segunda-feira, 12 de agosto de 2013

‘Lenda viva’, Usain Bolt está perto de superar Carl Lewis e Michael Johnson

Após o ouro nos 100m em Moscou, jamaicano tem grandes chances de se tornar o maior medalhista da história dos Mundiais, ultrapassando americanos

Por Marcos Guerra
Direto de Moscou
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Todos os olhos no estádio Luzhniki se voltam para Usain Bolt. Câmeras tentam captar os breves segundos de ação do jamaicano, imitado e adorado pelos fãs. O reinado do velocista é tão absoluto que ele mesmo costuma se chamar de lenda viva, um colecionador de títulos e recordes. Com a conquista do ouro dos 100m rasos de Moscou, neste domingo, o astro do atletismo caminha a passos largos para ratificar esse status, virar o atleta número 1 em Mundiais e superar os americanos Carl Lewis e Michael Johnson.
Caso fature os títulos nas outras provas que disputa em Moscou, o Raio será o maior medalhista da história dos mundiais. Serão oito ouros e duas pratas que o farão pular de terceiro para primeiro nesse ranking, ultrapassando as lendas americanas.
- Quero ser um dos grandes do esporte, como Pelé, Muhammad Ali e Michael Jordan. Esse é meu objetivo. Por isso quero continuar ganhando títulos - disse o jamaicano, depois de recuperar a coroa dos 100m rasos.
Atletismo 1995 Carl Lewis (Foto: Getty Images)
Desafeto de Bolt, Carl Lewis é o maior medalhista em
mundiais: com oito ouros (Foto: Getty Images)
O atual número 1 é Carl Lewis, com oito ouros, uma prata e um bronze. O americano, que dominou os 100m rasos e o salto em distância da década de 1980, é desafeto de Bolt. O Raio não engoliu as insinuações de Lewis de que os velocistas jamaicanos correm dopados. O americano é seguido no ranking pelo compatriota Michael Johnson, com oito ouros, metade deles nos 400m rasos da década de 1990.
O primeiro passo para ser o maior medalhista da história dos Mundiais já foi dado por Bolt. Era justamente o mais difícil dos três. A prova mais rápida do atletismo era apontada como a única em que o favorito Bolt poderia ser derrotado. Mesmo sem os rivais Yohan Blake, lesionado, e Tyson Gay e Asafa Powell, afastados por doping, o jamaicano ainda tinha um concorrente de peso. O americano Justin Gatlin já o havia derrotado em uma etapa da Diamond League este ano, mas ficou para trás e se contentou com a prata.
Nos 200m rasos, Bolt é soberano há cinco anos. O compatriota Warren Weir promete incomodá-lo, mas será uma surpresa se o Raio não levar mais um ouro. A confiança dele para essa disputa é tão grande que ele sonha quebrar o próprio recorde de 19s19 em Moscou, e até em ser o primeiro homem a correr a distância abaixo dos 19 segundos.
Michael Johnson e Usain Bolt com o Premio Laureus (Foto: Getty Images)Michael Johnson e Bolt com o prêmio Laureus: americano pode ser superado em Moscou (Foto: Getty Images)
- Eu não me coloco em pressão, sei o que quero, é o mesmo que todo mundo quer. Eu vou lá para competir e dar meu melhor - disse Bolt, que disputa as eliminatórias dos 200m na próxima sexta-feira, às 12h40m (de Brasília).
O ouro no revezamento 4x100m é ainda mais provável, quase que certo. Os jamaicanos provaram que estão em grande fase ao colocar quatro velocistas na final dos 100m. Apenas Justin Gatlin se meteu entre eles, arrancando uma segunda colocação. Assim, apenas um erro grave na passagem do bastão pode tirar o título das mãos de Bolt. Se tudo se confirmar, o Raio será o maior.
FONTE: GLOBO