quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Sheik deve ser denunciado por crime de contrabando e lavagem de dinheiro

LANCENET! apurou que provas sobre compra de carros importados usados podem incriminar o atacante

Emerson Sheik (Foto: Miguel Schincariol) Emerson Sheik convive com problemas na Justiça nesta reta final de Brasileirão (Foto: Miguel Schincariol)


O atacante do Corinthians Emerson Sheik deve ser denunciado por crime de contrabando e lavagem de dinheiro. Nesta quinta-feira, ele prestou depoimento na Procuradoria da República do Rio de Janeiro para explicar a compra de um carro importado usado, apreendido na Operação Black Ops, realizada pela Polícia Federal, no início de outubro.


O encontro estava marcado para às 12h, mas ele e seu advogado, Ricardo Cerqueira, chegaram às 11h40. Após cerca de uma hora e meia, o jogador deixou o prédio, às 13h10, sem dar declarações ao LANCENET!. Na noite da última quarta-feira, a diretoria do Timão não sabia da situação e não confirmava sua presença no treino desta quinta, marcado para às 16h30 no CT Joaquim Grava.


O atacante voltou para São Paulo depois de ouvir do procurador da República que as provas contra ele são muito ruins e devem incriminá-lo. Sheik insistiu que comprou um BMW branco e que mandou o dinheiro para o exterior, mas que essa compra não foi feita pela loja Euro Imported Cars - Automóveis e Veículos, que é de propriedade de Haylton Scafura, filho do bicheiro José Caruzzo Scafura, o "Piruinha".


O jogador diz que não adquiriu o veículo nessa loja, mas sim de um amigo dele da Tijuca, chamado Marcelo Caetano. Garantiu que esse carro não chegou a passar ao nome dele, e que o automóvel ficou na casa dele durante um mês, sem que ele recebesse a documentação do carro. Assim, sem que a documentação tivesse ido para o nome dele, revendeu a BMW para Diguinho, volante do Fluminense.


Então, começaram as incongruências:

1. Sheik fala que não comprou o carro através da loja do bicheiro, mas segundo o LANCENET! as escutas da Polícia Federal flagraram uma conversa do bicheiro tentando regularizar a importação de um carro em nome de Márcio Passos de Albuquerque, nome real do atacante do Corinthians.


2. Sheik diz que recebeu o carro em outubro e ficou com ele por um mês até passar para o Diguinho. O jogador do Flu, porém, que prestou depoimento por uma hora antes dele, disse que recebeu o carro só em dezembro. Os dois juram que não sabiam que o carro era usado. E dizem que pagaram R$ 320 mil, valor de mercado, mas as notas fiscais estão em valores menores.


3. O mais grave: embora Sheik diga que comprou apenas um carro e que no processo há informações de duas BMWs que vieram para o Brasil em nome de Márcio Passos de Albuquerque. Uma foi apreendida com o Diguinho e a outra paga por Emerson, mas registrada pela empresa Orla Rio Associados, propiretária de 309 quiosques existentes nos 34 quilômetros da orla marítima do Rio de Janeiro, que pertencem a João Barreto Pereira da Costa.


O jogador não soube explicar e afirma que só comprou um carro. Embora a documentação que veio dos Estados Unidos aponte o pagamento feito por ele via Banco do Brasil.

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