Confira algumas das principais polêmicas que mobilizaram a modalidade
Por GLOBOESPORTE.COM
Rio de Janeiro
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O pódio, a medalha, o recorde batido e o limite superado. Muitos nomes do atletismo mundial viram tudo isso perder o sentido ao terem seus nomes envolvidos em casos de doping. Os dois últimos foram os medalhistas olímpicos Tyson Gay, dos Estado Unidos, e Asafa Powell, da Jamaica. Ambos testaram positivo para substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping (WADA) e estão fora do Mundial em agosto, na Rússia.
Tyson Gay e Asafa Powell não foram os únicos envolvidos no escândalo de doping deste fim de semana. Sherone Simpson, campeã olímpica em 2004 no revezamento 4x100m e prata em Pequim 2008 nos 100m e em Londres 2012 no 4x100m, e mais três atletas jamaicanos ainda não identificados testaram positivo. Antes deles, outros casos foram emblemáticos.
Relembre os 10 principais casos de doping no atletismo mundial:
MARION JONES: As três medalhas de ouro (100m, 200m e 4x400m) e as duas de bronze (salto em distância e 4x100m) conquistadas em Sydney 2000 foram retiradas. Em 2007, a velocista americana confessou diante de um tribunal ter participado dos Jogos Olímpicos da Austrália sob o efeito de esteroides anabolizantes. Aos 32 anos na época, ela foi condenada a dois anos de suspensão e se aposentou do esporte. Não fosse o bastante, em 2008, a ex-atleta foi condenada a seis meses de detenção por ter cometido delitos de falso testemunho em duas investigação federais.
BEN JOHNSON: Apontado como o homem mais rápido do mundo no fim da década de 1980, o canadense foi campeão olímpico por 48 horas nos Jogos de Seul, em 1988. Dois dias depois do topo do pódio nos 100m (batendo seu próprio recorde mundial, com 9s79), um exame antidoping apontou o uso de estanaozolol, esteroide proibido pelo COI, e desmoralizou seu feito. Além de perder a medalha, foi suspenso por dois anos. Em 1993, Johnson voltou a competir e acabou caindo novamente no antidoping, por excesso de testosterona. Dessa vez, o velocista foi banido do espote.
TIMOTHY MONTGOMERY: O americano teve seus recordes dos 100m anulados em 2005, quando foi acusado formalmente de doping pela Agência Antidoping dos Estados Unidos (Usada). Após ser declarado culpado, perdeu todos os resultados obtidos desde 31 de março de 2001. Seus exames apontavam o uso de esteroide anabolizante. Montgomery ganhou duas medalhas olímpicas no revezamento 4x100m: ouro em Sydney 2000 e prata em Atlanta 1996.
MAURREN MAGGI: Há dez anos, a então promissora saltadora foi suspensa por duas temporadas. Favorita ao ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, em 2003, ela era uma das apostas brasileiras para as Olimpíadas de Atenas 2004. No entanto, foi flagrada em um exame antidoping e teve de cumprir dois anos de suspensão, dando adeus aos Jogos da Grécia. Seu teste identificou a presença de uma substância proibida, o clostebol, presente em um creme cicatrizante que a atleta alegou ter usado em uma sessão de depilação. Maurren, no entanto, deu a volta por cima e faturou a medalha de ouro no salto em distância dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008.
REDE ATLETISMO: No ano de 2009, às vésperas do Mundial de Berlim, o atletismo brasileiro viveu um de seus capítulos mais tristes: cinco atletas do extinto clube Rede Atletismo foram flagrados no exame antidoping e suspensos por dois anos. Bruno Lins, Jorge Célio, Josiane Tito, Luciana França e Lucimara Silvestre foram defendidos pelos técnicos Jayme Netto e Inaldo Sena, que assumiram a culpa pelo incidente e foram banidos do esporte. No entanto, eles conseguiram revogar a punição junto ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS).
CARL LEWIS: O ex-atleta americano ganhou 10 medalhas olímpicas, sendo nove de ouro. Imortalizado no Hall da Fama do Atletismo, ele também já teve seu nome envolvido em um caso de doping. Em 2003, a imprensa dos Estados Unidos divulgou que Lewis não poderia ter participado das Olimpíadas de Seul, em 1988, uma vez que teria sido flagrado na seletiva americana, dois meses antes. Seu exame apontaria antigripais.
JUSTIN GATLIN: Campeão olímpico dos 100m em Atenas 2004, o americano também caiu em um exame antidoping. Há sete anos, ele foi pego por excesso de testosterona e foi condenado a ficar oito anos longe das pistas de atletismo. No entanto, Gatlin recorreu ao tribunal e conseguiu reduzir sua pena para quatro anos, voltando a competir nos Jogos Olímpicos de Londes, quando faturou a medalha de bronze nos 100m.
NADZEYA OSTAPCHUK: A atleta de Belarus testou positivo para a substância metenolona, classificada como um agente anabolizante e proibida durante os Jogos Olímpicos de 2012. Com o resultado, Nadzeye perdeu a medalha de ouro no arremesso de peso que havia conquistado em Londres, quando conseguiu a marca de 21,36m em sua prova. Em Pequim 2008, a atleta havia faturado a medalha de bronze.
YOHAN BLAKE: Às vésperas do Mundial de Atletismo de 2009, Blake e outros quatro jamaicanos testaram positivo para um estimulante. Na ocasião, um comitê da Comissão Antidoping do país declarou os atletas como inocentes, uma vez que a droga não estava na lista de proibições da WADA. No entanto, a federação da Jamaica optou por retirar Blake das competições. Ficou acordada uma suspensão de três meses.
VERONICA CAMPBELL-BROWN: Bicampeã olímpica nos 200m em Atenas 2004 e Pequim 2008, a jamaicana foi suspensa preventivamente, em junho, pela Federação Jamaicana de Atletismo após ter sido reprovada em um exame antidoping pelo uso de um diurético, que pode mascarar substâncias proibidas pela WADA, Agência Mundial Antidoping. Veronica se retirou voluntariamente das próximas competições e aceitou a punição preventiva da Associação Internacional de Atletismo (IAAF).