Sem a mesma regularidade no time titular de outros tempos, atacante já se
vê em outro clube na próxima temporada. Falta ‘só’ convencer os dirigentes
Luis Fabiano caminha para vestir a camisa de outro clube a partir da próxima temporada (Foto: Reuters)
Notório por ser pouco flexível quando o assunto é transferências, o Sevilla pode ser “obrigado” a mudar sua política interna no próximo mercado de verão europeu. Jogador mais assediado do clube nos últimos tempos, o atacante Luis Fabiano já admite sinais de insatisfação e se vê atuando em outro país. O futebol brasileiro é uma hipótese, embora o jogador tenha de multiplicar os esforços para convencer os dirigentes. Certo, mesmo, é que os dias estão contados na Andaluzia.
– Vou sentar, conversar, e ver o que é melhor para ambas as partes, pois o meu ciclo no Sevilla está no fim – disse, em entrevista exclusiva ao GLOBOESPORTE.COM.
Apesar de ter alcançado recentemente a marca de 100 gols com a camisa do Sevilla - atualmente soma 105 em 224 jogos -, Fabuloso experimentou o banco de reservas mais do que o habitual nesta temporada. Das 29 partidas até então, sete foram entrando no decorrer. Fora as que sequer foi relacionado.
Com o contrato renovado até junho de 2013, o artilheiro viu o clube rejeitar todas as propostas de compra de direitos em janeiro. Tentativas de empréstimo sequer foram ouvidas.
– É muito complicado – resumiu.
Confira abaixo os principais trechos da entrevista:
GLOBOESPORTE.COM: O que aconteceu nos últimos meses? Você jogou muito menos do que jogava, frequentou o banco mais vezes, teve problemas com a renovação de contrato...
LUIS FABIANO: Realmente esses últimos meses foram complicados, muita especulação, tive uma lesão, também fiquei mais no banco de reservas... É a maneira do treinador que chegou agora (Gregorio Manzano) e trabalha desse jeito. Cheguei a ficar quarto jogos seguidos sem atuar, mas tenho que aceitar e aproveitar todas as oportunidades. Não faço grande temporada, mas estou feliz com meus números (12 gols em 29 jogos).
Luis Fabiano comemora um de seus 105 gols em 224 jogos com a camisa do Sevilla (Foto: EFE)
Então por qual motivo não quiseram te vender?
Todas as decisões que foram tomadas por conta de qualquer proposta foram do clube. O Sevilla não aceitou negociar. Existe um ciclo e obviamente não é o momento de conversar sobre isso, estamos no meio da temporada, mas com certeza depois que acabar o campeonato a gente vai sentar e ver o que é melhor para ambas as partes, pois o meu ciclo está no Sevilla está no fim. Aqui eu já ganhei até aquilo que nunca pensei que ganharia. Foram duas Copas da Uefa, duas Copas do Rei, Supercopa da Europa, e muitas coisas durante esses seis anos. Estou realmente realizado aqui. Reforço que todas as decisões foram do clube.
Quais foram os clubes que realmente se interessaram aqui no Brasil?
Tive propostas do Corinthians, do Santos, do Internacional, alguns de compra, outras por empréstimo. O Sevilla já não aceita conversar para uma eventual venda, empréstimo então nem quer ouvir. É muito complicado.
Confira a classificação atualizada e a tabela de jogos do Campeonato Espanhol
A sua renovação de contrato aconteceu mais no sentido de facilitar uma transferência?
Renovei primeiro porque a multa abaixaria e depois porque, naquele momento, eu achava que a melhor possibilidade era ficar mesmo. Tinha que ajudar o clube de alguma maneira. Se eu ficasse livre todo mundo perderia, pois um grupo de investidores que detém 75% dos meus direitos conversou comigo e me explicou. Por isso que renovei.
A convocação de Julio César foi uma indicação de que os “veteranos” da última Copa ainda podem jogar pela Seleção. Você se sente enquadrado nesse grupo?
Eu sempre vou pensar nessa possibilidade. Acredito que possa ajudar a Seleção e vou lutar para isso, mas quem decide é o Mano. Estou correndo por fora e esperando a oportunidade para poder repetir tudo o que vinha fazendo com a amarelinha. Saí da Copa sem o título infelizmente, mas de cabeça erguida.
FONTE: GLOBO