Em entrevista ao Arena SporTV, treinador revela, pela primeira vez, os detalhes dos bastidores de sua saída do time inglês, em
Felipão na TV Globo, antes de sua participação no Arena (Foto: Adilson Barros/GLOBOESPORTE.COM)
O técnico Luiz Felipe Scolari, do Palmeiras, falou nesta segunda-feira pela primeira vez, abertamente e citando nomes, sobre os bastidores de sua saída do Chelsea. Durante sua participação no programa Arena SporTV, o treinador admitiu que sua saída do clube inglês começou porque ele não conseguiu contornar uma crise provocada pelo atacante marfinense Didier Drogba.
Felipão, que ficou nos Blues de julho de 2008 a fevereiro de 2009, explicou que o problema começou quando ele determinou que todos os jogadores machucados deveriam se submeter a tratamento no clube e não em clínicas particulares. Segundo o técnico, Drogba quis tratar uma lesão de joelho em Cannes (França). Ele não permitiu. Meses depois, foi demitido.
- O departamento médico mandava nossos atletas realizarem cirurgias fora. Como eu tinha confiança neles, eu disse: ‘A partir de hoje, é tudo aqui’. Aí, começou o meu problema. Porque, em determinado momento, o Drogba precisou operar o joelho. Ele tinha jogado 15 jogos à base de injeções. E eu não queria isso, não aceitava. Só que eu achava que ele deveria fazer seu tratamento no clube, mas ele queria ir para Cannes. E no verão. O bobo aqui falou que não. Começou aí – disse.
Felipão passou a escalar Anelka no comando do ataque, preterindo o marfinense. O francês começou a marcar e se tornou vice-artilheiro do Campeonato Inglês. No entanto, o próprio Anelka, segundo o técnico, se virou contra ele no momento da crise.
- Eu apostei no Anelka, mas ele não foi meu parceiro. Dividiu. Não teve aquela atitude do tipo: ‘Ele apostou em mim. Então, vou para a briga’. Comecei a não ter o domínio do grupo - explicou.
O técnico tentou remediar a situação se livrando de Drogba. Ele diz que conseguiu alinhavar um acordo com o Inter de Milão para trocar o marfinense por Adriano, que ainda não tinha emplacado na Itália.
- Queria o Adriano, que estava com algum problema lá no Inter (em 2008). O (José) Mourinho (técnico do Inter na ocasião) já tinha aceitado. A minha diretoria estava com dúvida, mas eu falei que a bronca fora de campo eu segurava. Só que o Adriano começou a entrar nos jogos lá e gol, gol, gol. Não deu.
Alemão descontente
Felipão ainda revelou que o meia alemão Michael Ballack também estava descontente com o seu comando. Afinal, mesmo titular da seleção de seu país, não formava entre os 11 no Chelsea.
- Ele estava, normalmente, arredio porque eu trouxe o Deco, que jogava na mesma posição. Só que ele não entendeu que eu não era contra esse ou aquele jogador. Estava pensando em fortalecer o grupo, como sempre faço nos meus trabalhos nos clubes do Brasil e na seleção de Portugal.fonte: globo