domingo, 27 de abril de 2008

Na Espanha, Barrichello diz que é recordista de provas da F-1


TATIANA CUNHAda Folha de S.Paulo

Quando alinhar neste domino seu Honda no 11º posto do grid de largada para o GP da Espanha, quarta etapa do Mundial de F-1, às 9h (de Brasília) deste domingo, Rubens Barrichello terá repetido esta cena 256 vezes em sua carreira.
Quando largar, porém, terá participado de 254 corridas. É justamente esta diferença que o colocou no centro da polêmica que virou assunto obrigatório em Barcelona. Tudo porque, segundo a contagem do brasileiro, irá igualar Riccardo Patrese como piloto com mais corridas disputadas na categoria --o italiano correu 256 provas, entre 1977 e 1993.
Em duas semanas, no GP da Turquia, Barrichello afirma que quebrará este recorde. Os critérios adotados pelo piloto da Honda para chegar a este número, no entanto, são questionáveis, já que ele inclui em sua conta duas provas em que não chegou a largar.
São elas os GPs de Espanha e França de 2002. Nas duas ocasiões, Barrichello alinhou sua Ferrari no grid mas, com problemas no carro, nem largou.
O brasileiro desconsidera somente o GP de San Marino de 1994, quando sofreu forte acidente durante os treinos. Na ocasião, feriu os lábios, luxou os braços, trincou a costela e não pôde participar nem da classificação nem da corrida em que Ayrton Senna morreu.
A FIA, entidade que comanda o automobilismo, não faz uma contagem do número de participações dos pilotos. Mas há um guia anual, feito por Jacques Deschenaux, espécie de estatístico oficial da categoria.
E os números do suíço não batem com os do brasileiro. "Só é considerado que um piloto competiu em um GP quando ele está em seu carro, no grid de largada, ou no pitlane, quando as luzes se apagarem, na primeira largada de uma corrida", explica no prefácio do guia.
É por este motivo que outro GP polêmico, o da Bélgica em 1998, conta como corrida disputada por Barrichello. Na ocasião, 13 carros se envolveram em um grande acidente na largada. A direção de prova resolveu então que nova partida seria dada. Com seu Stewart avariado, o brasileiro não conseguiu largar pela segunda vez. Sendo assim, o recorde virá só no Canadá, em 8 de junho.
Alheio à confusão estatística que causou, Barrichello só quer saber de festejar. "A gente vai como se fosse o vento, vai levando, um diz que é essa, outro diz que é aquela corrida'', falou.
"Aqui eu igualo esta marca e na Turquia, passo. Para quem não estiver feliz com isso a gente faz três comemorações. No Brasil tem tanto feriado... assim a gente faz mais três.''
Mais apressada que o piloto, só sua ex-equipe, a Ferrari. Para a escuderia, que também faz sua própria contagem, esta será a 257ª corrida de Barrichello na F-1, já que considera como GPs disputados todos aqueles que o piloto participou de ao menos uma sessão de treinos.
Nesta confusão toda, pelo menos uma coisa é certa. Em Istambul ou Montréal, Barrichello será o mais jovem piloto a chegar aos 256 GPs na F-1. O piloto completa 36 anos no próximo dia 23. Patrese tinha 39 quando alcançou a marca. (fonte da folha)