terça-feira, 4 de março de 2008

Ricardo Teixeira deixará CBF em 2015




Presidente da entidade explica seus motivos para que a Copa do Mundo seja no Brasil


Ricardo Teixeira garante que vai deixar a CBF em janeiro de 2015



O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, já definiu quando deixará a presidência da CBF. Em entrevista ao "Paraná-Online", o dirigente falou, entre outras coisas, sobre a sua missão à frente da entidade, defendeu a realização da Copa do Mundo no Brasil e garantiu que renegociará o contrato com a Nike, que recentemente anunciou acordos mais lucrativos com outras seleções do mundo.



- Um projeto de Copa do Mundo é algo tão importante para um país que, ao superar todos os desafios, você pára para pensar e se pergunta: "Agora, vou começar tudo de novo? O que poderei fazer daqui para frente?". Saio da CBF em janeiro de 2015 - afirmou o presidente.



Parte da opinião pública tem restrições quanto à realização da Copa do Mundo no Brasil. Muitos dizem que a falta de segurança manchará a disputa do Mundial. Otimista, Ricardo Teixeira apresenta alguns pontos interessantes e defende o evento.



- Na Copa da Argentina, em 1978, os argentinos ganharam a TV colorida. No Brasil, teremos projetos antecipados: Brasília terá o metrô convencional, com trechos de superfície. Duvido que haveria grupos interessados em revitalizar o Mineirão, o Maracanã e o estádio de Brasília se o Brasil não sediasse a Copa. Quanto à segurança, o nível tem de melhorar, claro.




Mas nosso problema é diferente do da Alemanha, por exemplo. Nosso problema são os assaltantes. E, se reforçarmos a estrutura com policiamento ostensivo, em um mês a gente resolve o problema - explicou o presidente.



Em seguida, Teixeira falou sobre como o Comitê Organizador vai operar sem dinheiro público.



- Já tenho pronto e aprovado pela Fifa e pelo Comitê Executivo todo o balanço de despesas mês a mês. Seremos auditados. Os números orçados para o Comitê Organizador estão na faixa de US$ 400 milhões (R$ 688 milhões). Todo esse recurso será enviado pela Fifa. Nenhum pagamento caberá ao Estado. O dinheiro não passará pelo caixa da CBF. Tudo será fechado com a Fifa.




Mas saberemos quanto será gasto. Existem patrocinadores que serão aprovados pela Fifa - garantiu.

Escândalo não preocupa dirigente



Os escândalos não são uma preocupação para Ricardo Teixeira. O presidente da CBF afirma que tudo será fiscalizado, mas, ainda assim, o superfaturamento é algo que pode acontecer, assim como ocorreu em outros países do mundo.



- Não definiremos nada em termos de obras. Nossa missão é simplesmente acompanhar se os projetos estão sendo tocados. Se sentirmos que as metas não estão sendo cumpridas, procuraremos outro local como subsede. E aí, pergunto: que culpa você pode ter se por acaso o governador levou dinheiro, se houve superfaturamento? Aconteceu nos Estados Unidos, na Alemanha, é incontrolável. Por isso, nossa preocupação é cobrar as exigências dos encargos, sem ter nada com um tostão gasto pelo governo.