quarta-feira, 5 de junho de 2013

L!Net desvenda segredos do Shakhtar Donetsk, 'lar' dos brasileiros na Europa

Clube ucraniano, que já tem 10 brazucas em seu elenco, está perto de contratar duas joias do futebol brasileiro: Fernando, do Grêmio, e Wellington Nem, do Fluminense


Pagode do Shakhtar Donetsk (Foto: Divulgação)
Nos últimos oito anos, nada menos que 14 brasileiros passaram por lá. Atualmente, o elenco do Shakhtar Donetsk conta com 10 brazucas, entre o lateral Ismaily e o atacante Luiz Adriano, passando por Eduardo da Silva, naturalizado croata. E como se não bastasse, o clube ucraniano quer levar mais duas joias para o Leste Europeu: Fernando, do Grêmio e da Seleção, e Wellington Nem, do Fluminense.

Se antes ir para o futebol ucraniano era dar um salto no desconhecido para jovens brasileiros, hoje já não é mais assim. Com um técnico que fala português (Mircea Lucescu é apaixonado pelo futebol brasileiro, o que ajuda a explicar o excesso de brazucas no time), diversos compatriotas e uma estrutura pronta para ajudar na difícil adaptação à Ucrânia, jogar no Shakhtar é garantia de, antes de mais nada, títulos e reconhecimento.

E MAIS:


Primeiro a estrutura: além do lendário Donbass Arena, um dos estádios da Eurocopa de 2012, há um Centro de Treinamento de última geração, com nove campos em tamanho natural, incluindo um com gramado artificial, para treinos no inverno rigoroso, e três com aquecimento subterrâneo. O complexo também inclui piscinas, salas de fisioterapia e, pasmem, um cinema! Tudo para fazer os jogadores - e principalmente os estrangeiros - se sentirem em casa.
Donbass Arena é a casa de mais de 50 mil torcedores do Shakhtar Donetsk (Foto: Divulgação)
Tetracampeão ucraniano e campeão da Liga Europa em 2009 (quando ainda se chamava Copa da Uefa), o clube foi a sensação da última temporada europeia - eliminando o então campeão europeu Chelsea na fase de grupos, antes de sair para o eventual vice-campeão Borussia Dortmund nas oitavas de final.

A campanha "divulgou" os talentos de nomes como Fernandinho (ex-Atlético-PR e cobiçado por Chelsea e Manchester City), Douglas Costa (voltou a ser cobiçado pelo Manchester United) e Alex Teixeira (ex-Vasco, que despertou interesse da Juventus), provando que jogar na Ucrânia não é mais "se esconder" e sim uma vitrine para centros maiores na Europa.
Douglas Costa despertou recentemente interesse do Manchester United (Foto: Sergei Supinsky/AFP)
Além deles, Luiz Adriano e Taison (ambos começaram no Inter), Ilsinho (ex-São Paulo), Alan Patrick (ex-Santos) e Maicon (surgiu no Flamengo), sem contar com os já mencionados Ismaily e Eduardo, estão prontos para receber Nem e Fernando.

NEM TUDO SÃO FLORES
Apesar de todos os prós de ir para a Ucrânia, um ex-jogador brasileiro do clube tem muito a reclamar do Shakhtar. Matuzalém, atualmente na Lazio, precisou ir à Justiça comum para se desvincular do time e ir para o Zaragoza. Ele foi processado pela equipe de Donetsk por quebra unilateral de contrato e foi à Justiça suíça pois a Fifa e o CAS (Corte Arbitral do Esporte) deram ganho de causa ao Shakhtar, proibindo Matuzalém de jogar.

Em entrevista ao LANCE!Net no ano passado, o brasileiro detalhou as dificuldades para sair da Ucrânia e acha que o Shakhtar tentou impedí-lo de jogar por vingança:

 - Assinei com eles em 2004 por cinco anos, com a promessa de que, após três, eu seria liberado com proposta. Não aconteceu. Queriam me segurar. Quebraram a promessa. Queria jogar em uma liga maior, criar meus filhos em um lugar com mais opções de educação. Eles são milionários lá. Não precisam de dinheiro. Creio que eles se motivaram por vingança, já que eu decidi sair.



FONTE: LANCE