Tricolores poderão levar o talco, sua marca registrada, ao Maracanã nesta quarta
Proibido dentro dos estádios, os torcedores do Fluminense, nos últimos jogos, estavam levando o pó-de-arroz para a entrada do Maracanã.
A imensa torcida tricolor realizará dois sonhos nesta quarta-feira, na partida contra o Arsenal-ARG, no Maracanã: o primeiro será ver o time disputando uma partida da Libertadores após 23 anos de ausência, no "Maior do Mundo". O segundo, ainda mais tradicional, será o retorno do pó-de-arroz aos estádios cariocas, o que será um atrativo a mais para a volta do Tricolor à Libertadores.
A Justiça carioca liberou na tarde desta segunda-feira a volta do pó-de-arroz aos estádios, atendendo ao pedido da dupla de advogados Gabriel Machado e Gustavo Albuquerque, torcedores do clube e que estavam empenhados pelo resgate desta tradição tricolor, única entre os grandes clubes do Brasil.
História
O pó-de-arroz, que nada mais é do que talco inodoro, é uma marca registrada do Tricolor carioca. A origem é controversa e remonta ao ano de 1914. O Fluminense, numa época em que os negros não eram aceitos nos clubes da Zona Sul carioca - apenas o Bangu utilizava jogadores negros - contratou o meia Carlos Alberto, um mulato, que pertencia ao América.
A história diz que o jogador passava pó-de-arroz no corpo para disfarçar a cor e ser bem aceito nas Laranjeiras, e que num jogo contra o seu ex-´clubes, os torcedores adversários perceberam o truque e começaram a gritar "pó-de-arroz". Mas o feitiço teria virado contra o feiticeiro, pois os tricolores, em vez de se revoltarem com a brincadeira, teriam adotado o apelido.
Mas o goleiro Marcos Carneiro de Mendonça, primeiro grande ídolo do Tricolor, tem outra versão, disponível num documentário no Youtube. Marcos garante que Carlos Alberto não usava o pó-de-arroz para disfarçar nada, mas por que gostava de colocar após fazer a barba (veja o vídeo)