...) Moro a 40 minutos do CT, sem trânsito. Se um dia for para outra capital, como São Paulo, estou tranquilo.
– Quando cheguei queria abrir os sites brasileiros, acompanhar as notícias, mas daí fiquei sabendo que tinha que colocar a tal de "VPN" que liberam os sites daqui lá. Corri atrás disso logo (risos). Hoje estou atualizado, tenho TV em casa, assisto aos jogos do Campeonato Brasileiro, Seleção e meio que adaptado já.
Comidas exóticas?
– Quando minha esposa foi à Pequim mandou umas fotos de estrela do mar, escorpião, lula, barata, mas não teve coragem de comer, não. Lá na minha cidade não tem muito dessas comidas, é mais nas cidades grandes.
E é muita gente lá? E o trânsito?
– Muita. Guanzhou tem 18 milhões de habitantes. Lá não tem como dirigir. Até porque placa é só em mandarim. Eu tenho motorista. O clube dá o carro, mas o motorista é do clube mesmo. Agora se fosse para se aventurar em tirar habilitação, andar lá, não tem como. Porque é um carro fechando o outro, um vindo de moto, pedestre atravessando na sua frente, buzina de todos os lados e vai embora. (...) Moro a 40 minutos do CT, sem trânsito. Se um dia for para outra capital, como São Paulo, estou tranquilo.
BALANÇO APÓS UM ANO
Bateu arrependimento alguma vez de ter ido para China?
– Não. Até porque foi bacana, fiz amigos lá, dá aquela energia, não deixa bater o desânimo de estar longe da família. Tenho minha esposa, que está comigo. Quanto mais gente possível puder levar para lá para encher a casa, vai ser muito bacana, dá uma energia positiva.
Atacante marcou 28 gols no primeiro ano na China (Foto: Sina.com)
Incomoda-se com alguém dizendo que você foi para China só pelo dinheiro?
– Não incomoda, não. Sou um cara bem tranquilo, sei diferenciar as partes, sou um cara que escuto conselhos, também críticas construtivas. Na nossa vida, jogador de futebol parece diferente de pessoas normais. Sempre vamos ouvir críticas, bobagens. Então se o cara for bem tranquilo e souber dividir, leva numa boa.
– Não incomoda, não. Sou um cara bem tranquilo, sei diferenciar as partes, sou um cara que escuto conselhos, também críticas construtivas. Na nossa vida, jogador de futebol parece diferente de pessoas normais. Sempre vamos ouvir críticas, bobagens. Então se o cara for bem tranquilo e souber dividir, leva numa boa.
Missão cumprida no primeiro ano na China?
– Missão cumprida. Foi um ano de surpresas, pois não sabia como era e cheguei lá e consegui mostrar meu futebol para o povo chinês e para mim foi 10. Ganhei a premiação de melhor jogador da Ásia, da Champions League, Campeonato Chinês, artilheiro da Ásia, melhor meia... Foi um ano de muitas conquistas e creio que o foco em 2016 agora não seja diferente.
– Missão cumprida. Foi um ano de surpresas, pois não sabia como era e cheguei lá e consegui mostrar meu futebol para o povo chinês e para mim foi 10. Ganhei a premiação de melhor jogador da Ásia, da Champions League, Campeonato Chinês, artilheiro da Ásia, melhor meia... Foi um ano de muitas conquistas e creio que o foco em 2016 agora não seja diferente.
fonte: globo