sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Maurren supera trauma do doping e conquista o sonhado ouro olímpico


Brasileira dá volta por cima em grande estilo nos Jogos de Pequim

Maurren Maggi supera trauma e entra para a história do esporte brasileiro com ouro olímpico
Enfim, a tão sonhada medalha olímpica. E de ouro! Oito anos após sua estréia em Olimpíadas, Maurren Maggi sobe ao pódio do salto em distância, superando o trauma do doping e mostrando que tomou a melhor decisão quando decidiu voltar às pistas depois de passar dois anos parada. E uma atleta que poderia ter ficado manchada entra para a história do esporte brasileiro como a primeira a conquistar o lugar mais alto do pódio nos Jogos.

A melhor marca de Maurren foi conquistada em 1999 (7,26 m). Naquele ano, foi eleita a atleta do ano pelo Comitê Olímpico Brasileiro. No entanto, em sua estréia nos Jogos, em Sydney-2000, ficou em 25º lugar.

A esperança de medalhas renasceu em 2003, quando a paulista era dona do melhor salto da temporada, 7,06m. Favorita ao ouro no Pan de Santo Domingo, ela era uma das apostas brasileiras para os Jogos de Atenas, em 2004. No entanto, foi flagrada no exame antidoping e teve de cumprir dois anos de suspensão. O teste identificou a presença da substância clostebol, que é a primeira na lista de proibições da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF). O clostebol está presente em um creme cicatrizante que a atleta usou após uma sessão de depilação. Apesar da explicação, a punição foi mantida. Nesse período, casou-se com o piloto Antônio Pizzonia, com quem teve uma filha, Sophia. Desistiu dos treinamentos, passando a dar atenção exclusiva a Sophia, chegando a dar por encerrada a sua carreira. Após o fim do relacionamento, Maurren resolveu voltar às pistas, em 2006. Na ocasião, disse que estava voltando porque precisa sustentar a filha.

saiba mais



Em 2007, veio a confirmação de que Maurren, apesar do retiro forçado, ainda era uma das principais atletas do país. Mesmo saltando abaixo dos 7m, ela conquistou a medalha de ouro no Pan do Rio, com 6,84m. Este ano, já havia dados sinais do que viria pela frente em Pequim: em junho, garantiu a segunda melhor marca mundial do ano, 6,99m. A consagração viria nos Jogos: em seu primeiro salto, Maurren voou e atingiu o ápice de sua carreira e o melhor desempenho individual feminino da história. Concentrada, saltou 7,04m e garantiu a medalha de ouro.

Nascida em São Carlos, em 25 de junho de 1976, Maurren ganhou esse nome porque seu pai, William Maggi, fã dos Beatles, resolveu dar à filha o mesmo nome da primeira mulher de Ringo Starr, baterista da lendária banda inglesa. No entanto, houve um erro na grafia: o nome da inglesa é Maureen.

O pai, aliás, sempre foi o maior incentivador da saltadora brasileira. Apoiou a mudança da filha da ginástica olímpica para o atletismo. Para ter dinheiro para bancar a participação de Maurren nas primeiras competições, ele vendeu um kart.Hoje, comemora a volta por cima da filha.


fonte: globo