terça-feira, 19 de agosto de 2008

Brasil vai para a semifinal usando os ingredientes certos para vencer o Japão


Seleção vai à sua quinta semifinal olímpica e segue com o sonho do ouro

Paula Pequeno ataca na partida contra o Japão, que garantiu o Brasil na semifinal em Pequim
Paciência, concentração e bolas rápidas de primeiro tempo com as centrais Fabiana e Walewska. Estes foram os ingredientes que levaram o Brasil à semifinal dos Jogos Olímpicos de Pequim. Com o Japão do outro lado da rede, um adversário que tem como característica a defesa, a seleção brasileira fez tudo certo para vencer por 3 sets a 0, com parciais de 25/12, 25/20 e 25/16, e continuar sonhando com a inédita medalha de ouro. O resultado também garante a supremacia das brasileiras sobre as japonesas, que já dura 20 jogos, desde a Copa dos Campeões de 2001.

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O Brasil, que terminou a fase de classificação invicta, sem perder um set sequer, enfrenta na sua quinta semifinal em Olimpíadas o vencedor de China e Rússia. Se pegar as chinesas, joga contra ninguém menos que as atuais campeãs. Caso encontre as russas, duela com as responsáveis pelo grande trauma da seleção brasileira em Jogos Olímpicos. Em 2004, na edição de Atenas, as brasileiras tinham 24 a 19 contra a Rússia e permitiram a virada, que ocasionou a derrota. Após o baque, a equipe não se recuperou a tempo para a disputa pelo bronze e deixou a Grécia sem medalha.

Na outra semifinal, Cuba se garantiu ao vencer a Sérvia por 3 sets a 0, parciais de 26/24, 25/19 e 26/24. As caribenhas vão decidir a vaga para a final contra o vencedor da quarta-de-final entre Estados Unidos e Itália.

Seqüência de saques e bolas rápidas

O primeiro ponto foi um bloqueio do Japão. Sinal de alerta. Era preciso ter mais paciência antes de virar as bolas. E foi o que o Brasil fez, manteve a paciência. Sabendo do grande volume de jogo e da forte defesa japonesa, a seleção brasileira optou pelas jogadas de primeiro tempo, com as centrais Fabiana e Walewska. Foi quando a equipe tomou a frente do placar e conseguiu manter a vantagem. Uma série de saques de Mari abriu sete pontos: 10 a 3. O técnico japonês Shoichi Yanagimoto pediu tempo para acalmar suas jogadoras, que não sabiam o que fazer com os flutuantes da ponteira brasileira. Uma defesa que foi para fora feita pela líbero Fabi tirou Mari do saque em 11 a 3. No segundo tempo técnico obrigatório, a seleção brasileira tinha 16 a 6. A levantadora Fofão continuou optando pela bolas rápidas, já que as de segundo tempo eram defendidas e trabalhadas pelo Japão. Assim, o Brasil fechou com o placar de 25 a 12.

Concentração colocada à prova na segunda parcial

Agência/Reuters
Jogadoras comemoram muito a passagem para as semifinas dos Jogos Olímpicos de Pequim
O Brasil continuou com a tática de explorar a bola de primeiro tempo para desestruturar a defesa japonesa, mas teve uma queda na recepção. Ao longo do segundo set, o Japão pegou o tempo do jogo brasileiro e cresceu na partida. Com quatro pontos de vantagem no placar, o Brasil deixou o Japão chegar em 12 a 11. A japonesa Erika se destacava entre as demais companheiras. Foi quando a concentração da seleção brasileira foi colocada à prova. Sentindo o momento complicado, o técnico José Roberto Guimarães parou a partida. No retorno à quadra, as brasileiras voltaram a apresentar o jogo de antes. Com paciência, foram abrindo no marcador e cravaram 25 a 20.

A seleção brasileira manteve o nível no terceiro set. Somente uma jogadora, Mari, teve uma queda no ataque. Percebendo a vulnerabilidade da sua atleta, o técnico Zé Roberto a substituiu por Jaqueline. A ponteira, que fez pequenas participações durante os Jogos Olímpicos, teve uma boa atuação. Foi pouco exigida pela levantadora Fofão, mas apareceu bem nos bloqueios e no sistema defensivo. Gostando do que via em quadra, Zé Roberto chegou a aplaudir as brasileiras. Com 24 a 15 no marcador, Sassá e Thaisa entraram na partida. O objetivo de pegar o Japão no bloqueio não foi alcançado e a mudança foi desfeita. Afinal, estava reservado para o Brasil um desfecho que resume todo o jogo. Paciência para trabalhar a bola e uma jogada rápida de primeiro tempo com Fabiana: 25 a 16.

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FONTE: GLOBO