Argentino é mais um que vai tentar resolver carência do ataque alviverde. Um camisa 9 é pedido do técnico desde que assumiu o comando do time
Por Diego Ribeiro
São Paulo
A obsessão de Luiz Felipe Scolari por um centroavante é notória desde que o técnico assumiu o comando do Palmeiras, em julho de 2010. Mas, desde então, Felipão ainda não havia encontrado um nome ideal para vestir a camisa 9 e assumir a responsabilidade de homem-gol da equipe. A chegada do argentino Hernán Barcos dá novo ânimo ao comandante, que já usou oito nomes diferentes na função e não se satisfez com nenhum.
O que mais chegou próximo de ser o centroavante desejado pelo técnico foi justamente um jogador que saiu do clube às turras com Felipão. Kleber foi utilizado como referência na área na maioria de seus jogos pelo Verdão, mesmo não tendo todas as características de um “trombador”, estilo preferido do comandante para aquela função. Para Luiz Felipe Scolari, Kleber era tão centroavante que outros nomes mais adequados para a posição foram deixados de lado. Em 73 jogos sob o comando do técnico, o Gladiador fez 27 gols.
Um dos renegados foi Wellington Paulista, contratado em abril do ano passado. O atacante chegou para ser o artilheiro do Verdão, mas deixou o clube depois de dez jogos sem gols. Em poucos deles o atacante pôde se posicionar dentro da área, já que entrava em campo com a função de ponta pela direita.
– Para utilizar o Wellington como centroavante eu teria de mudar o esquema, usar dois centroavantes. E eu já tenho o Kleber – declarou Felipão, na época da saída do atacante.
Os centroavantes de Felipão | |
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Nome | Jogos (gols) |
Kleber | 73 (27) |
Dinei | 35 (4) |
Vinícius | 23 (1) |
Tadeu | 20 (3) |
Fernandão | 20 (2) |
Ricardo Bueno | 16 (2) |
W. Paulista | 10 (0) |
Miguel | 3 (0) |
Mas em 2010, Felipão utilizou o esquema com dois homens de área. Na época, o parceiro de Kleber era Dinei, que nunca caiu nas graças da torcida e fez apenas quatro gols em sua passagem pelo Palmeiras, encerrada em dezembro do ano passado. Problemas com lesões impediram uma sequência maior do centroavante, um dos preferidos do técnico. Outro que teve chances naquele ano foi Tadeu, que chegou a ser herói em um jogo da Copa Sul-Americana contra o Vitória, mas caiu no esquecimento.
Em 2011, o pedido por um centroavante seguiu firme por parte de Luiz Felipe Scolari. Além de Wellington Paulista, o garoto Miguel e os desacreditados Fernandão e Ricardo Bueno foram testados. Os dois últimos ainda fazem parte do elenco e têm contrato vencendo em maio – nenhum deve permanecer. Enquanto Hernán Barcos não estreia, é Bueno quem tem a função de fazer gols. É ele, inclusive, o atual dono da camisa 9.
Mas assim que estiver em forma, o argentino será a esperança da vez para o ataque. E na era Felipão, Barcos é a contratação mais comemorada para o setor. Os 53 gols em 92 partidas pela LDU funcionam como um bom cartão de visitas.
– É muito bom atacante, pedido meu. Experiente, artilheiro de Sul-Americana, Libertadores... Vamos ver se vai dar certo a negociação, pode ser, como pode não ser – disse Felipão na semana passada.
Deu certo, pelo menos no papel. Agora, o técnico espera que a busca por um artilheiro tenha se encerrado.
fonte: globo