sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Em 'ano perdido', Marcos vê fim trágico caso time não vá à Libertadores


Goleiro considera Verdão fora da briga pelo título, critica afastamento de Obina e Maurício, mas diz que não desanima de seguir no gol


Marcos no voo de volta para São Paulo
Um sorriso e uma brincadeira com um torcedor. Uma foto e um autógrafo para outro. Marcos foi gentil e solícito com aqueles que o procuraram no aeroporto Salgado Filho, um dia depois da derrota para o Grêmio, no Olímpico. Mas por trás daquele rosto de riso fácil estava um goleiro amargurado e sentido pelo rumo que o Palmeiras tomou nos últimos dias. Depois de liderar o Brasileiro por quase três meses sem ser incomodado, o Alviverde caiu para a terceira posição, atrás de São Paulo e Flamengo. O time que antes contava os dias para ficar com a taça do Nacional, agora faz contas para assegurar uma vaga na Taça Libertadores. Tudo isso a somente duas partidas do fim da competição.



- Não penso em 2010 já porque é muita coisa, é começar a sofrer já. Eu penso no Atlético-MG e em vencer. O ano já foi perdido pela oportunidade que tivemos e não aproveitamos. Mas sem a vaga na Libertadores será um ano trágico – avaliou o goleiro de 36 anos, em conversa com o GLOBOESPORTE.COM, durante o voo de volta para São Paulo. A partida contra os mineiros comandados por Celso Roth está marcada para daqui a nove dias, no domingo 29, no Palestra Itália. Será o último jogo do Alviverde em casa no ano. A última oportunidade de agradar aos torcedores que comparecerem ao estádio e que sonharam com o título do Nacional, depois de 15 anos na fila. O duelo que já teve contornos de decisão de campeonato agora ganha cenário de drama.


O goleiro alviverde discorda do afastamento dos companheiros Obina e Maurício, que brigaram em campo
- Há pouco tempo atrás, todos achavam que este seria o jogo que definiria o campeão e agora ele se transformou em uma partida fundamental para a Libertadores. Temos de ter três coisas: concentração, treinar forte e personalidade – disse o capitão, vendo o atacante Lenny, que estava sentado ao seu lado, balançar a cabeça como positivo para o que falava. Sobre a noite da última quarta-feira, Marcos se disse desapontado com a atitude de Obina e Maurício, que se agrediram na saída para o intervalo do jogo com o Grêmio – os dois foram afastados do clube. Ele contou que as coisas logo se resolveram e que Muricy Ramalho procurou acalmar os ânimos e pensar o time, mas contando que somente o zagueiro seria expulso, por já ter um cartão amarelo – os dois acabaram fora do jogo. As atitudes dos atletas ainda em campo culminaram nos seus afastamentos do clube, anunciado logo após a derrota pelo vice de futebol, Gilberto Cipullo.



- Conversei com o Obina, que foi se despedir de todos no hotel. Foi lamentável o que aconteceu, mas não podemos colocar a culpa somente nos dois. Perdemos o campeonato há dez rodadas. Eles não têm mais culpa do que ninguém aqui. A diretoria pode e tem o direito de fazer o que fez, mas eu não concordo. Acabaram jogando uma carga grande para cima deles - comentou Marcos. Apesar dos dissabores que tem vivido com o Palmeiras nas últimas rodadas, o ídolo maior da torcida alviverde não pensa em largar o futebol por isso.


Ele afirma que, embora pense que a oportunidade de conquistar mais um título pareça distante, principalmente pela idade que tem, ele não desanimou da profissão. - Fico cansado porque o Brasileiro é longo, com viagens e não é sempre que se tem uma brecha como a que tivemos para ganhar. Mas eu não desanimo por causa de uma derrota – finalizou.
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fonte globo