terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Árbitro nega acusação de injúria racial: "Vou até o fim para mostrar a verdade"

Ronei Cândido Alves nega ter ofendido jogador Júnior Paraíba, da URT, e diz que não pediu que Boletim de Ocorrência não fosse registrado

Por 
Patos de Minas, MG
Árbitro Ronei Cândido Alves (Foto: Divulgação/FMF)
Árbitro nega acusação de jogador da URT
(Foto: Divulgação/FMF)
O árbitro Ronei Cândido Alves se pronunciou nesta segunda-feira sobre a acusação do meia Júnior Paraíba, da URT, de injúria racial. Em entrevista por telefone, o árbitro negou a acusação de que teria chamado o atleta de "macaco" e que teria pedido para o jogador não registrar o Boletim de Ocorrência. Apitando partidas profissionais da Federação Mineira de Futebol (FMF) desde 2008, Ronei ainda afirmou que agora "vai até o fim", porque quer que os fatos sejam esclarecidos, pois uma "inverdade" pode manchar a carreira dele.
O presidente da URT, Roberto Miranda, disse que o jogador não registrou a ocorrência por ter se sensibilizado com o suposto pedido do árbitro. Júnior Paraíba não atendeu aos telefonemas do GloboEsporte.com nesta segunda-feira.
- Se você pegar as imagens do jogo, ele é advertido por uma conduta antidesportiva, coisa técnica do jogo, a linha de conduta e postura do árbitro é normal. E se você olhar para o fato de o atleta, que tem dois colegas de equipe ao lado, tivesse essas palavras proferidas por mim, a atitude não seria a de ir se posicionar na área para a cobrança da falta. Porque a pessoa que sente ofendida, ela toma outras atitudes, e essa palavra que ele diz ter ouvido, isso é crime, e o jogo se encerraria naquele momento. Ele não teria aguardado 35 minutos, e depois pedido ao presidente da equipe para nos buscar e passar essa informação - relatou o árbitro.
URT Villa Nova Júnior Paraíba árbitro Ronei Cândido racismo (Foto: Reprodução/TV Integração)Júnior Paraíba acusa árbitro Ronei Cândido de injúria racial (Foto: Reprodução/TV Integração)


Segundo o árbitro, o fato do atleta não ter registrado o Boletim de Ocorrência o deu mais forças para ir até o fim no caso.
Eu não fiz pedido de desculpas, porque não houve essa conduta perante ao atleta. E como que um atleta se sente ofendido por racismo e não faz sua parte, que é o boletim de ocorrência, para se resguardar? Isso já mostra uma inverdade nas palavras dele
Ronei Cândido Alves,
árbitro
- A partir do momento que ele se fez frente a frente com a polícia, ele se recusou a fazer a queixa. Se dizia indignado com a conduta do árbitro, mas em momento nenhum citou injúria racial. E também se faz valer em alguns sites da região do Alto Paranaíba, que eu fiz um pedido de desculpa aos prantos. Eu não fiz pedido de desculpas, porque não houve essa conduta perante ao atleta. E como que um atleta se sente ofendido por racismo e não faz sua parte, que é o boletim de ocorrência, para se resguardar? Isso já mostra uma inverdade nas palavras dele. Olha a polêmica que uma atitude impensada causou. E isso mancha a imagem de uma pessoa. Agora eu vou até o fim para mostrar a real verdade dessa situação.
A polêmica ocorreu aos 35 minutos do primeiro tempo da partida entre URT e Villa Nova, em Patos de Minas, nesse domingo. Em um lance de bola parada, Paraíba foi advertido com cartão amarelo e, no intervalo, afirmou para as rádios locais que o árbitro Ronei Cândido Alves o teria chamado de macaco. Logo após a partida, o atleta disse à diretoria da URT que não registrou o Boletim de Ocorrência, pois o árbitro teria conversado com ele e pedido para não seguir com a ocorrência, citando o aspecto familiar.
URT Villa Nova Júnior Paraíba árbitro Ronei Cândido racismo (Foto: Reprodução/TV Integração)Cartão amarelo aplicado no primeiro tempo teria dado início a discussão entre atleta e árbitro
(Foto: Reprodução/TV Integração)
FONTE: GLOBO