Atacante brasileiro utiliza uma metáfora do pai para superar insinuações de “cai-cai” da imprensa europeia e afirma que quanto mais apanha mais gosta de jogar futebol
Por Márcio Iannacca e Tino Marcos
Barcelona, Espanha
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- Às vezes, nós achamos que somos normais. Sentimos falta de sair. Já pensei até em usar peruca.
Mas não. Neymar não é uma pessoa normal. É a referência da seleção brasileira de Luiz Felipe Scolari que vai disputar a Copa do Mundo no Brasil. Concentrado com o grupo em Goiânia, para o amistoso desta terça-feira, às 16h (de Brasília), contra o Panamá, no Serra Dourada, também é o jogador mais assediado da equipe. Seja para uma foto ou um autógrafo. Mas não foi fácil. Até vestir a 10 canarinha, passou por muita coisa. Foi chamado de "cai-cai" pela imprensa europeia, um autêntico cavador de faltas. Situação que tem explicação metafórica.
Neymar com a torcida no treino da Seleção: jogador é sempre muito assediado (Foto: Rafael Ribeiro / CBF)
- O meu pai sempre disse que um graveto apoiado se quebra facilmente. Se você jogar o graveto pro alto e dar um tapa com muita força vai ser mais difícil de quebrar. Tem tudo a ver com o jogador de futebol. Se você estiver apoiado e o adversário te der uma pancada, é mais fácil de você se machucar gravemente. Se você estiver um pouco levantado, é mais difícil de machucar.
SAIBA MAIS
E as pancadas o motivam ainda mais. Incentivam-no a ser simplesmente "Neymar Júnior".
- Não tem segredo para isso ou coisa específica. Sou um cara protegido, graças a Deus. Esse é o meu futebol. É o que eu faço. Não tenho medo de jogar, de me machucar. Eles começam a bater e me dá mais vontade de jogar bola.
E foi assim que chegou ao Barcelona. Que chamou a atenção dos catalães, que investiram mais de R$ 150 milhões em sua contratação. A ida para a equipe espanhola era um sonho, e Neymar nunca escondeu de ninguém. Nem os valores mais altos oferecidos pelo Real Madrid o fizeram mudar de opinião.
- Claro que eu pensava (nos valores oferecidos pelo Real), mas não conseguia me ver com outra camisa que não fosse a do Barcelona. Era um sonho jogar lá. O coração falou mais alto. É a magia dos jogadores, desse lugar, de jogar com os jogadores que estão aqui hoje. Foram essas coisas boas que foram encaixando.
Em Barcelona, a fama extrapolou a fronteira. Saiu do Brasil e invadiu o mundo. A febre Neymar virou mania. E o jogador até gosta do que vê pelas ruas.
- Ao ser ídolo, você atrai as pessoas, e elas querem se vestir como você. Olho o guarda-roupa e escolho. Já fui pro treino todo colorido para brincar. O jeito de me vestir é espontâneo. Sou extrovertido, feliz, amigo, gente boa...
Alegria é uma das marcas registradas do camisa 10 da seleção brasileira (Foto: Getty Images)
FONTE; GLOBO