Até agora, poucos jogadores arrumaram as malas para o exterior
Elano é um dos seis jogadores repatriados até agora; Foto: Ivan Storti
O vaivém no mercado do futebol brasileiro esquenta a cada dia. Mas quando se fala em negócios internacionais, o movimento ainda é pequeno. Até o momento, das 57 contratações feitas pelos times da Série A do Brasileirão, apenas seis são de jogadores que atuavamno exterior: os meio-campistas Elano (Galatasaray-TUR) e Charles (Lokomotiv-RUS, que fechou ontem), para o Santos, o também meia Bottinelli (Universidad do Católica-CHI) e o goleiro Felipe (Braga-POR), para o Flamengo, além dos atacantes Lucas (Gamba Osaka-JAP), para o Atlético-PR e Wellington (Fortuna-ALE), para o Figueirense. O volante Eduardo Costa, do Monaco-FRA, pode entrar nessa lista a qualquer momento.
Com a escassez de jogadores de ponta livres no mercado brasileiro e a abertura da janela de transferências do mercado europeu (que vai de 1 a 31 de janeiro) os clubes devem começar a se voltar para a repatriação, uma negociação que se torna cada vez mais comum.
Alguns destes jogadores estão na mira dos principais clubes do país, como Ronaldinho Gaúcho, Adriano, Marcinho, que está no Qatar SC, além do Alex do Fenerbahçe-TUR e o do Spartak-RUS.
Podem sair
Até agora, doze jogadores já deixaram o país e outros devem ser negociados para o exterior: o zagueiro Rhodolfo (do Atlético-PR para o Genoa-ITA), o atacante Zé Eduardo (do Santos para Udinese-ITA ou Werder Bremen-ALE). O zagueiro Miranda, do São Paulo também está na lista. Acumulando convocações para a Seleção, ele é cobiçado pelo Atlético de Madrid-ESP.
– Apesar do mercado fraco, sem ter muito com o que lucrar, tem o Miranda que pode sair. E só. A janela vai ter um impacto menor e o São Paulo não vai repatriar ninguém – admite o diretor de futebol do time paulista, Marco Aurélio Cunha.
CBF: venda para o exterior bate recorde em 2010
O número de jogadores brasileiros negociados para o exterior bateu um novo recorde em 2010. Pelos números oficiais da CBF, até ontem 1029 jogadores já deixaram o país. Neste ano, houve um aumento em relação a 2009 (1017), mas uma redução na comparação com 2008 (1176).
O país que contratou o mais jogadores foi Portugal, com 202 atletas.
– A facilidade com a língua e os costumes contribuem para este tipo de negociação. É comum os times das divisões de acesso de Portugal contratarem jogadores fora dos grandes centros do Brasil. E os clubes grandes possuem no jogador brasileiro um porto seguro. Caso vá bem, ele se torna interessante para o mercado europeu. Ramíres é exemplo: por R$ 17 milhões o Benfica o tirou do Cruzeiro. Um anos depois vendeu o volante para o Chelsea por R$ 50 milhões – diz Carlos Alberto Vieira, colunista do L! Por outro lado, a repatriação também é grande. Ao todo, 683 jogadores voltaram ao país em 2010. Apesar da redução em relação a 2009 (707), o número transferências é maior do que em 2008 (659).
Para o vice-presidente de futebol do Fluminense, Alcides Antunes, esse processo é resultado da busca por jogadores de alto nível.
– Os clubes se preocupam em contratar jogadores de qualidade e na Europa há mais jogadores com este perfil. Às vezes os valores são altos, mas isso é natural – considerou o cartola, que está de olho em alguns atletas que jogam no exterior.
fonte: lance
