No primeiro dia de comercialização para não sócios, torcedores do Fla sofrem nos guichês do estádio. Em São Januário e na Gávea, clima é tranquilo
O primeiro guichê abriu às 10h desta quinta-feira. Mas a epopeia de vascaínos e rubro-negros por um ingresso para a partida de domingo no Engenhão teve início bem antes disso. No primeiro dia de vendas para o público em geral, as filas começaram a se formar durante a madrugada, cresceram quando o dia amanheceu e estavam enormes no momento em que as bilheterias abriram. A venda pela internet também começou nesta quinta e é limitada a 30% da carga total, que é de 36.084 ingressos. Nessa quarta-feira, foram vendidas 6.708 entradas para os sócios dos dois clubes.
As filas se concentraram nas sedes dos clubes, São Januário e Gávea, e no local da partida. No Engenhão, os torcedores enfrentam além das longas filas, o calor. Do lado do Flamengo, no Setor Leste, total desorganização. Apesar da grande movimentação, não havia policiamento nos arredores do estádio no momento da abertura das bilheterias. Enquanto no lado vascaíno (Oeste), funcionários do próprio clube orientam os torcedores nos nove guichês disponíveis, no lado rubro-negro, a confusão é tão grande que não dá para saber nem onde é o início da fila. Sem informação, pessoas pulam as grades que servem de divisórias e outras deixam a fila sem ingressos. Há crianças e idosos no meio da bagunça. Por volta de 11h, uma viatura com dois policiais chegou ao Setor Leste. Os PMs, no entanto, apenas observaram a movimentação e conversaram com torcedores. Enquanto isso, a confusão na frente das bilheterias continuava. Segundo relato de rubro-negros, cambistas que furaram a fila agora cobram para comprar ingressos para os torcedores que estão mais atrás.
De acordo com o diretor de arrecadação do Flamengo, Claudecir Silva, a responsbilidade pela organização das filas em todos os pontos de venda é da empresa contratada pelo Vasco, mandante da partida. Procurado pelo GLOBOESPORTE.COM, ele disse que iria entrar em contato com o clube cruz-maltino para saber o motivo da falta de funcionários nas bilheterias destinadas aos flamenguistas.
Vice de patrimônio do Vasco, Frederico Lopes disse que não vai se pronunciar enquanto não conversar com dirigentes do Flamengo sobre os problemas no Engenhão. Ele ainda afirmou que, até agora, tinha informações de que as vendas ocorriam sem maiores transtornos.
Nas sedes, venda mais tranquila
Em São Januário, os torcedores do Vasco não desanimaram com a eliminação da Copa Sul-Americana, na noite de quarta-feira, após derrota por 2 a 0 para o Universidad de Chile. Apesar da longa fila, o clima é de total tranquilidade na bilheteria 9 (destinada aos não-sócios). Cinco funcionários coordenam o acesso dos torcedores, e dez guichês estão abertos. Por volta de 12h, havia cerca de 100 torcedores à espera da vez para comprar ingressos. Duas viaturas com dois policiais cada fazem o policiamento do local.
Na Gávea, o entusiasmo pela vaga na Libertadores não é menor. Por volta de 9h, a fila ia da bilheteria até a proximidade da esquina das ruas Gilberto Cardoso e Ministro Raul Machado. Uma torcida organizada do Flamengo marcou presença e músicas a favor do Fla e contra o Vasco serviam de trilha sonora. O primeiro da fila chegou por volta de meia noite. Jomar Pacheco confessou que o sacrifício foi para atender a um pedido especial do filho Daniel.
- Ele passou de ano direto e me pediu isso, vou dizer que não? - indagou.
Mesmo não estando contente com o desempenho do time de Vanderlei Luxemburgo, o taxista crê em uma vitória e na classificação rubro-negra no próximo domingo.
- As feras não estão jogando, está difícil de ver o Flamengo, mas eles são fregueses nossos. Será 1 a 0 - declarou o torcedor.
Clique e veja vídeos do Vasco e do Flamengo
FONTE: GLOBO