Volante do Chelsea, que assistiu a jogo do cunhado em Florianópolis, diz que esperava jogar Copa das Confederações e ainda aguarda chance de Felipão
Por Marcelo Silva
Florianópolis
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A tarde desta terça-feira, na Ressacada, foi diferente. Nenhuma contratação do Avaí para a Série B ou mais dispensas no elenco. A atenção esteve voltada para fora dos campos do Centro de Formação de Atletas avaiano. O motivo foi a presença de Ramires, volante do Chelsea até então convocado para a Seleção Brasileira, mas preterido por Luiz Felipe Scolari para a Copa das Confederações. O jogador do clube inglês visitou as dependências do clube catarinense e assisitiu a uma partida sub-12 em que o irmão de sua esposa atuou.
Antes da partida, o jogador visitou os vestiário do Avaí, conversou com alguns atletas e membros da comissão técnica da equipe azurra, incluindo o técnico Hemerson Maria, e atendeu a imprensa, que também cobria o treino do time principal avaiano. Ao lado de familiares, Ramires estava tranquilo, diferente de quando viu que seu nome não estava na lista final de Felipão para integrar a Seleção na Copa das Confederações.
– Chateado eu fiquei, claro, porque tenho objetivos. Trabalhei o ano inteiro pensando na Copa das Confederações, aí chega lá na hora da lista final, você não está, fica chateado, mas já passou. Estou pensando na frente, voltar ao Chelsea, fazer um bom trabalho e voltar para a Seleção. Torci bastante, sempre falei que a taça deveria ficar no Brasil, da Copa do Mundo também. Tenho, sim, chance de voltar, vou trabalhar. Não dá para falar muito de fora, a resposta tem que ser dada dentro de campo, tem que jogar bola e não falar nada – falou Ramires.
Chateado eu fiquei, claro. Mas nada é impossível, tem um ano ainda para poder jogar a Copa do Mundo"
Ramires,
volante do Chelsea
A não ida do jogador para a competição na qual o Brasil foi campeão, no último domingo, pode ter a ver com um incidente considerado pela comissão técnica chefiada por Felipão. Convocado para o amistoso contra a Inglaterra, em março, Ramires acabou não se apresentando no dia previsto. Ao invés disso, comemorou o aniversário da esposa num restaurante de Londres, mesma cidade onde reside.
– Não sei o que chegou até o Felipão, a gente não sabe como chegam as coisas. É opção do treinador, ele optou por me deixar de fora. Nunca tive problema por onde passei, estou tranquilo. Se tiver oportunidade, estou aí, vou trabalhar para entrar. Nada é impossível, tem um ano ainda, muita coisa pode acontecer. Nem os que estão no grupo podem não chegar na Copa. Tem que mostrar a cada temporada, estou motivado para esse ano, que vou voltar à Seleção. Se tiver 1% (de chance) já está ótimo, se tiver eu vou buscar – espera o jogador.
Como diz Ramires, bola para frente. Ainda nesta semana ele retorna para a capital inglesa. Nos Blues, o brasileiro vai encontrar cara nova no banco de reservas. No lugar de Rafa Benítez, José Mourinho reassume o comando técnico do Chelsea. Para Ramires, uma oportunidade única, em poder trabalhar com um dos treinadores mais vencedores dos últimos anos, uma honra, segundo o volante, que espera não ter trabalho com o português.
– O Mourinho é um treinador que dispensa comentários, vou aprender muito com ele. Qual jogador não sonha em trabalhar com um treinador como ele? Estou muito motivado, essa semana eu volto, vou ter o primeiro contato com ele e espero que corra tudo bem. Ele é bravo, mas se fizer bem feito o que ele pedir, consegue amansar ele (risos). O futebol inglês é sempre difícil, os grandes contratam bastante, o Chelsea também está contratando. Acho que vai ser uma temporada muito mais difícil do que a passada. Este ano estaremos mais fortes para brigar pelo título – comenta Ramires.
Revelado pelo Joinville, time do Norte de Santa Catarina, o jogador do Chelsea admitiu mais uma vez o seu desejo em poder encerrar a carreira no JEC. Segundo Ramires, para dar em troca o que o clube o proporcionou. De Santa Catarina, ele foi para Cruzeiro, onde chamou a atenção do Benfica. Do clube português, Ramires chegou ao Chelsea, clube em que foi campeão da Liga dos Campeões da Europa da temporada 2011/12. Na última semana, ele voltou a vestir a camisa tricolor num amistoso beneficante contra padres de Joinville.
– Sempre falei que, quando voltar para o Brasil, nem que seja para jogar um jogo pelo Joinville, eu quero voltar. Retribuir o carinho da torcida, que o povo do Joinville tem por mim. Sempre que chego lá sou bem recebido, a emoção nem tem como falar. A hora que cheguei ao vestiário e me deram a camisa, mesmo em um jogo festivo... É sempre um orgulho poder voltar para casa, porque foi o Joinville que me revelou. Fiquei muito feliz por eles lembrarem de mim.