quarta-feira, 22 de julho de 2009

Renato Gaúcho faz mea-culpa e diz estar menos falastrão na volta ao Fluminense


Treinador diz que vai tentar controlar mais as palavras e admite ter errado no ano passado ao declarar que o Fluminense "iria brincar no Brasileiro"

Renato Gaúcho observa as anotações no primeiro treino com o Fluminense
Menos falastrão e tomando mais cuidado com as palavras. Renato Gaúcho assumiu o Fluminense nesta terça-feira falando em amadurecimento, em reflexão. E fez mea-culpa com uma declaração que marcou a sua última passagem pelo clube.



O episódio ocorreu quando o time estava disputando a final da Libertadores, Renato garantiu que não estava preocupado com o fato de o time estar na zona de rebaixamento do Brasileiro. E disse que o Tricolor iria brincar na competição.


Mas a recuperação não veio, as cobranças surgiram, e ele acabou demitido. Curiosamente, agora assume a equipe na mesma posição que deixou em 2008: em penúltimo. - Eu errei ao ter falado "vamos brincar no Brasileiro". Em compensação, alguns maldosos ficaram martelando isso. O Ronaldo falou a mesma coisa agora só que com outras palavras. E ninguém falou nada. Eu errei, assumo.


Não tenho problema com isso. Assumir um erro é ser grande também. Infelizmente, às vezes, as pessoas exageram. Durante a apresentação, Renato procurou não fazer promessas, não falar que o time iria, por exemplo, lutar por uma vaga na Libertadores. E culpou parte da imprensa pela mudança de comportamento das pessoas envolvidas no futebol nos últimos anos.


- Vocês ficam falando que jogadores e treinadores hoje ficam virando robôs por causa dos assessores de imprensa. Mas é porque muitas vezes alguns profissionais (de imprensa) exageram. Daqui a pouco vai virar isso mesmo. Pessoas com frases feitas, sem nada.


Não vai ter uma brincadeira, uma conversa em off (sem a gravação), um contato - disse Renato Gaúcho que nega a fama de ser falastrão. - Se o treinador não falar, quem vai falar? Infelizmente alguns de vocês, não são todos, estão mudando as características de alguns jogadores e treinadores porque uma palavra mal colocada vira uma tempestade.

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Se uma "nova versão" de Renato Gaúcho vai surgir, só o tempo vai dizer. O próprio treinador admite que toda mudança não acontece da noite para o dia. - Fica difícil falar o que mudou ou não. Só com o tempo vocês vão perceber.



Com o tempo você vai ficando mais experiente e deixando de fazer algumas coisas. Eu sou ser humano e erro como todo mundo. Mas na nossa profissão, se isso acontece, você é crucificado. Acho que preciso controlar mais as palavras. Às vezes, é preciso pensar cinco vezes antes de falar alguma coisa.



Já que alguns vão interpretar de uma forma e outros, de outra. Renato estava há sete meses sem emprego até receber o convite do Fluminense. Procurou curtir a vida, como mesmo definiu, viajar e ficar com a família. Era figurinha carimbada nas partidas de futevôlei no Posto 9 da praia de Ipanema até nos dias de semana. Tempo que serviu para recarregar as energias.


- O treinador precisa descansar uns quatro meses por ano. É muito estressante essa profissão. Você trabalha muito, tem pressão. E nas supostas férias, quando acaba a temporada, você não descansa, já que precisa ficar resolvendo pré-temporada, contratações, essas coisas. As férias me fizeram bem. Renato vai dirigir o Flu pela quinta vez.



E garante que não pensa em ficar marcado por praticamente só trabalhar no clube. - De maneira alguma. Há muitos técnicos que só treinam times de São Paulo. Não me incomodo em sair do estado e treinar outros times. Mas como me estresso, quero ficar feliz todo dia 10 (normalmente dia do pagamento no futebol).


Só não estou fora do Rio de Janeiro porque não acertei financeiramente com os clubes que me fizeram propostas. Antes de vir para cá, por pouco não fechei com o Sport, por exemplo (que acabou acertando com Emerson Leão).


fonte: globo