terça-feira, 8 de setembro de 2009

Com cerveja, piscina e alegria de sobra, campeões fazem festa em San Juan


Jogadores brasileiros celebram com irreverência o título da Copa América
Rodrigo Alves Direto de San Juan



Enquanto os torcedores de Porto Rico ainda caminhavam para as saídas do Coliseu Roberto Clemente, uma animada volta olímpica dentro da quadra já revelava qual seria o tom da comemoração pelo título da Copa América. Com o troféu de mão e mão, os brasileiros cantavam, gritavam e dançavam. Era só o começo de uma longa noite de festa em San Juan. Da quadra, os campeões tomaram os corredores do ginásio e subiram as escadas rumo ao vestiário. A portas trancadas, festejaram entre eles durante meia hora. Após quase dois meses de treino e duas semanas de privações na capital portorriquenha, tinha chegado a hora de extravasar. Ainda eufóricos, os jogadores desceram as escadas deixando um rastro de garrafas de cerveja vazias no chão do vestiário e o cheiro forte dos charutos que simbolizavam a vitória.

Confira a galeria de fotos da comemoração do título da Copa América!
Ao cruzar o gramado do lado de fora do ginásio para pegar o ônibus da delegação, mais festa. No pequeno aparelho de som levado por Jonathan Tavernari, o hit era “Chora, me liga”, na voz da dupla sertaneja sul-matogrossense João Bosco e Vinicius. “Chora, me liga, implora meu beijo de novo / Me pede socorro / Quem sabe eu vou te salvar”.

Rodrigo Alves/GLOBOESPORTE.COM
Não faltou comemoração após a conquista
Quem precisava de salvação àquela altura era Tiago Splitter, o único do elenco que não estava dançando no gramado. Selecionado para o exame antidoping, o pivô já estava há quase uma hora na sala de controle para colher a amostra de urina. E nada. Um comitê de resgate, portanto, resolveu dar uma forcinha.


Os jogadores saíram desembestados para dentro do ginásio, cruzaram a quadra já vazia aos berros e chegaram até a salinha. Ninguém pôde entrar, mas isso não impediu a farra e a gritaria do lado de fora. Menos de um minuto depois, Splitter saiu pulando de dentro da sala, e o caminho da volta foi percorrido com a mesma gaiatice. Com os jogadores de volta à área onde estava o ônibus, o técnico Moncho Monsalve desceu do veículo para tirar fotos com a comissão técnica. Para manter a fama de bravo, reclamou da qualidade do troféu da Copa América, mas o fez com um raro sorriso largo no rosto. Até para o comandante, o momento era de descontração.


Leandrinho dançava com a mulher, a atriz Samara Felippo, e o restante dos jogadores ia na onda. Em meio a dezenas de garrafinhas de cerveja, Tavernari brincava: - Não tem uma água para mim? – perguntava o jogador, que segue a religião dos mórmons em Salt Lake City, cidade onde mora e para onde volta nesta segunda-feira, com casamento marcado para quarta.

Rodrigo Alves/GLOBOESPORTE.COM
Leandrinho e Samara Felippo exibem a taça
Após muita bagunça, o ônibus finalmente partiu e chegou ao hotel pouco depois da meia-noite, no horário local (1h no Brasil). Os campeões foram direto para a piscina e mergulharam de roupa e tudo, observados por hóspedes.


Bem que tentaram levar Moncho para um mergulho, mas o técnico resistiu e subiu para jantar. O jeito foi caçar o diretor Vanderlei. Huertas veio correndo com ele, e os dois pularam juntos dentro d’água. Após meia hora de festa na piscina, os atletas foram saindo, um por um, e subindo para seus quartos.



Fim de festa? Nada disso. Para alguns, era só o começo. Huertas, Splitter, Varejão, Olivinha, Diego e Giovannoni ainda pegaram um táxi – sim, cabem seis pessoas nos táxis de San Juan – e foram curtir a noite da cidade.


Minutos antes de sair, no entanto, Huertas deu uma escapada até o bar do hotel. Lá estava Carlos Arroyo, o portorriquenho que errou o último arremesso na grande final, com um bom humor surpreendente para quem acabara de perder um título.


O armador da seleção brasileira pegou a camisa usada por Arroyo na partida, e os dois trocaram alguns dedos de prosa. A diferença é que, depois da rápida conversa, um deles continuou no bar afogando as mágoas, enquanto o outro embarcou no táxi para celebrar a conquista.

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fonte: globo