Suspenso por contrariar ordem de técnico em pênalti, meia cobra melhor desempenho no Wolfsburg e não se arrepende de passagem pelo Juve
Diego está com pressa para voltar a ser Diego (EFE)
Diego deixou o Werder Bremen no auge de sua carreira. Vice-campeão da Copa da Uefa em 2009 - não atuou na final por estar suspenso -, foi vendido ao Juventus, da Itália, por € 24,5 milhões em maio de 2009. O que era para ser um passo adiante, no entanto, o estagnou. Após nova proposta da Alemanha, o meia brasileiro assinou pelo Wolfsburg, onde luta para recuperar o bom futebol.
Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, o ex-santista admitiu estar devendo com a camisa dos Lobos, assim como todo o time, que faz campanha muito abaixo das expectativas - é atualmente o 15º na Bundesliga, uma posição acima da zona de rebaixamento. Suspenso por um jogo por contrariar a ordem do então técnico Steve McClaren e perder um pênalti, Diego não se arrepende de nada. A pequena polêmica não passou de um mal-entendido.
– Depois do jogo conversei pessoalmente como ele e resolvemos tudo ali. Não ficou nenhuma marca – disse Diego, que já prepara uma comemoração para o novo filho Davi, que sequer completou duas semanas de vida.
Confira abaixo a entrevista completa:
GLOBOESPORTE.COM: sobre essa suspensão, como foi receber isso? O que houve? Ficou magoado com o clube e o técnico?
DIEGO: Na verdade acabou o que problema foi divulgado numa forma muito maior do que aconteceu, até pelo treinador ter sido dispensado. Peguei a bola para bater o pênalti e veio a ordem do banco para que outro cobrasse, mas nós já tínhamos feito um acordo, eu já estava com a bola, portanto não voltei atrás da minha decisão. O fato de ter errado o pênalti ocasionou isso, depois do jogo teve uma polêmica, mas sempre fui um dos batedores da equipe e acabei não mudando de idéia na hora de bater.
Depois o McClaren foi mandado embora, começaram todos os problemas, falaram de multa, mas não aconteceu nada. Fui punido com um jogo fora (Hamburgo), mas esse foi o máximo que aconteceu. Já estarei de volta no próximo (Freiburg). O ambiente está normal. É uma situação que já foi superada, tudo foi um mal entendido e já faz parte do passado. Depois do jogo conversei pessoalmente como ele e resolvemos tudo ali. Não ficou nenhuma marca.
O Steve McClaren veio de um título pelo Twente, mas não deu certo. Tem a resposta?
Acho que foi a questão de resultado mesmo. Ele é um treinador experiente, tem ótimas idéias, inteligente, mas não conseguiu resultados. Por vezes o time até fez uma boa apresentação, ele mantinha bom relacionamento com jogadores, mas depois quando o resultado não vem é complicado. Se não me engano foram oito ou nove empates consecutivos, e aí acabou desgastando o relacionamento com o clube. Todos somos responsáveis por ter chegado nessa situação. Direção, técnico e jogadores.
Como você avalia seu desempenho até o momento nos Lobos? Está melhor do que na temporada passada enquanto defendia o Juventus?
Acho que é difícil falar em desempenho pessoal quando o resultado da equipe não vem. Futebol é coletivo, mas o fato de a equipe não estar em uma boa posição eu tenho uma grande responsabilidade, pois sou importante e influente na equipe. Fiz quatro gols, dei algumas assistências, participei em todas as vitórias, mas sem dúvida toda a equipe e eu podemos melhorar. É dessa forma que eu me vejo. Temos que achar um caminho certo como equipe para depois aparecer o individual. Sei disso e me cobro nos treinamentos.
Confira a classificação atualizada e a tabela de jogos do Campeonato Alemão
Falando em Juventus, você acredita que a passagem por lá prejudicou sua carreira? Porque não deu certo após deixar o Werder Bremen como ídolo?
Acredito que no Werder tive uma passagem maravilhosa, fiquei em um ponto até onde tinha que ir, o clube também falou que não tinha como me manter. Já envolvia o financeiro. A meta era essa: se transferir para uma grande equipe. Mas no Juventus foi um novo projeto, uma nova filosofia de trabalho, contrataram cinco ou seis jogadores, mudaram esquema tático... E esse projeto não funcionou. Foi um ano de muita experiência, não me arrependo nada de ter jogado lá, fiz grandes amizades com os jogadores, mas depois veio nova diretoria, treinador, novas ideias e acabei seguindo o caminho de volta para a Alemanha. Futebol é isso: desafios e cada um com sua responsabilidade.
O Juventus queria negociar muitos jogadores. Fui titular lá, comecei o ano bem, todos os jogos como segundo atacante, mas já sabendo da situação que foi criada pela imprensa, de que o sistema não me favorecia. Apareceram muitas ofertas e essa do Wolfsburg foi interessante. A ideia era vender muitos jogadores, mas o clube não teve propostas à altura para todos.
Ha muito tempo você esta fora da Seleção. Ainda acredita ter chances? Muito se fala em um camisa 10 e, recentemente, nomes como Renato Augusto e Jadson tiveram chances.
A Seleção Brasileira sempre será o meu grande objetivo até pelo tempo em que estive lá. Sei como é bom. Não tem como não pensar na Seleção, mas sei que depende de um bom trabalho no clube. Nunca tive um relacionamento próximo ao Mano, ele tem que me conhecer de longe, pela TV, pelos jogos que vai assistir, mas eu tenho me concentrado bastante aqui no Wolfsburg para ter uma nova oportunidade. Com 25 anos e tantas convocações fica praticamente impossível de não ter a Seleção como grande objetivo.
FONTE: GLOBO