"É impossível". Assim, sem meias palavras, o presidente do Real Madrid, Ramón Calderón, definiu as chances do clube espanhol em contratar o meia-atacante Cristiano Ronaldo, do Manchester United. Em entrevista à imprensa do país, o dirigente praticamente colocou um ponto final na esperança madrilena em ver o português no Santiago Bernabéu devido a resistência dos ingleses em abrirem negociações.
"É uma operação simples: o Manchester não quer vender. E ninguém pode comprar algo que seu proprietário não queira vender. No dia de hoje, eu diria que a contratação é impossível. Até porque adotamos um estilo mais cauteloso e conservador nas contratações", ressaltou Calderón.
Em meio termos, o dirigente reiterou que não desembolsará grandes quantias pelo meia-atacante, destaque de Portugal na Eurocopa que está sendo disputada conjuntamente entre Áustria e Suíça. Segundo o jornal Marca, a oferta madrilena chegou a um total de 80 milhões de euros (cerca de R$ 201,8 milhões), o que gerou declarações otimistas de Cristiano Ronaldo como possível reforço do Real.
Contudo, o milionário norte-americano Malcolm Glazer, principal acionista do Manchester, bancou a quantia espanhola e ainda desafiou os empresários do português, anunciando que cobriria qualquer proposta de aumento salarial.
"Não queremos gastar mais da metade de nossa verba disponível para transferências com apenas um nome. Poderíamos fazer isso, claro, mas tudo dependeria das circunstâncias do mercado. Nosso elenco atual possui um bom número de jogadores qualificados, muito compenetrados em vencer e não pensamos em dissolvê-lo", afirmou o presidente madrileno.
Calderón, contudo, negou que tenha intensificado as negociações com o Real após rumores da imprensa espanhola, afirmando que Cristiano Ronaldo teria anunciado o interesse em defender o Real. Ao Terra, entretanto, o ídolo lusitano confirmou a informação. A situação gerou uma reclamação formal do Manchester na Fifa, protestando contra o assédio espanhol sobre seu principal jogador.
O presidente madrileno contestou a postura inglesa. "Eles estão no direito de reclamarem, mas o Real não fez nada irregular", apontou Calderón, que preferiu não polemizar as declarações do técnico do Manchester, Alex Ferguson, que chamou o Real de "time de ditadores", uma referência ao general Francisco Franco, que governou a Espanha de 1939 a 1973. "Me parece um absurdo falar de franquismo e a ocupação de Portugal (tentada durante o período Franco). Ele foi infeliz", assegurou.
FONTE: TERRA