Monitorado contra o Flamengo para avaliação depois de sofrer uma arritmia cardíaca, técnico se compara ao Rei Ricardo Coração de Leão
Por Thales Soares
Rio de Janeiro
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Todos os olhos estavam voltados para Oswaldo de Oliveira no clássico com o Flamengo, neste domingo. O técnico do Botafogo havia sofrido uma arritmia cardíaca na derrota para o Grêmio há uma semana e, com isso, sequer viajou para Recife, onde o time venceu o Náutico. No banco de reservas para comandar seus jogadores em um confronto recheado de rivalidade, ele passou com louvor, sendo monitorado pelos médicos do clube (veja o vídeo com os melhores momentos do clássico).
A vitória por 2 a 1 sobre o Fla, de virada, e a pressão do rival em busca do empate ajudaram a provar que seu coração está em dia. Oswaldo saiu de campo satisfeito e usou o apelido do Rei Ricardo I, da Inglaterra, para criar o seu.
- Assim como Ricardo Coração de Leão, foi Oswaldo Coração do Fogão - disse Oswaldo, que revelou a emoção com as várias mensagens recebidas de companheiros de profissão, garantindo que não pensa em se aposentar tão cedo.
Ainda confiante na possibilidade de o Botafogo, atual vice-líder do Campeonato Brasileiro, brigar pelo título, apesar da vantagem de dez pontos do Cruzeiro na liderança, Oswaldo elogiou o desempenho de Gegê, lembrou a trajetória de Rafael Marques e a recuperação de Seedorf. Agora, o time se prepara para enfrentar o Vitória, em Salvador, na quinta-feira.
Confira a íntegra da entrevista coletiva de Oswaldo de Oliveira depois do clássico:
Estilo Botafogo
"Não é previsão, mas é uma constatação. Falamos aqui quando perdemos os jogos seguidos para Cruzeiro, Bahia e Ponte Preta, empate com o Fluminense e a derrota para o Grêmio, acho que o Botafogo em todas essas partidas cometeu falhas, mas se impôs com seu estilo. Errou, mas da forma que nosso time joga voltaríamos a vencer. Essa era minha expectativa e estava otimista. O que aconteceu comigo contra o Grêmio foi porque tinha a sensação de que daríamos a volta por cima naquele dia e me decepcionou muito. Sou muito apaixonado pelo que eu faço. Se não tivesse coração forte que eu tenho, não é de atleta, mas de quem faz atividade física, naquele dia teria acontecido algo pior. Às vezes, a carroceria não aguenta. A emoção foi forte demais. Fiquei muito triste por não termos vencido. Esse encadeamento das coisas, com a volta das vitórias, recoloca o Botafogo na posição que tem tido em toda a temporada. Alguns adversários nos venceram e provavelmente ainda vai experimentar outras derrotas, mas sempre com muita dificuldade. Tendo que se desdobrar para conter a nossa equipe".
Gegê
"Fiquei muito feliz. O Gegê trabalha com a gente desde o ano passado. A entrada dele não poderia acontecer imediatamente como foi com outros. Ele precisaria se encaixar e levaria um pouco mais de tempo até aparecerem as oportunidades.. Ele jogou com a gente no Carioca, agora no Brasileiro. Tem acontecido essa possibilidade pela ausência do Lodeiro, as saídas. A gente procura organizar a equipe de acordo com a característica do jogador que entra. Na lateral, por exemplo, o time teve que se adaptar a três jogadores no ano. Mesmo sem o treinamento, fazemos isso com informações, troca de ideias. O Gegê cumpriu exatamente o que a gente queria e foi tão fidedigno que perdeu algumas jogadas por isso. Quando apareceu na área para fazer o gol, eu tinha chamado o Luiz (Alberto, auxiliar) para comentar que o time estava precisando desse homem, que seria o Renato, Seedorf, quando o Alex abrisse. Ele apareceu muito bem. No segundo gol, participou de forma excelente. É uma formiguinha, que toca e se movimenta com a capacidade de dinamizar o jogo no meio-campo. Embora não seja driblador ou chutador, passa bem e se movimenta. Ele fez a jogada certinha. Quem acompanha os treinamentos, sabe como trabalhamos esse cruzamento entre o goleiro e a defesa. Se fosse dar uma nota a ele, seria 10".