Inter já teve outros jogadores envolvidos, como Marcão e Anderson. Nomes como Romário e Deco também foram flagrados nos exames, mas absolvidos posteriormente
Nilton e Wellington estão suspensos preventivamente por 30 dias (Foto: Globoesporte.com)
O doping dos colorados Nilton e Wellingtonnão foi um caso isolado. As lembranças remetem a fatos além do Beira-Rio, passam por ídolos do Brasil e atinge também o exterior. Substâncias usadas para melhorar o condicionamento dos jogadores ou mesmo drogas sociais já foram flagradas em inúmeras ocasiões no futebol. Propositalmente ou por desconhecimento de seus efeitos, atletas acumulam condenações e absolvições nas cortes do esporte.
No início da noite de segunda-feira, a direção do Inter convocou uma entrevista coletiva emergencial para informar que a dupla de volantes havia testado positivo em três partidas para as substâncias hidroclorotiazida e clorotiazida, ambas classificadas como diuréticos.
No caso de Nilton, houve a verificação dos testes no jogo contra o Corinthians, no dia 16 de setembro, pelo Brasileirão, e contra o Palmeiras, dia 30 de setembro, pela Copa do Brasil. Wellington foi flagrado no dia 23 de setembro, no jogo de ida contra o Palmeiras, pelas quartas de final da Copa do Brasil. Não há riscos de o clube perder pontos no Brasileirão. O Inter garantiu confiar na idoneidade da dupla e já começou a preparar as defesas:
– Iniciaremos um processo de defesa de todos os meios possíveis no nosso direito, provas periciais, laboratoriais. Já estaremos exercendo a chamada defesa prévia perante o STJD na próxima segunda-feira. Esta demanda bastante complexa está a cargo dos advogados Daniel Cravo e Rogério Pastl, que saberão conduzir o processo no sentido da absolvição dos atletas – afirmou o vice jurídico do Inter, Giovani Gazen.
O GloboEsporte.com relembra outros episódios de doping no futebol:
DOPING NO BEIRA-RIO
Marcão foi flagrado em 2007 (Foto: Divulgação, Inter)
Em 1997, Anderson foi acusado de doping. O volante havia testado positivo para morfina. Após ser punido preventivamente, acabou absolvido após o clube provar que ele tinha ingerido pão com semente de papoula.
Dez anos depois, Marcão acabou flagrado com a substância finasterida, utilizada contra a queda de cabelo. O lateral-esquerdo foi punido por quatro meses, mas conseguiu diminuir a pena pela metade em troca de doações de 60 cestas básicas.
Ano passado, o Inter contratou Alan Ruschel. O caso, entretanto, ocorreu antes de chegar ao Beira-Rio. Quando defendia a Chapecoense, caiu com a substância hidroclorotiazida. Ficou sete meses sem atuar, até enfrentar o Veranópolis.
MAGRÃO CAI DURANTE GAUCHÃO
A edição do Gauchão deste ano também foi marcada por um caso de doping. Em abril, Magrão, então defendendo o Novo Hamburgo, caiu com níveis elevados de HCG, um hormônio feminino. O ex-volante de Inter, Palmeiras e Corinthians explicou que luta contra um câncer nos testículos desde 2011, quando atuava nos Emirados Árabes. Depois, Magrão resolveu se aposentar.
Magrão foi flagrado neste ano pelo Novo Hamburgo (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)
CASOS NA BASE DO GRÊMIO
Em 2013, o STJD suspendeu os jovens da base do Grêmio Matheus Oliveira e Felipe Ferreira por oito meses devido ao uso de substância proibida. Também denunciado, o preparador físico Diego Vieira Mello foi demitido do clube por suposta responsabilidade no caso. O órgão de justiça desportiva, no entanto, absolveu o profissional.
ROMÁRIO SOFRE COM CALVÍCIE
Em 2007, Romário também foi flagrado no antidoping. Assim como Marcão, o então atacante do Vasco caiu com a finasterida. O Baixinho poderia pegar 120 dias, mas acabou absolvido da acusação. Romário esclareceu que era usuário da finasterida há dez anos em decorrência da queda de cabelo, mas nunca tinha sido pego nos exames.
Romário foi pego com substância finasterida (Foto: Ag. Lance )
DECO CAI COM DIURÉTICO E HORMÔNIO
Ex-meia do Barcelona, Deco testou positivo para as substâncias hidrocloratiazida (diurético) e carboxi-tamoxifeno (hormônio) em março de 2013, quando atuava pelo Fluminense. Em setembro daquele ano, foi suspenso por um ano pelo STJD. Em maio de 2014, já aposentado do futebol, acabou absolvido pelo Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), na Suíça.
Deco foi absolvido após se aposentar (Foto: Bruno Haddad / FluminenseFC)
JOBSON ADMITE USAR CRACK
O caso do atacante Jobson remete a 2009, quando foi pego no antidoping por uso de cocaína. O jogador, à época no Botafogo, admitiu que usava crack e foi suspenso por dois anos pelo STJD. Depois, a pena foi diminuída para seis meses. O problema, no entanto, aumentou neste ano. A Fifa acatou pedido da federação árabe por ele ter se recusado a realizar o exame antidoping na época em que esteve no Al Ittihad, entre 2013 e 2014, e suspendeu Jobson por quatro anos. O atacante havia voltado para o Botafogo.
Jobson caiu pela primeira vez em 2009 (Foto: Vitor Silva / SSPress)
FRED NA COPA AMÉRICA
Ex-volante do Inter e hoje no Shakhtar Donetsk, Fred foi julgado pela Conmebol por ter sido pego no exame antidoping durante a disputa da Copa América deste ano. A substância registrada no teste também é a hidroclorotiazida. O resultado ainda não foi divulgado, mas o jogador pode pegar até um ano de suspensão.
Volante disputou a Copa América pela seleção brasileira (Foto: Reprodução / Site oficial )FONTE: GLOBO