quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Luis Fabiano: ‘Hoje em dia o futebol não se joga só com nome, tem de correr, lutar’


Fabuloso espera confronto com a Venezuela diferente do que foi na recente derrota em amistoso. Atacante se diz feliz com momento na carreira


Luis Fabiano tomou conta da camisa 9 do Brasil
O atacante Luis Fabiano tornou-se um dos destaques da seleção brasileira do técnico Dunga. O jogador foi o que mais se encaixou no comando de ataque do Brasil desde que Ronaldo Fenômeno deixou o posto, após a Copa de 2006. Nesta quinta-feira, o técnico Dunga fará a convocação para os jogos contra Venezuela e Colômbia, pelas eliminatórias. Humilde, o Fabuloso não se sente com vaga garantida na relação.


Nesta entrevista por telefone ao GLOBOESPORTE.COM, Luis Fabiano fala de seu momento pessoal e também sobre o momento da seleção brasileira. O atacante lembra que vai ser preciso suar para vencer a antes fraca Venezuela e mostra confiança na volta por cima da seleção. Por fim, diz estar muito feliz no Sevilla, clube com o qual renovou contrato até 2011. Confira a entrevista. Há pouco menos de um ano, em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM (leia aqui), você estava sem esperanças de ser chamado para a seleção. Hoje, você é o titular da camisa 9. Imaginava esta mudança tão grande? LUIS FABIANO: Quando eu não estava sendo convocado, é lógico que eu fiquei triste, até porque eu vivia bom momento no Sevilla. Mas acho que isso é normal, há que se esperar a oportunidade, e graças a Deus ela chegou.


Fico muito feliz por estar tendo uma seqüência que nunca tive na seleção, e acho que esse é o caminho para continuar fazendo gols. Você ainda fica com frio na barriga antes da convocação ou já se sente parte permanente do grupo? Quanto à convocação a expectativa é sempre a mesma. Vivo dia a dia esperando o momento da convocação, porque só acredito quando o nome está na lista. Estou ansioso para que chegue a quinta-feira e eu possa ver meu nome novamente.

Agora, com a cabeça fria, o que você acha que aconteceu para a seleção brasileira ter jogado tão mal contra a Bolívia, após ter encantado contra o Chile, em Santiago?

Divulgação/CBFNews
Fabuloso gostaria de ter mais tranqüilidade para trabalhar na seleção brasileira
A gente não conseguiu se livrar da marcação, que foi muito forte. A Bolívia fechou os espaços, marcou muito bem, fez o jogo da vida. A gente não conseguiu criar jogadas, o tempo foi passando, a gente acabou foi ficando ansioso para fazer o gol e complicou um pouco o jogo.


Acredito que se tivéssemos feito um gol logo no início a coisa seria diferente. Paciência, a gente lutou até o final, infelizmente não conseguimos manter uma boa seqüência depois de vencer o Chile, o que ia nos dar uma tranqüilidade maior. Mas passou, agora temos de pensar nos próximos jogos. A pressão que existe sobre a seleção chega a afetar o trabalho de vocês na Granja ou é possível manter uma tranqüilidade?

Tranqüilidade, tranqüilidade, a gente não tem. A gente gostaria de trabalhar com elogios, com a imprensa e a torcida do nosso lado. Mas dentro do grupo temos total tranqüilidade, o grupo é excelente e coisa de fora não entra para atrapalhar.


A seleção perdeu um amistoso para a Venezuela (2 a 0, em junho). O que vocês podem tirar daquela partida como lição para o jogo do dia 12 de outubro, pelas eliminatórias? Em outros tempos os venezuelanos eram uma presa fácil, mas agora...


Hoje em dia o futebol não se joga só com nome, tem de entrar em campo e correr, lutar, sofrer, se quiser vencer o jogo. Aquela partida foi um amistoso. Foi uma fatalidade que aconteceu, acabamos perdendo. Mas agora é diferente, vale três pontos, vale a classificação para a Copa do Mundo. Todos querem ganhar, e não tem nada a ver com aquele amistoso. Vai ser um jogo mais disputado e com certeza a gente vai fazer uma boa partida. Eu acho que a seleção tem tudo para vencer e voltar a ser aquilo que era antes.

O que podemos esperar do Sevilla nesta temporada?

Agência/Reuters
Luis Fabiano fez um gol em três jogos disputados pelo Sevilla neste Campeonato Espanhol
O Sevilla vai seguir lutando pelas primeiras posições. O clube está numa fase de transição, a gente infelizmente vai ter que entrosar o time dentro da competição, já que muitos jogadores saíram. O começo foi bom. Tivemos dois empates fora de casa, o que é sempre bom, enquanto que as duas equipes chamadas grandes (Real Madrid e Barcelona) perderam fora. O Sevilla vai fazer um bom Campeonato Espanhol, vamos sofrer por ter de entrosar o time dentro da competição, o que é difícil, mas com certeza faremos mais um belo campeonato. Está feliz no Sevilla ou pensa em mudar de clube? Estou feliz, acabo de renovar (até 2011). O Sevilla é considerado um time de categoria na Espanha, um time perigoso e de qualidade. O clube é fantástico, dá totais condições para trabalhar, e estou feliz pelo momento que eu estou vivendo, e mais feliz porque estou indo para a seleção. Isto ajuda e muito para a confiança e para continuar trabalhando. Estou muito feliz mesmo.


FONTE: GLOBO