Antônio Lopes, Cuca, Joel Santana e Vágner Mancini lutam parasalvar o atual clube e afundar o outro em que estiveram nesta temporada
Nessa reta final de Campeonato Brasileiro, as disputas entre as equipes da parte de baixo da tabela de classificação pegam fogo. Mas um duelo particular entre os técnicos dos times ameaçados chama a atenção pelo fato de que mesmo um treinador se safando da degola, poderá ter na bagagem uma parcela de culpa pelo rebaixamento da equipe que treinava no início da competição.
Os exemplos são vários e, curiosamente, o caminho passa por Minas Gerais. A lista começa com Antônio Lopes, que já está fadado a ser lembrado de modo negativo pelos torcedores do América-MG. A equipe de Belo Horizonte já está matematicamente rebaixada e o treinador carioca teve influência na queda. Ele comandou o Coelho em quatro jogos, conseguiu apenas dois pontos e deixou a equipe na lanterna da disputa. Além disso, chegou a dar declarações que não foram bem digeridas pelo grupo de jogadores.
O presidente do América-MG, Marcus Salum, não vê como erro a vinda de Lopes.
- No final das contas ele foi benéfico. Motivou os nossos jogadores a darem respostas dentro de campo – analisou o dirigente.
Agora, Antônio Lopes comanda o Atlético-PR, que está vivo na luta contra o descenso. Na próxima rodada, o Furacão encara o América, em Uberlândia, e uma vitória sobre o Coelho pode colocar o time paranaense fora da zona de rebaixamento desde que o Cruzeiro não vença o Ceará.
Outro nome da lista é Joel Santana, atual treinador do Bahia, que apesar de estar a quatro pontos do primeiro time da zona de rebaixamento, ainda corre risco. Ele treinou o Cruzeiro em pouco mais de dois meses e teve um retrospecto de oito vitórias e sete derrotas. Joel sofreu com as contusões de boa parte do elenco, como o atacante Wallyson, por exemplo. Tentou dar força aos jogadores oriundos das categorias de base, mas não obteve sucesso.
Já o atual treinador cruzeirense, Vágner Mancini, terá um duelo direto e decisivo no próximo domingo, quando Ceará e Cruzeiro entrarem em campo, às 17h (de Brasília). Ele ficou 159 dias no comando do Vozão, conquistou o Campeonato Cearense, chegou às semifinais da Copa do Brasil, mas deixou a equipe na 15ª colocação no Brasileiro, com 27 pontos, após 23 rodadas.
Por conhecer bem o adversário, Mancini comenta o que pode ajudar para o confronto em Fortaleza.
- Monto estratégia, passo aos atletas todas as informações, só que dentro de campo é que tudo se define e, infelizmente, a gente só vai até certo ponto.
Já o hoje atleticano Cuca, assim como Joel Santana, poderá deixar o Brasileiro desse ano com a marca da queda, caso a Raposa não consiga a permanência na Série A. Cuca dirigiu o time celeste nas cinco primeiras rodadas e não conseguiu nenhuma vitória. O treinador teve sua imagem arranhada após a eliminação precoce na Taça Libertadores, para o Once Caldas. Venceu o estadual em dois jogos difíceis contra o rival Atlético, e amenizou a situação. Mas não resistiu a sequência sem triunfo no Brasileiro.
Faltando apenas duas rodadas para o término do certame, Cuca ainda precisa ajudar a garantir a permanência do Galo na elite, e ainda torcer para o rival continuar na elite para não ficar com a marca negativa na carreira. Perguntado sobre a situação, o comandante alvinegro se esquivou.
- Ainda não estou em condições de responder isso. Estou com o pensamento só no Atlético, em tirar a equipe do risco de rebaixamento. Não tenho tempo para pensar em outra equipe – limitou-se a dizer.
fonte: globo