Secopa diz que paralisação é parcial e que consórcio responsável pela obra negocia com sindicato. Representante dos operários acusa até falta de água
Os operários que fazem as obras do Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, para Copa do Mundo de 2014, cruzaram os braços na manhã desta quarta-feira. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belo Horizonte, a reivindicação é por melhores salários e condições de trabalho.
Máquinas em ação nas obras do Mineirão nesta quarta-feira: poucos trabalhadores não aderiram à greve (Foto: Leonardo Simonini / Globoesporte.com)
Osmir Venuto, presidente do sindicato, afirmou que, dos cerca de 500 operários da obra, apenas 50 voltaram às atividades depois do almoço. Os outros foram embora. Ainda de acordo com o presidente, houve uma rodada de negociações entre empresas e sindicato, mas sem consenso. Os trabalhadores farão uma assembleia nesta quinta-feira, às 5h30m, para definir se mantêm ou não o movimento. A proposta do sindicato envolve as seguintes exigências:
- aumento de salário do trabalhador que recebe R$920,00 para R$1.250,00
- aumento de salário do servente de R$605,00 para R$850,00
- pagamento da hora extra a 100% em vez dos 60% atuais
- distribuição de cesta básica de 35kg (hoje não recebem)
Os operários também reivindicam melhores condições de trabalho, como mais banheiros e até mais água.

Máquina opera no local onde ficava o gramado do Mineirão (Foto: Divulgação)
A assessoria da Secopa (Secretária de Estado Extraordinária da Copa do Mundo) divulgou uma nota oficial reconhecendo a paralisação, mas afirmando que ela é parcial e que "60 máquinas e equipamentos continuam trabalhando em ritmo normal nos trabalhos de terraplenagem e fundações".
Segundo o comunicado, o consórcio Minas Arena, responsável pelas obras, não tomou conhecimento prévio das reivindicações, mas está aberta ao diálogo. A Minas Arenas também diz que cumpre 'todas as exigências da convenção coletiva do Sindicato da Construção Civil Pesada e mantém altos padrões de qualidade e segurança'.
Leia, abaixo, a nota divulgada pela Secopa na íntegra.
A Secretaria de Estado Extraordinária da Copa do Mundo informa que a empresa Minas Arena, responsável pela modernização e posteriormente pela operação do estádio Governador Magalhães Pinto, Mineirão, está conduzindo diretamente a negociação para normalização dos trabalhos no estádio. Portanto, trata-se de uma negociação privada.
A Secopa acompanha o processo e espera que o assunto seja resolvido nas próximas horas.
Segundo a Minas Arena, apesar da paralisação parcial dos operários, 60 máquinas e equipamentos continuam trabalhando em ritmo normal nos trabalhos de terraplenagem e fundações. O consórcio também informa que cumpre todas as exigências da convenção coletiva do Sindicato da Construção Civil Pesada e mantém altos padrões de qualidade e segurança, baseados nas certificações ISO 9001 e OHSAS 18001. Não obstante o consórcio não ter sido previamente informado sobre as reivindicações, há total disposição ao diálogo com os operários. A Minas Arena designou uma comissão para buscar uma solução imediata para o problema.
A Secopa aguarda essa solução definitiva e mantém a previsão de conclusão da obra do Mineirão para dezembro de 2012.
fonte: globo
