terça-feira, 10 de junho de 2008

Uefa confirma que primeiro gol holandês contra a Itália foi legal


Determinação da Fifa diz que jogador fora de campo também conta

Van Nistelrooy festeja o polêmico gol
O lance mais polêmico da Eurocopa até agora, o primeiro gol da Holanda na vitória por 3 a 0 sobre a Itália, nesta segunda-feira, em Berna, foi legal. Quando o atacante holandês Ruud van Nistelrooy toca para a rede, o lateral-direito italiano Cristian Panucci encontra-se caído do lado de fora do campo, mas, por determinação da Fifa, sua participação na jogada deve ser considerada como o segundo jogador de defesa a dar condições ao adversário - o outro era o goleiro italiano Gianluigi Buffon. O caso é tão raro e criou tanta polêmica que mereceu um comunicado do secretário-geral da Uefa, David Taylor, na manhã desta terça-feira, na Basiléia.
- Sabemos que é um caso inusitado e controverso, mas a decisão da arbitragem foi correta - diz Taylor.

De acordo com o artigo 11.11 das recomendações da Fifa aos árbitros, o jogador que está fora de campo sem a autorização do árbitro deve ser considerado como se estivesse em cima da linha e, portanto, participando do jogo. A determinação era desconhecida até mesmo por alguns jogadores. O holandês Dirk Kuyt disse após a partida que pensava que Van Nistelrooy estivesse impedido. O próprio atacante olhou para o auxiliar, o sueco Stefan Wittberg, para se certificar de que seu gol havia sido validado. Nesse mesmo instante, o goleiro Buffon questionou Wittberg, que fez um sinal apontando na direção onde Panucci estava caído.


- Essa regra foi criada por uma questão de praticidade, para evitar que um jogador saia de campo de propósito para deixar um adversário em posição de impedimento. Esse era o caso de jogadores que se posicionam sobre a linha do gol em cobranças de escanteio, por exemplo. Era impossível para um árbitro ou auxiliar observar se o atleta estava ou não sob a linha. Por isso, decidiu-se por esta mudança - acrescenta Taylor.


O dirigente admite, porém, que Panucci encontrava-se fora de campo sem a intenção de provocar o impedimento, e sim por ter se chocado com Buffon. No entanto, diz que cabe à Uefa ou aos árbitros somente seguir as determinações da Fifa e da International Board, órgão que regula as leis do futebol.


- Não estamos falando se foi justo ou não. É uma questão prática e de amplo conhecimento dos árbitros. Foi um caso exemplar para mostrar como a regra funciona. Se é justo ou não, cabe à International Board discutir - conclui.


FONTE: GLOBO