Tite conversou 25 minutos com o elenco, ainda abatido pela eliminação na Libertadores
Foto: Fernando Borges/Terra
Em pleno mês de fevereiro, o Corinthians se candidatou a ficar marcado pelo fracasso brasileiro do ano de 2011 ao cair precocemente na Pré-Libertadores para o Deportes Tolima, da Colômbia. A eliminação traumática, que limitará o time do Parque São Jorge às disputas do Campeonato Paulista e do Campeonato Brasileiro, e inédita entre clubes nacionais, ainda repercute e abate o elenco, duas semanas depois do ocorrido.
"Gostaria de estar disputando a Libertadores, de estar neste momento concentrado em um hotel para jogar na Argentina, por exemplo. Infelizmente não conseguimos isso e temos que encarar a realidade", lamentou o lateral direito Alessandro, visivelmente triste ao comentar sobre o resultado contra o Tolima.
O constrangimento e a tristeza pelo resultado na Colômbia também refletiu nas palavras do zagueiro Chicão. Capitão do Corinthians após a aposentadoria de Ronaldo, anunciada na última segunda-feira, o defensor também não fugiu das perguntas sobre o fatídico revés no qualificatório para a fase de grupos da Libertadores.
"Dói. A eliminação é difícil, mas aconteceu. Não queríamos estar fora, mas aconteceu", lamentou Chicão, que prevê um Corinthians forte para o restante da temporada, apesar do abatimento pela eliminação na Libertadores, além da perda de nomes fundamentais no elenco com Ronaldo e Roberto Carlos.
"Vamos brigar pelos títulos. A nossa fase de 2009 acabou, temos poucos daquela época aqui. A defesa mudou, o meio-campo mudou o ataque também, é difícil montar isso em um curto tempo. Mas, temos que nos adaptar o mais rápido possível e brigarmos por títulos já que estamos em um clube como o Corinthians", discursou.
Resultados pós-queda em Libertadores não correspondem
O histórico corintiano em competições nacionais após quedas em Libertadores, no entanto, não é animador. Em oito eliminações anteriores, apenas por duas vezes a equipe conseguiu retornar ao torneio na temporada seguinte - em 2000, por conta do título nacional de 1999, e neste ano, após a terceira colocação no Brasileiro de 2010.
No ano de 1977, quando disputou pela primeira vez a Copa Libertadores e caiu precocemente na fase de grupos, o clube alvinegro acabou eliminado na terceira fase do Campeonato Brasileiro, testemunhando a classificação do Londrina, do Paraná, para as semifinais da competição conquistada pelo São Paulo.
Já no ano de 1991, quando foi à Libertadores em virtude do título brasileiro de 1990, o Corinthians por pouco não fez uma ótima campanha. A equipe paulista terminou na quinta colocação com 24 pontos, em 19 jogos (a vitória valia dois tentos). A agremiação alvinegra não avançou às semifinais por conta da desvantagem no saldo de gols em relação ao Fluminense (nove contra seis).
Em 1996, o Corinthians ficou em 12º lugar, com sete vitórias, 11 empates e cinco derrotas, e não obteve a classificação à fase final do Brasileiro - o Grêmio acabou campeão nesta temporada, após superar a Portuguesa na decisão.
Após a eliminação nas quartas de final da Libertadores de 1999 para o Palmeiras, o Corinthians superou a grande pressão da torcida e venceu o Campeonato Brasileiro com sobras, após superar o Atlético-MG na decisão. A partir de então, o clube do Parque São Jorge conviveu com resultados medianos nas competições seguintes.
Em 2000, depois de outra eliminação para o Palmeiras - desta vez na semifinal -, o Corinthians disputou a Copa João Havelange e protagonizou um vexame ao terminar na 24ª e penúltima colocação, com apenas quatro vitórias, quatro empates e 16 derrotas. Para sorte do clube alvinegro, o regulamento da competição não rebaixava equipe alguma para a Série B.
O Corinthians retornou à competição sul-americana em 2003 e caiu nas oitavas de final para o River Plate. No Brasileiro, o time do Parque São Jorge fez uma campanha irregular: em 46 jogos, 15 vitórias, 12 empates e 19 derrotas. O retrospecto rendeu a decepcionante 15ª colocação para a equipe.
Três anos depois, o Corinthians novamente deixou a Libertadores nas oitavas de final, depois de ser derrotado pelo River Plate. No Campeonato Brasileiro, a equipe, que perdeu os galácticos Mascherano e Tevez durante o torneio, terminou na nona colocação, com 53 pontos (15 vitórias, oito empates e 15 derrotas), 25 tentos atrás do arquirrival São Paulo, campeão daquele ano.
A exceção novamente deu-se em 2010, no ano do centenário. Queda nas oitavas de final da Libertadores para o Flamengo, mas boa campanha no Brasileiro. Líder durante grande parte do nacional, o Corinthians perdeu-se na reta final e acabou na terceira colocação com 68 pontos (19 vitórias, 11 empates e 11 derrotas), três a menos do que o campeão Fluminense.
fonte: terra