sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Economista faz previsão pessimista sobre legado da Copa na África do Sul


Para Ian Mckee, especialista em estádios sustentáveis, Mundial do ano que vem será uma catástrofe do ponto de vista da sustentabilidade

Ian Mckee durante palestra para os arquitetos da Copa 2014, em Salvador
Os arquitetos responsáveis pelos projetos das arenas para a Copa do Mundo 2014, que será disputada no Brasil, estão reunidos em Salvador em um fórum para discutir a sustentabilidade econômica e ambiental dos estádios. Nesta quinta-feira, os profissionais assistiram a uma palestra do economista americano Ian McKee, credenciado pelo Leed (Liderança em Design de Energia e Meio Ambiente, na sigla em inglês). Mckee credencia construções sustentáveis no mundo todo. O assunto principal do fórum é Copa 2014, mas Mckee,durante sua explanação, fez uma previsão bastante pessimista sobre a Copa de 2010, na África do Sul.


Ele diz que antes mesmo de estarem prontos os estádios do próximo Mundial já são elefantes brancos. - A Copa da África vai ser uma catástrofe do ponto de vista da sustentabilidade. São estádios que não serão utilizados para nada depois da Copa.


É um tipo de planejamento que não faz sentido e não existe solução - critica. Mckee explica que um estádio sustentável se mantém em atividade o ano todo. Tem de ser construído respeitando algumas premissas: utilização de materiais que respeitem o meio ambiente, que tenha projetos de reuso da água, e utilize fontes alternativas de energia, como a solar.


Ele explica que a economia que se consegue com essas medidas, diminui muito o custo de manutenção do estádio. Além disso, o economista lembra que é preciso se pensar no legado. Ele explica que não se deve pensar apenas em arenas corretas dos pontos de vista econômico e ambiental. - Não devemos pensar apenas em 12 estádios, mas em 12 cidades.


O foco, claro, está nas arenas, mas tem toda a questão de aeroportos, hospitais, transporte, hotéis. A questão do legado é importante. Tudo isso julgado pela sustentabilidade. O Brasil tem a chance de deixar uma marca positiva e seja pioneiro na realização de uma Copa Verde, desde que não repita os erros da África do Sul.


fonte: globo