sexta-feira, 4 de abril de 2008

Pinto acusa Leão de perseguição a estrangeiros



Santos (SP) - Há dois meses, quando recebeu a contragosto quatro reforços estrangeiros, o técnico Emerson Leão avisou que seria sincero ao expor essa situação aos jogadores. Em seu último dia de trabalho no Santos, nesta quinta-feira, o chileno Sebastián Pinto cobrou a postura prometida pelo treinador, antes de pedir a rescisão de seu contrato.


“Pensei que não aconteceria nada comigo, que não seria tão grave, mas ele mantém essa forma de ser com os jogadores estrangeiros”, desabafou Pinto, em entrevista concedida à imprensa chilena. “Já não agüentava mais o que fazia comigo.


Disse as coisas na cara dele, o que ele não se atreveu a fazer. Tive muita valentia para falar tudo”, orgulhou-se.Leão, que previa a transformação do Brasil em um “paraíso dos sul-americanos” no início do ano, acredita que a contratação de um estrangeiro só é necessária quando o jogador é diferenciado.


Dos quatro que chegaram ao Santos através de uma parceria feita pelo presidente Marcelo Teixeira com o proprietário de uma rede de supermercados, por enquanto apenas o meia colombiano Mauricio Molina convenceu.Já Pinto, que substituiu o argentino Mariano Trípodi na equipe titular do Santos durante sete jogos, até a partida contra o Rio Claro, sempre foi cobrado publicamente por Leão.


“O que mais me chateava eram as declarações que ele dava à imprensa. Nos treinos, não era assim. Ele dava uma opinião à mídia e, depois, me escalava como titular indiscutível. Não entendia nada”, reclamou o chileno.Pinto diz que insistiu contra a resistência de Leão ao seu futebol. Mas nem mesmo o gol marcado no clássico contra o Corinthians, seu único pelo Santos, foi suficiente para acabar com as críticas.


Na ocasião, o atacante disse que não tinha “nenhum relacionamento” com o técnico. “Pensei que seria algo passageiro, mas ele manteve essa atitude que não entendo”, concluiu.Antes de Pinto, Leão havia provocado a saída de outros estrangeiros do Corinthians. Os argentinos Sebástian Dominguez, Mascherano e Tevez não resistiram à chegada do treinador ao Parque São Jorge.


Fonte: Gazeta Press / Placar