quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Em "clima de enterro", Comitê Executivo da Fifa aprova reformas

Proposta para incluir mais oito equipes na Copa de 2026 é aceita, mas grupo ainda estudará formato e impacto financeiro. Presidente cita prisões em abertura

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Zurique, Suíça
Fifa sede Zurique (Foto: Reuters)Fifa reuniu-se para aprovar pacote de reformas em Zurique (Foto: Reuters)
O Comitê Executivo da Fifa reuniu-se nesta quinta-feira e aprovou por unanimidade o pacote de reformas em "clima de enterro" depois de mais duas prisões de dirigentes, em Zurique, na Suíça - os presidentes da Conmebol, Juan Ángel Napout, e da Concacaf, Alfredo Hawit - de acordo com o relato de um dos presentes. O clima na sede da entidade é de tensão. Ao abrir a reunião, o presidente em exercício da organização, o camaronês Issa Hayatou, citou que seria um dia de felicidade em razão da aprovação das mudanças, mas novamente o órgão se vê na mira de uma operação policial justamente no dia de uma reunião do comitê que toma as principais decisões da entidade, com toda a imprensa mundial presente.

Todo o pacote de reformas foi aprovado e será submetido ao Congresso da Fifa. Uma das novidades pode ser a ampliação de 32 para 40 seleções participantes da Copa do Mundo. O item foi pré-aprovado, mas ainda passará por mais análises já que há tempo até sua possível aplicação no Mundial de 2026. Os dirigentes incluíram o item como forma de compensar as confederações, que deverão ter menor espaço na Fifa ao perderem a prerrogativa de indicação dos membros do Comitê Executivo, função que passará a ser responsabilidade do Congresso, que tem voto das 209 afiliadas. Como ainda há bastante tempo até a implementação, os dirigentes pretendem estudar com maior precisão o impacto financeiro da medida e o formato da competição com mais equipes.

- Estas reformas estão levando a Fifa a maior governabilidade, transparência e prestação de contas. Elas são um marco em nosso caminho para restaurar a credibilidade da Fifa como uma moderna, confiável e profissional organização esportiva. Isso sinaliza o começo de mudança de cultura na Fifa. É importante reconhecer que as recomendações de hoje são construídas sobre a fundação estabilizada pelo IGC em 2011, sob a liderança de Mark Pieth, que incluiu a criação de uma presidência independente no Comitê de Auditoria e dividindo o Comitê de Ética em câmaras investigativa e decisória. Como o congresso de fevereiro se aproxima, quero encorajar todos os candidatos à presidência a abraçar esse espírito de reformar e, em suas campanhas, serem claros sobre seus planos de como irão ajudar a Fifa a decretar essa e outras medidas de reforma, se forem eleitos - disse o presidente interino da Fifa, Issa Hayatou.

A reforma também serviu para ampliar a participação feminina no futebol. A partir de agora, cada confederação precisará ter ao menos uma mulher na entidade - a ideia é ter pelo menos 30% de representação feminina no grupo. Outra mudança foi no nome do próprio Comitê Executivo, que passará a se chamar Conselho Executivo. Foi ainda aprovada a limitação em três mandatos (12 anos) para permanência no comando da Fifa, uma das medidas consideradas fundamentais na reforma que vem sendo conduzida na entidade. Foi aprovada ainda a divulgação anual dos vencimentos de todos os membros do comitê, bem como da diretoria da Fifa.

O único representante sul-americano na reunião foi o brasileiro Fernando Sarney, vice-presidente da CBF. Os outros dois assentos, de Luís Bedoya, que deixou a presidência da Federação Colombiana de Futebol e o Comitê Executivo, e de Juan Ángel Napout, presidente da Conmebol preso nesta quinta-feira em Zurique, ficaram vazios.

fonte: globo