Presidente do Flu explica insucesso na negociação com Gilson Kleina, diz que clube está concentrado no jogo desta quarta e pede o apoio da torcida
O presidente do Fluminense, Peter Siemsen (Foto: Emiliano Tolivia / Globoesporte.com)
A espera da torcida tricolor por um pronunciamento oficial da diretoria terminou. Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, o presidente Peter Siemsen explicou todo o desenrolar da mal-sucedida contratação do técnico Gilson Kleina, que chegou a ser anunciado pela assessoria de imprensa do clube e depois não foi liberado pela Ponte Preta. Negando por enquanto qualquer contato com Joel Santana, que pediu demissão do Botafogo nesta terça-feira, e lembrando que Abel Braga sempre será bem-vindo nas Laranjeiras, Peter preferiu analisar como normal toda a situação e deu força para Enderson Moreira, auxiliar técnico permanente que comandará o Tricolor diante do América do México, nesta quarta-feira, às 21h50m (de Brasília), no Engenhão, pela Libertadores.
- Foi uma situação normal que já vi acontecer no futebol outras vezes. Estava tudo fechado e ele disse que já estava a caminho do aeroporto e só iria passar na Ponte Preta para assinar a rescisão de contrato. Confiamos no Gilson, demos a informação de forma oficial e depois ele ligou dizendo que a situação estava complicada e que iria ficar em Campinas - explicou Peter.
Segundo o presidente, o empresário de Gilson Kleina entrou em contato com a diretoria tricolor na noite de domingo dizendo que o treinador se colocava à disposição do clube. Peter explica que se interessou por ser um técnico jovem - Kleina tem 42 anos - em crescimento e com potencial para se destacar no futebol brasileiro. Gilson garantiu que seria fácil se desligar da Ponte Preta e o Tricolor se ofereceu para pagar a multa rescisória caso alguma coisa desse errado. Depois de acertar tudo, Kleina e mais dois auxiliares marcaram passagem para às 19h30m rumo ao Rio de Janeiro. Já tinham até hotel reservado na capital carioca. Peter falou com o treinador mais uma vez e ouviu do mesmo que faltava apenas passar na Ponte Preta para assinar a rescisão de contrato.
- Futebol não é uma ciência exata. Não posso mandar uma pessoa até lá para garantir que ele venha. Aconteceu, bola para frente. O trabalho para contratar um treinador é complexo. Técnico e clube precisam estar alinhados para dar tudo certo. Qualquer erro pode criar uma nova dívida e mais problemas. Não quero um profissional para cair em um mês. O objetivo é o trabalho de médio a longo prazo. No momento o nosso técnico é o Enderson, que tem um potencial muito grande e vai amadurecer com a responsabilidade. Confiamos nele - garantiu.
Segundo o presidente do Fluminense, o clube agora não tem mais previsão para anunciar um novo treinador. Peter explica que, até o momento, Joel Santana não foi procurado, e lembra que Abel Braga sempre será bem-vindo.
- Por enquanto, não tem nada de Joel. Eu aprovaria todos os grandes técnicos do Brasil. Mas no momento isso não existe e não temos previsão para anunciar um novo técnico. Estamos focados em uma semana difícil com um jogo importante e queremos dar todo o respaldo necessário ao Enderson - disse ele, sem descartar ainda que Abel Braga possa assumir o clube em junho, quando terminar seu contrato com o Al Jazira, dos Emirados Árabes: - Abel mora em nossos corações. E será sempre um técnico bem-vindo nas Laranjeiras. Vamos esperar para ver como as coisas vão se sair até o fim do contrato dele.
As mudanças no departamento de futebol deram início a uma crise interna que culminou com a saída do técnico Muricy Ramalho e ainda não terminou. No meio de tudo isso, o Fluminense tem um jogo decisivo nesta quarta-feira, contra o América do México, pela Libertadores. Só uma vitória interessa e mantém o Tricolor com chances reais de classificação para a segunda fase. Para resgatar o bom futebol, Peter pede que o torcedor abrace o time mais uma vez.
- Já passamos por situações piores. Em 2009, a chance de rebaixamento era enorme. O futebol passou por mudanças difíceis no meio de tudo isso, com jogadores afastados e mudanças de técnico. Mas o time foi abraçado pela torcida e se salvou. São coisas que acontecem no futebol. Muricy nos deixou em uma hora difícil na qual o clube não estava preparado para essa ruptura de surpresa. Internamente eu garanto que o clube está estabilizado em termos de gestão. O ambiente entre os jogadores é bom. O Santos também está com um técnico interino na Libertadores e o Flamengo foi campeão brasileiro em 2009 da mesma maneira, com o Andrade assumindo o time interinamente no início. Vamos dar a volta por cima - disse.
fonte: globo