Francês sai do banco aos 22 da etapa final, e apenas 11 minutos depois, define triunfo dos Gunners sobre Leeds: 1 a 0. Próximo rival é o Aston Villa
Por GLOBOESPORTE.COM
Londres
Não, ele não é mais o mesmo Thierry Henry de 2003/2004. Os 34 anos de idade pesam e a velocidade não é mais a mesma... Mas talento é uma daquelas coisas que o tempo não leva embora. E, nesta segunda-feira, o francês deu bela prova disso. Com a camisa 12 às costas, meias na altura do joelho, barbado, masa com a tradicional careca iluminada, ele saiu do banco de reservas e precisou somente de 11 minutos em campo para mudar a história do jogo entre Arsenal e Leeds United, pela terceira fase da Copa da Inglaterra.
Após receber ótimo passe de Song, dominou, girou e tocou na saída do arqueiro adversário para decretar a vitória dos Gunners em seu primeiro jogo após acertar um contrato de somente dois meses com o clube londrino: 1 a 0. O resultado garante o Arsenal na quarta fase da FA Cup, quando vai enfrentar o Aston Villa. Pelo Twitter, Wilshere, que desfalcou o Arsenal, mas estava no estádio, resumiu o sentimento no Emirates.
- Típico do Henry! Estou extasiado! #VoltaDoRei - escreveu.
Sem Van Persie, ataque do Arsenal sofre
O Arsenal começou melhor, mas Arshavin e Chamakh mostraram, mais uma vez, o porquê de a torcida dos Gunners pegar tanto em seus pés. Sem seu principal artilheiro na temporada, Van Persie, poupado, e Gervinho, na Copa Africana de Nações, o Arsenal acabou indo com a dupla de ataque reserva para o jogo. Era uma chance ótima de buscar uma redenção. Mas isso passou longe nos primeiros 45 minutos.
Jogando no Emirates Stadium e contra uma equipe de menor porte, o time de Arsene Wenger não tinha outra opção senão partir para o ataque desde o primeiro minuto de jogo. E foi exatamente isso o que o Arsenal fez. No entanto, sem muita organização, mais na base da vontade. Arshavin, por exemplo, foi um dos que mais buscaram jogo, mas cometeu muitos erros de passe e não conseguiu criar chances claras de gol. A única veio já aos 25 minutos, quando Ramsey arriscou de fora da área e a bola passou rente à trave do adversário.
De resto, apenas muito toque de bola e chegadas nem um pouco objetivas dos Gunners. Do outro lado, para o Leeds, a tática era bem simples: segurar o jogo o máximo possível para levá-lo para prorrogação e pênaltis. Ao total, foram 11 chutes no primeiro tempo, mas nenhum acertou o alvo. Na arquibancada, é claro, a tensão dos torcedores locais era evidente. Ainda mais sabendo que um de seus maiores ídolos de todos os tempos estava no banco de reservas louco para voltar a jogar com a camisa vermelha e branca: Thierry Henry.
Que estrela! Em sua primeira chance, Henry muda o jogo
O segundo tempo começou ainda sem Henry, mas com Chamberlain fazendo bela jogada pela ponta direita, cortando os zagueiros do Leeds e chutando com perigo. Era um sinal para a torcida dos Gunners: o Arsenal começou a criar mais oportunidades claras de gol. O problema é que a pontaria continuava ruim. Aos seis, por exemplo, Chamakh acertou cabeçada perigosa, porém, ela foi apenas mais uma finalização para fora.
A primeira bola do Arsenal que foi na direção do gol aconteceu aos oito, quando Arteta chutou colocado no canto esquerdo e o goleiro defendeu. Pouco depois, Arshavin fez lance individual, entrou na área e chutou forte pra fora. A bola não entrava, mas a pressão assustou o Leeds, que começou a errar e possibilitou nova boa chance para o Arsenal, aos 12, quando Ramsey encontrou Chamberlain livre e ele cruzou errado para Chamackh. A sucessão de gols perdidos, então, fez com que Arsene Wenger mudasse o time.
Aos 22 minutos do segundo tempo, enfim, ele foi a campo. Ovacionado pela torcida, Thierry Henry entrou no lugar de Chamakh. Com ele, também entrou Theo Walcott, substituindo Chamberlain. E o francês não precisou de muito tempo para mudar o jogo. Aos 33, ele recebeu sua primeira bola em condições de marcar, com um passe primoroso de Song. O resultado? Arsenal 1 a 0. Recebeu na área, dominou e deu um tapa na bola no canto, sem chances para o goleiro.
A partir de então, tudo virou festa. O jogo estava decidido, o Arsenal classificado e Henry, mais uma vez, consagrado. C'est magnifique!
fonte: globo