País quase alcança número de ouros do Parapan do Rio, em 2007, aumenta aproveitamento e só não conquista medalha no tiro com arco
O recorde não veio, mas a quantidade foi substituída pela qualidade. Segundo a avaliação do presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), Andrews Parsons, e do chefe de missão Edilson Tubiba, as conquistas verde e amarelas nos Jogos Parapan-Americanos de 2011 foram a prova da evolução do esporte paraolímpico rumo a um resultado expressivo nas Paraolimpíadas de Londres. Apesar do número absoluto de medalhas e ouros ter sido inferior ao do Parapan do Rio, a dupla apresentou dados percentuais para mostrar que o aproveitamento foi superior. O fato é que, em Guadalajara, o Brasil encerrou, pela primeira vez longe de casa, uma competição multidesportiva em primeiro lugar.
Ao todo, foram conquistadas 197 medalhas (81 ouros, 61 pratas e 55 bronzes) em Guadalajara. Proporcionalmente, o número de vezes em que o Brasil saiu vitorioso foi maior do que no Rio de Janeiro. Em 2007, os 83 ouros faziam parte de um total de 228 medalhas. Os Estados Unidos e o México foram o segundo e terceiro colocados, respectivamente.
- Pela primeira vez saimos por cima em uma competição de altissimo nível fora de casa, deixando EUA e México bem para trás. Das 13 modalidades do programa, nós só não medalhamos no tirco com arco, que estreou aqui, e fomos ouro em nove esportes, sendo primeiro colocado geral em seis. O Parapan era o principal evento do ano e peça chave na preparação para Londres. Dos quatro objetivos estabelecidos no início da nossa gestão (1º lugar no Parapan de Guadalajara, 7º nas Paraolimpíadas de Londres, 1º no Parapan de Toronto e 5º nas Paraolimpíadas do Rio), já atingimos o primeiro com sobras. Foi um trabalho muito bem feito, e cumprimos nossa missão – disse Parsons.
Com os bons resultados obtidos por jovens valores em diversos esportes, Tubiba fez questão de ressaltar o planejamento a longo prazo do Comitê, com foco na renovação das delegações. Atletas como Vanilton Filho, Talisson Glock e Caio de Oliveira, da natação, Thierb Siqueira e Marivana Olveira, do atletismo, e Natalia Mayara, do tênis em cadeira de rodas, foram alguns dos citados como exemplo da nova geração.
- Investimos seis meses no início da gestão no planejamento. Pesquisamos o mundo inteiro, fizemos reuniões, vimos onde tinhamos condições de buscar medalhas mais rápido e investimos em jovens. Até pouco tempo usávamos um criterio subjetivo para chamar os jovens. Hoje todos conseguiram vaga através de um critério técnico, e eles provaram o merecimento ao conquistarem medalhas. No Rio, com delegação total maior, tínhamos 33 atletas com idade inferior a 21 anos. Aqui temos 45. Em 2016, eles vão chegar com 25, 26 anos. Temos uma equipe muito jovem e já com um bom resultado técnico.
O atletismo conquistou dois ouros a mais do que no Rio de Janeiro (27 a 25) com direito a recordes mundiais de Daniel Silva nos 400m da classe T11 e de Yohansson Ferreira, nos 200m da T45. Terezinha Guilhermina e Lucas Prado foram os cegos mais rápidos nos 100m, e Rosinha Santos voltou à seleção em grande estilo, com o bronze no lançamento de peso e o ouro no lançamento de disco. Thierb Siqueira e Marivana Oliveira foram destaque entre os novos valores.
O tênis em cadeira de rodas, que no Rio levou dois ouros no masculino – duplas e com Mauricio Pomme no individual – e uma prata com a dupla feminina, conquistou apenas a medalha de bronze com Pomme e Carlos Alberto dos Santos, mais conhecido como Jordan, nas duplas.
No vôlei sentado, o Brasil estreou com derrota para os Estados Unidos no tiebreak. Na decisão, a equipe brasileira deu a volta por cima e se vingou dos algozes da primeira fase com estilo. A vitória por 3 sets a 1, de virada, teve passeio verde e amarelo nas duas últimas parciais.