Folclórico massagista faleceu na manhã desta terça-feira. Velório acontece em São Januário e é aberto aos torcedores
Por volta das 11h30m da manhã desta terça-feira, chegou à capela Nossa Senhora das Vitórias, em São Januário, o corpo do folclórico ex-massagista do Vasco Pai Santana, que faleceu vítima de uma insuficiência respiratória decorrente de uma pneumonia. Familiares, torcedores e amigos, entre eles, ex-funcionários do clube, estiveram no local para dar o seu adeus.
Bastante emocionado, o filho Roberto Santana falou da identificação que o pai tinha como time cruz-maltino e agradeceu todo carinho e ajuda que o Vasco prestou ao ex-massagista.
- O Vasco era a vida dele. Mesmo depois que saiu daqui, em 2006, por causa do AVC, ele nunca deixou de querer saber das coisas que aconteciam aqui. O pessoal aqui também sempre apoiou o meu pai, como o Roberto (Dinamite) - agradeceu.
Entre as pessoas que conheciam muito bem o ex-massagista, o ex-advogado do clube, Paulo Reis, foi dar o adeus ao amigo e relembrou como Pai Santana foi importante na sua trajetória profissional como na pessoal, durante o nascimento de sua filha, Bianca Reis.
- Uma pessoal especial. Ele me ajudou muito no nascimento da minha filha quando ela foi para o CTI. Ficou orando para São Cosme e Damião, de quem ele era devoto - declarou.
Torcedor do clube, Diego Ribeiro foi ao velório se despedir de um ícone da torcida vascaína e aproveitou para relembrar uma história de Pai Santana que ficou marcada na sua memória.
- Tem uma história que eu não vivi, mas que ouvi de um amigo, de quando o Bebeto veio para o Vasco do Flamengo, que um tal de Pai Mineiro tinha feito um despacho para amarrar o Bebeto e daí chamaram o Pai Santana lá do Oriente Médio para desfazer isso. Acabou que no primeiro jogo do Bebeto, depois de ter tomado o óleo de meca do Pai Santana, ele marcou dois gols contra o Náutico - relembrou o torcedor que diz acreditar que uma parte da história do Vasco se foi nesta terça.
Durante a entrevista coletiva, o técnico Cristóvão Borges lamentou a perda de uma figura tão ligada ao Vasco, mesmo sem conhecê-lo tão bem.
- Ficamos todos muito sentidos pela história dele no Vasco, pelos serviços prestados de longa data. Ele nos visitou alguns meses atrás e ficamos felizes em ver uma pessoa que passou a vida aqui no clube - contou.
Juninho Pernambucano lembrou com carinho a dedicação de Pai Santana nos tempos em que foi massagista do Vasco.
- Não lembro de uma história em si. Lembro que, quando eu era mais novo, o Pai Santana já tinha muito tempo de Vasco e os jogadores brincavam muito com ele pedindo que desse uma chance aos outros massagistas nas viagens, mas ele dizia que não, que queria participar, queria estar sempre presente. Ele era um cara sorridente, divertido e fazia muita questão de acompanhar o time sempre - disse o Reizinho.
Há quem diga que, enquanto vivo foi, Pai Santana reservava uma frase para ser usada quando fosse para o céu: "Se quando eu encontrar com Deus, ele me disser que é o maior vascaíno de todos, o pau vai cantar lá em cima!”.
O corpo de Pai Santana ficará na capela do clube durante toda esta terça-feira. Os torcedores que quiserem se despedir do folclórico massagista têm entrada liberada pelo estacionamento localizado na entrada da sede de São Januário.
O time do Vasco vai entrar em campo, nesta quarta-feira, contra o Universitario, em Lima, pela Copa Sul-Americana. com uma faixa preta na camisa como forma de luto pela morte do Pai Santana.
fonte: globo