Romário fez um dos gols da vitoria brasileira na Chechênia
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O "Brazil Stars", grupo de veteranos jogadores brasileiros, venceu por 6 a 4 um combinado da Chechênia, nesta terça-feira, em um amistoso realizado no Estádio Sultan Bilimkhanov, em Grozny, com renda destinada às vítimas de enchentes no Rio de Janeiro.
Os gols do Brasil foram marcados por Romário e Bebeto, duas vezes cada um, além de Cafu e Sávio. Pelo rival, o destaque ficou por conta do presidente da região russa do país, Ramzan Kadyrov, que fez dois gols e ainda perdeu dois pênaltis. O ex-jogador holandês Ruud Gullit, atual técnico do clube Terek Grozny, também defendeu as cores do combinado da Chechênia.
A partida, a princípio, seria com a Seleção Brasileira campeã mundial em 2002. Cartazes com imagens de Felipão, Kaká, Ronaldo e Ronaldinho foram espalhados pela cidade, mas do elenco da época só Cafu e Denílson estiveram presentes.
Em compensação, a equipe contou com a presença de alguns campeões em 1994, como Romário, Dunga, Zetti, Raí, Zinho e Bebeto, além de jogadores que nunca vestiram a camisa verde-amarela em partidas de Mundiais, como Elber, Zé Maria, Sávio e Djalminha.
"Gosto muito do futebol brasileiro, gosto de como jogam", comentou Kadyrov, explicando que a organização da partida era um presente que ele quis dar aos torcedores chechenos.
Um grande dispositivo de segurança foi mobilizado em Grozny para a partida, que foi acompanhada por 10 mil espectadores no estádio do clube Terek Grozny (primeira divisão russa), cenário em 2004 de um atentado que matou o presidente checheno pró-Moscou Akhmad Kadyrov.
O estádio estava decorado com imagens de Akhmad Kadyrov, pai de Ramzan, assim como com imagens do presidente russo, Dmitri Medvedev, e do primeiro-ministro e ex-presidente Vladimir Putin.
O Brasil vestiu as tradicionais cores oficiais: amarelo e azul. "Espero que o futebol brasileiro possa trazer um pouco de alegria", afirmou Raí ao desembarcar no aeroporto de Grozny, onde os craques brasileiros foram recebidos por centenas de fãs.
Ramzan Kadyrov afirmou que os brasileiros não cobraram para jogar. "Pagamento? Eles que se ofereceram para vir", declarou na segunda. Mas nem a população local parece acreditar na versão do presidente.
"Queremos fazer uma festa para os torcedores russos", assegurou Kadyrov, acusado pelas ONGs de não respeitar os direitos humanos, e que está no poder desde 2007, sendo que foi confirmado para um mandato de cinco anos à frente da Chechênia pelo Kremlin.
Moscou permite ao presidente checheno, 34 anos, uma relativa estabilidade e confia nele para conter a rebelião que superou as fronteiras da Chechênia e em meados da década passada se tornou um movimento islamita armado ativo em todo Cáucaso do Norte.
Apesar da instabilidade e do alto nível de desemprego nas pequenas repúblicas do Cáucaso, os gastos com futebol parecem não ter preço. Em janeiro, o Terek Grozny, quase rebaixado na temporada passada, contratou como técnico o holandês Ruud Gullit.
No mês passado, o Anzhi Makhatchkala, do Daguestão, contratou o lateral brasileiro Roberto Carlos com o maior salário de um jogador no futebol russo.
fonte: terra