terça-feira, 29 de março de 2011

Cafu comenta partida na Chechênia e revela surpresa com crítica de Raí

28/03/2011 23h35 - Atualizado em 28/03/2011 23h52

Cafu comenta partida na Chechênia e revela surpresa com crítica de Raí

Para capitão do Penta, presença de craques brasileiros trouxe alívio à população local e acusações contra o presidente não importam

Por GLOBOESPORTE.COM São Paulo

Cafu Bem Amigos (Foto: Reprodução)
Cafu defendeu a realização de amistoso na
Chechênia, no ''Bem, Amigos' (Foto: Reprodução)

O ex-lateral Cafu, capitão da Seleção Brasileira na conquista da Copa do Mundo de 2002, defendeu a realização de uma partida de exibição na Chechênia, com a presença do presidente da república russa, Ramzan Kadyrov. O jogo contou com a presença de jogadores das Copas de 94, 98 e 2002.

A Chechênia tenta sua independência da Rússia desde 1991 e, apesar do acordo de cessar-fogo assinado em 1997, ainda não há paz na região. Em meio ao conflito, Kadyrov é acusado de violência e de violar os direitos humanos. Mas, para Cafu, a vida política não importa aos jogadores.

- Fomos inaugurar um estádio e ponto final. Qual é o problema do cara que manda no país jogar com a gente? Se ele é um ditador ou se é gente boa não é problema nosso. Isso é um problema dele com o país dele - disse o ex-capitão da Seleção.

Cafu afirmou também que a presença dos craques brasileiros confortou a população chechena, depois dos conflitos:

- O futebol acaba parando guerras. A gente foi levar um pouco de alegria para o país. As pessoas puderam ver grandes ídolos ali, gente que eles só viam pela televisão. Não vejo problema nenhum. Fomos muito bem tratados. Não tenho nada a reclamar, não tive nenhum tipo de problema.

'Brazil Stars': presidente da Chechênia perde pênalti defendido por Zetti (Foto: Reuters)Presidente da Chechênia cobra pênalti, observado por Cafu e Júnior Baiano (Foto: Reuters)



Cafu também comentou as declarações de Raí, ex-companheiro de São Paulo e Seleção. O ex-lateral afirmou que ficou surpreso com as críticas do amigo. O camisa 10 do Tricolor nas Libertadores de 92 e 93 afirmou que o jogo foi "uma imbecilidade", "um evento político" e disse que estava envergonhado e arrependido de ter entrado em campo.

- Eu me surpreendi com as declarações do Raí. Achei infeliz, vindo de uma pessoa que eu admiro e tenho extrema confiança. O Raí é uma pessoa muito bem-informada e inteligente. Dificilmente ele não sabia aonde estava indo. Sabíamos que tinha envolvimento político, sabíamos que o presidente ia jogar com a gente, sabíamos que parte da renda seria revertida para as vítimas da enchente no Rio de Janeiro.

Despedida dos gramados

Sem disputar uma partida desde julho de 2008, quando encerrou seu contrato com o Milan, Cafu encerrou a carreira sem um anúncio e uma partida oficial. O ex-jogador afirmou que pretende preencher essa lacuna até junho, mesmo que a partida não tenha a chancela da CBF:

- Vou fazer um jogo de despedida. Esse jogo vai sair. De repente vai ser até antes do jogo do Ronaldo (contra a Romênia, em 7 de junho). Independente da CBF. Até para que o torcedor brasileiro possa me ver jogando, já que meu ultimo clube foi o Milan, da Itália.

O ex-jogador também revelou propostas do Santos e do Grêmio Barueri e que não assinou com o Peixe por causa da morte de seus pais:

- Tive problemas com o meu pai e a minha mãe. Pedi um tempo para o Santos, até que esses problemas fossem resolvidos. Infelizmente, meu pai morreu uma semana depois dessa conversa com o Santos. Minha mãe também morreu seis meses depois. Tive propostas para sair do país novamente, mas eu queria me fixar no Brasil, montar uma base aqui.

fonte: globo