Com a vitória no clássico, treinador chega a 66% de aproveitamento em 19 rodadas, contra 63,1% do atual comandante da Seleção Brasileira
Tite bate aproveitamento de Mano Menezes no clube (Foto: Editoria de Arte / GLOBOESPORTE.COM)
Tite vem conseguindo afastar do Corinthians a tempestade que se formou desde a eliminação na fase prévia da Taça Libertadores. Apontado como um dos culpados da derrota para o Tolima-COL, o treinador balançou, mas passou pelos protestos que pediam a sua demissão e ganhou um aliado importante para se manter no cargo: os números. Com a vitória por 3 a 1 no clássico sobre o Santos, o treinador superou ninguém menos que Mano Menezes em aproveitamento de pontos nas 19 primeiras rodadas de trabalho no clube.
Com a queda de Adilson Batista, Tite assumiu o Corinthians com uma complicada missão. A equipe precisava reagir no Brasileirão para ainda brigar pelo título. Na estreia, em 24 de outubro, vitória por 1 a 0 diante do arquirrival Palmeiras. A conquista não veio, porém, o comandante acumulou um rendimento expressivo, somando-se também as partidas do estadual 2011 e da Libertadores. São dez triunfos, oito empates e somente uma derrota, 38 pontos conquistados e aproveitamento de 66,6%.
- São 19 jogos no Corinthians com uma equipe que venceu quase todos os clássicos e perdeu somente um jogo. Estamos buscando. Coloquei para eles (jogadores) o quanto é importante o grupo - afirmou Tite.
Mano Menezes também chegou ao Corinthians em uma época complicada. O time havia acabado de ser rebaixado para a Série B e vivia uma crise administrativa. Coube ao técnico reformular o elenco e contratar jogadores de sua confiança para recolocar o Alvinegro na elite já em 2008. O desempenho é muito semelhante: foram dez vitórias, seis empates e três derrotas, em jogos do Paulistão e Copa do Brasil, 36 pontos (63,1% de aproveitamento).
Tite leva vantagem também nos gols pró e contra. Em 19 partidas, o Corinthians balançou as redes 29 vezes e sofreu apenas oito, com saldo positivo de 21. O resultado mais expressivo aconteceu contra Avaí e Ituano, ambos por 4 a 0. Com Mano Menezes, a eficiência foi pouco menor. O Timão anotou 28 e sofreu 11, saldo de 17. A maior goleada foi diante do Barras-PI por 6 a 0.
Essa segunda passagem de Tite pelo Parque São Jorge, aliás, supera até os números totais de Mano Menezes - em 185 partidas, foram 103 vitórias, 49 empates e 33 derrotas, um rendimento de 64,5%. Entretanto, se considerado seu primeiro trabalho no clube, entre 2004 e 2005, o atual técnico apresenta uma queda para 59,5%. Naquela ocasião, ele esteve em 51 partidas, com 24 vitórias, 15 empates e 12 derrotas.
A campanha de Tite se destaca também pelo ótimo desempenho em clássicos. Com ele no comando, o Corinthians venceu todos os que disputou: 1 a 0 no Palmeiras e 2 a 0 no São Paulo, pelo Brasileirão do ano passado, e novamente 1 a 0 no Verdão e 3 a 1 no Santos, pelo Campeonato Paulista 2011. Mano Menezes também teve retrospecto positivo contra os rivais, acumulando nove vitórias, seis empates e cinco derrotas ao longo de mais de dois anos no clube.
Com bom aproveitamento, Tite acumula tropeços inesperados (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
O atual treinador corintiano, porém, acumula tropeços inesperados contra adversários menores. Pelo Brasileirão, o empate por 1 a 1 com o Vitória, que lutava contra o rebaixamento, fez a equipe perder a liderança e se afastar do título. Já no estadual, o Alvinegro tropeçou em Bragantino (1 a 1), Noroeste (1 a 1) e Paulista (0 a 0), desperdiçando pontos que hoje o colocariam na liderança isolada. A única derrota foi dolorosa: 2 a 0 para o Deportes Tolima-COL, resultado que o derrubou da Libertadores.
- Perdemos o jogo errado, que dói a alma, mas serve como experiência - admitiu o técnico.
Em meio ao bom aproveitamento, Tite vai lutando contra a pressão e para encontrar uma formação ideal. Contra o Santos, Fábio Santos, Dentinho e Morais entraram como titulares e corresponderam, principalmente o primeiro, autor de dois gols. Desde a queda no torneio sul-americano, são quatro vitórias e um empate, sinal de que o trauma está sendo superado gradativamente.
- A construção de uma equipe requer tempo. Tenho que ajustar o ponto de equilíbrio. É uma grande oportunidade, um grande desafio. Com o tempo, sei que vou ajustar a equipe. Sei porque já fiz isso com um sem-número de equipes. Mas tenho que apressar porque a pressão sempre está canalizada para o técnico - completou.
fonte: globo