quinta-feira, 25 de julho de 2013

Em coletiva interrompida por água gelada, Cuca lava a alma: 'Tive sorte'

'Se hoje o time perde nos pênaltis, sou azarado. Mas não é assim. Colhi o que eu plantei, é um time vencedor', desabafa o treinador

Por Fernando Martins Y Miguel
Belo Horizonte
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Cuca, novamente, acompanhou as cobranças de pênaltis de joelhos, assim como fizera diante do Newell's Old Boys. Quando a última bola tocou o travessão, o treinador desabou. Era o auge de sua carreira. Ouviu um "você merece" de Josué. Foi abraçado por Ronaldinho. Teve o nome gritado. Mais tarde, na coletiva, terminou de lavar a alma: recebeu a tradicional chuva de gelo, água e isotônico(veja o vídeo ao lado) enquanto comentava a alegria do primeiro grande título conquistado.
- Se hoje o time perde nos pênaltis, é azarado, eu sou azarado, o Atlético-MG é azarado. Mas não é assim. Colhi aqui no Atlético-MG o que eu plantei. Hoje com essa gurizada, é um time vencedor. Depois de tudo o que passou, pegando pênalti no final, revertendo 0 a 2 contra Newell’s e Olimpia.... Agora passa a ser um time sortudo. E hoje, tive sorte.
Antes, ainda no campo, Cuca já havia desabafado:
- Estou anestesiado. É muita emoção, muita pressão, muita responsabilidade que vem. Diziam: "Ah, o Atlético é sofrido, é azarado". E eu também. Agora quebramos isso aí, não tem mais azar. Não tem mais azar de p... nenhuma - desabafou o treinador.
Na curta entrevista coletiva, Cuca voltou uma semana no tempo, quando a equipe sofreu o gol no último minuto, em Assunção.
- Foi uma semana tensa, que cria-se uma ansiedade enorme. Você não sabe se vai virar em casa ou não. Você perder por 1 a 0 é um jogo, dois é muito diferente. Administramos aquela derrota e trabalhamos o emocional. Fizemos tudo certinho, mas hoje era um jogo tenso. Os caras são seres humanos. Tinham a obrigação de ganhar uma Libertadores que o time nunca ganhou. O primeiro tempo foi tenso, a bola queimava no pé. Normal, por ser um jogo final - analisou, antes do  primeiro banho forçado, capitaneado por Luan e Bernard.
Cuca comemoração Atlético-MG festa (Foto: AFP)
Cuca: olhos fechados e a tradicional camisa com
a imagem de Nossa Senhora (Foto: AFP)
Por fim, Cuca falou sobre a maré de sorte dos últimos dias, mas preferiu exaltar a questão técnica, até a segunda entrada dos jogadores para mais um balde de água gelada, que encerrou a breve coletiva.
- É uma mare de sorte. Eu tenho a maior sorte do mundo de ter uma família que eu tenho. De ter um emprego que eu tenho. É fruto de um trabalho longo, de dois anos. Hoje eu mudei, mas tem a paciência também. Em outros lugares não houve paciência e saí antes do que eu imaginava - comentou.
Depois do segundo banho, Cuca saiu correndo atrás dos jogadores, como se fosse pegá-los no corredor que leva ao vestiário alvinegro. Foi a saída triunfal do treinador que exorcizou todos os seus estigmas.
FONTE: GLOBO