Apenas 9.976 torcedores pagaram ingressos para assistirem à semifinal do Carioca. Nas arquibancadas, vascaínos e tricolores trocaram gritos sobre rebaixamento
Por Hector Werlang
Rio de Janeiro
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Empate dentro de campo, igualdade fora dele. Se os jogadores ficaram no 1 a 1, as torcidas de Vasco e Fluminense repetiram o mesmo ritual nas arquibancadas e ruas do entorno do Maracanã no primeiro jogo da semifinal do Carioca. A noite de quinta-feira foi de briga, provocação e um inusitado "duelo de rebaixados" - o apoio e a vibração ficaram em segundo plano. Ingredientes que, certamente, estarão presentes no domingo, dia em que um dos dois clubes se credenciará para disputar a final e o outro amargará uma eliminação seguida de recesso até a retomada da Copa do Brasil.
O pré-jogo era tranquilo, embora a preocupação das forças de segurança do Rio de Janeiro - havia temor de repetição dos incidentes do último dia 16, data do confronto entre Gigante da Colina e Tricolor, pela primeira fase, no qual uma confusão terminou com oito detidos. O policiamento foi reforçado e permitiu que o público chegasse em tranquilidade ao estádio. Até que...
Minutos antes das 21h, horário de a bola rolar, vascaínos de uma organizada invadiram o espaço destinado à torcida tricolor na Rua Eurico Rabello. A tentativa de briga foi impedida pelo Choque da Polícia Militar, que usou gás lacrimogêneo e balas de borracha. Houve correria nas arquibancadas: quem estava dentro queria ver a confusão de fora.
Policiamento precisou agir do lado de fora pouco antes do início do jogo (Foto: Hector Werlang)
A tensão mudou de endereço. Os gritos de guerra e provocações normais entre rivais no futebol tinham um ar belicoso. E só não foram maiores por causa do baixo público - apenas 9.976 torcedores pagaram ingressos (12.715 presentes), algo a desejar para um clássico decisivo. A comparação com o da primeira fase comprova: 17.248 haviam assistido ao clássico anterior.
Com a bola rolando, Fred foi o jogador mais perseguido pelos vascaínos. Os tricolores pegaram no pé de Guiñazu, o homem que marcava e cometia faltas em Conca. Tanto que vibraram como se fosse um gol quando o volante argentino levou amarelo, por falta em Diguinho. O primeiro tempo não teria grandes registros além do apoio aos times.
Perseguidos levam vaias: Fellipe Bastos e Bruno
Bruno fazia boa partida. Controlava os avanços de Everton Costa, atacava buscando servir a Walter e Fred. Bastou errar um cruzamento para ser vaiado. A perseguição da torcida tricolor repetiu-se na do Vasco, que repudiou um jogador antes mesmo dele entrar em campo: Fellipe Bastos. Foi Adilson Batista chamá-lo para os "buuu" e "burro" virarem o coro.
- Acho que eles (torcedores) ajudaram. Sobre a vaia para mim ou para o Fellipe, estamos acostumados. Quando o André sentiu uma dor no jogo após um choque, tive que improvisar o Pedro Ken na lateral, onde ele já tinha ido bem em outra partida. Preferi o Fellipe ao Aranda pelo chute, pela virada de jogo, por chegar mais ao ataque. As vaias eu relevo – disse Adilson após o jogo.
Torcida do Vasco de um lado, a do Fluminense do outro, e muito espaço vazio na noite desta quinta-feira, no Maracanã: apenas 9.976 torcedores pagaram para assistirem à semifinal do carioca (Foto: Hector Werlang)fonte: globo