segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Liderado por Cielo, Brasil se despede de Roma após fazer história dentro d’água


Delegação ganha dois ouros, uma prata e um bronze no Mundial de 2009
Lydia Gismondi Direto de Roma

A delegação brasileira embarcou para Roma levando na bagagem muita expectativa. Agora, volta com uma campanha histórica. Liderado por César Cielo, que ganhou dois ouros na piscina do Foro Itálico, o país deixa o Mundial de Esportes Aquáticos com quatro medalhas e a certeza de que as braçadas estão no caminho certo. Além de Cielo, que deu show nos 100m - com direito a recorde mundial - e depois nos 50m, Felipe França ganhou a prata nos 50m peito. Em mar aberto, Poliana Okimoto ficou com o bronze na maratona aquática.


César Cielo, Felipe França e Poliana Okimoto voltam do Mundial de Roma com medalhas na bagagem
- O primeiro impacto chama-se credibilidade. Você fala que vai fazer e tem que fazer. Com certeza, os desafios vão ser muito maiores daqui para frente. Ótimo, é saudável. Só espero que a gente tenha condições para isso, neste momento histórico da natação brasileira. Afinal, nenhum esporte cresceu tanto no último ciclo olímpico – avaliou Ricardo de Moura, supervisor técnico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos.

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O Brasil foi a Roma com sua maior delegação de todos os tempos: 76 atletas nas cinco modalidades, 28 apenas na natação. Foi a oitava maior equipe dos 138 países participantes do Mundial. Como cerejas do bolo, Cielo carregava o ouro olímpico nos 50m livre, e Felipe era o recordista mundial dos 50m peito. Os atletas brasileiros tinham um status jamais visto. E nas águas da Itália, esta fama só fez crescer. O Brasil conseguiu feitos importantes nas cinco modalidades. Mas foi na natação que o país de fato brilhou, terminando em 8º na classificação geral – em 2007, tinha ficado em 17º.


César Cielo tornou-se um dos principais nomes da competição, ao lado do americano Michael Phelps, da italiana Federica Pellegrini e da alemã Britta Steffen. O brasileiro encantou o mundo com suas duas medalhas de ouro e o recorde mundial nos 100m livre. Suas lágrimas no pódio ao ouvir o Hino Nacional correram o planeta e formaram uma das imagens mais marcantes da modalidade em 2009. – Nos últimos dois anos eu realizei muitos sonhos que tinha na carreira. Mas estou saindo deste campeonato com uma cabeça diferente. Não estou desesperado por férias. Daqui a pouco estou de volta para começar tudo de novo – avisou Cielo, com o nome inscrito na elite.


O brasileiro César Cielo deixou os adversários para trás nos 100m e nos 50m livre
Felipe França perdeu o título de recordista mundial, mas saiu orgulhoso de sua prata nos 50m peito. No pódio, chorou mais que Cielo e chegou a se ajoelhar ao receber a medalha. A delegação verde-amarela também surpreendeu no número de finais que disputou: 18 ao todo. Os brasileiros ainda bateram 32 recordes sul-americanos, nove do campeonato e a marca mundial de Cielo (46s91 nos 100m livre).


Thiago Pereira, Gabriella Silva, Gabriel Mangabeira, Nicolas Oliveira, Henrique Barbosa, Daynara de Paula, Fabíola Molina e Kaio Márcio também lutaram por um lugar no pódio.


Poliana Okimoto abriu caminho para as conquistas brasileiras no Mundial de Roma
- Eu achei que a gente fosse chegar a bastantes finais. Mas em algumas houve uma superação muito grande. É o caso de Nicolas, da Daynara e da Fabíola. As medalhas eram exatamente as que a gente esperava - afirmou Ricardo de Moura. Antes de a natação começar, Poliana Okimoto já tinha colocado o Brasil no pódio. Ela abriu caminho para as outras conquistas e garantiu o bronze nos 5km da maratona aquática.


No nado sincronizado, o país garantiu o maior número de finais de sua história em Mundiais. Foi à decisão de solo técnico, nas provas técnica e livre de dueto e conjunto, e ainda na rotina livre combinada. Nos saltos ornamentais, César Castro foi o grande destaque ao conquistar o quinto lugar na final do trampolim de 3 metros, colocação nunca antes atingida por um saltador brasileiro.


O pólo aquático feminino terminou em 13º lugar, caindo três posições em relação a Melbourne. No masculino, contudo, o 13º lugar foi visto com olhos mais otimistas, já que o país não se classificava para a competição desde 2003, em Barcelona.

fonte: globo