Saga que culminou com entrega de objeto religioso ao goleiro atleticano teve em seu capítulo inicial ‘rasteira’ em cambista na porta do Mineirão
Uma semana depois, o goleiro Victorconseguiu realizar sua vontade. Com a ajuda do GLOBOESPORTE.COM, ele recuperou o terço da final diante do Olimpia e, em seguida, iniciou campanha para encontrar o dono original do artigo religioso. Para alegria do camisa 1, Diego Fernandez foi localizado e provou ser mesmo o benfeitor do início da madrugada do dia 25 de julho de 2013.
- Houve a história de que na hora em que saí para comemorar, o terço ficou dentro do gol e só encontrei através de um repórter. Ele me entregou e depois fizemos a campanha para encontrar o torcedor. Depois do jogo contra o Atlético-PR, ele apareceu e se identificou como ex-proprietário do terço, contou o goleiro.
O ex-proprietário é Diego Fernandez, atleticano fanático e católico fervoroso. No Independência, ele trocou rápidas palavras com o goleiro, conseguiu provar que era mesmo o antigo dono do terço, mas não teve muito tempo para conversar com o herói atleticano. Porém, Victor fez questão de dedicar mais tempo ao torcedor, que ganhou acesso à Cidade do Galo nessa quinta-feira.
- Corri atrás, entrei no Independência e falei com o pessoal do Atlético-MG que era eu. Eles disseram que dois já tinham falado o mesmo. Aí eu disse que havia uma coisa no terço que só eu saberia o que era. Chamei o segurança, contei, e ele foi falar com o Victor. O que tem no terço é o resto da etiqueta com o preço. Eu arranquei, mas ficou só o papel com a cola, sujo. Graças a Deus está aí e agora esse terço vai para o Mundial, contou Diego.
Ao saber da história, Victor não perdeu a chance de brincar com o torcedor.
- Ainda bem que ele conseguiu tirar o preço, porque presente não se pode dar com ele. É legal, agradeço pelo carinho e tudo que for para ajudar é válido. Espero que este terço nos abençoe no Mundial, em dezembro.
História de Diego começou bem antes
Até poucas horas antes da decisão, Diego não tinha ingresso para entrar no Mineirão. Os bilhetes já estavam esgotados e somente os cambistas comercializavam as entradas no mercado negro. O torcedor conta que chegou mais cedo ao estádio, por volta das 17h30m, e se deparou com um desses vendedores clandestinos.
- É até caso de rir. Fui para o Mineirão por volta das 17h30m com um colega e lá não tinha ingresso, só o mais caro com o cambista. Perguntei o preço, e o que custava R$ 500 (na bilheteria) ele estava vendendo por R$ 1.000. Cocei a cabeça, tirei do bolso um celular “ching-ling” e falei que valia R$ 1.500. Pedi para trocar, ele aceitou, me deu o ingresso, sai correndo e entrei para o Mineirão rapidinho. O que ele não sabia era que o celular custava cerca R$ 100, contou às gargalhadas.
Atento ao “causo” do torcedor, Victor não perdeu a chance de brincar mais uma vez.
- Tem que ser muito malandro, muito ninja, para conseguir enganar um cambista. Você fez um negócio realmente da China, e lucrou R$ 400 do preço do ingresso mais caro da final.
- Tem que ser ninja, mas vale qualquer coisa para ver o Galo. Além disso, os cambistas exploram todo mundo, e é bom eles se darem mal de vez em quando também, rebateu Diego.
Orgulhoso, o torcedor mostrou o valioso canhoto e garantiu que será uma relíquia que guardará para o resto da vida, assim como Victor ficará com o tercinho da sorte.
- Vou plastificar esse ingresso para provar sempre que fui lá e vi o Atlético ser campeão. Por causa dele fiquei perto do túnel e consegui entregar o terço.
O goleiro garantiu que um espaço na mala já está reservado para o objeto e mais uma vez agradeceu todo o esforço de Diego.
- Interessante essa história, agradeço o esforço e o carinho do torcedor. Como é pequeno, este terço estará na minha bagagem para o mundial no Marrocos e espero que dê sorte novamente. Fico feliz por poder agradecer pessoalmente.
fonte: globo
