segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Sem jogar, 'craque' deu milhões a Manchester City e Barcelona

GETTY
Ferran Soriano (centro) tem comandado o sucesso do Manchester City
Ferran Soriano (centro) tem comandado o sucesso do Manchester City
O Barcelona é conhecido pelas suas glórias e tradição na revelação de craques. Já o Manchester City tenta se estabelecer como um dos grandes clubes com um alto gasto em contratações. Apesar de perfis diferentes, as duas equipes têm em comum alguém que trouxe muito dinheiro e sucesso para ambas sem nunca ter pisado no gramado. Esta pessoa atende pelo nome de Ferran Soriano.
"Com mais de 20 anos de experiência em dez países, nas indústrias de bens de consumo, telecomunicações, aviação e futebol", como descreve o próprio site do Manchester City, no qual é diretor executivo, o dirigente de 47 anos é tido como um modelo dentro de sua área no esporte.
Homem de negócio de sucesso em diferentes áreas, ele se destacaria no futebol a partir de 2003, quando Joan Laporta foi eleito o presidente do Barcelona e o nomeou como vice de finanças. Naquele momento, o time não vencia o Espanhol havia quatro anos e tinha uma receita de 169,9 milhões de euros, a sétima maior da Europa, segundo o estudo Football Money League, da consultoria Deloitte.
O dirigente ficaria no Barça até 2008, ano em que o clube fechou com um balanço de 308,8 milhões de euros, quase dobrando o valor e ficando atrás apenas de Real Madrid e Manchester United. O sucesso no período sob a gestão de Soriano foi refletido em campo, sendo que os catalães encerraram o jejum no Espanhol, levantaram duas taças da competição e ainda faturaram uma Uefa Champions League.
Uma das principais mentes para que o Barcelona voltasse a se estabelecer como referência no futebol europeu e mundial e colhesse ainda mais títulos após sua saída, Soriano lançou um livro em 2009 chamado "A bola não entra por acaso", em que mostra toda a ideia da gestão de um clube de futebol como uma empresa.
Após o período glorioso na Catalunha, Soriano deixou o clube em 2008 e sairia do futebol por um tempo, se tornando o presidente operacional da companhia aérea Spanair no ano seguinte.
Após o afastamento do futebol, ele assumiu como CEO do Manchester City em 2012. Assim como no Barça, sua chegada influenciou o crescimento financeiro. De 2011-12 a 2013-14, os Citizens saltaram do sétimo para o sexto lugar na lista da Football Money League e viram a receita subir de 285,6 milhões de euros para 414,4 milhões ou 45%. Nos gramados, ganharam a última edição do Inglês.
O trabalho bem feito fez, inclusive, o Barcelona se interessar em levar Soriano de volta para o clube, segundo especulações recentes.
Agora, o passado e o presente do dirigente ficarão frente a frente a partir desta terça-feira, quando Manchester City e Barcelona se enfrentarão no Etihad Stadium, em Manchester, pelo confronto de ida das oitavas de final da Uefa Champions League. A partida terá transmissão da ESPN Brasil a partir das 16h (de Brasília). A bola rola às 16h45.
Relação com o Brasil
O vasto conhecimento de gestão esportivo do espanhol já ajudou um clube brasileiro. "Em 2007, eu conversei várias vezes com pessoas ligadas ao Corinthians porque tinha um amigo que era conselheiro. Foi uma questão totalmente pessoal, não profissional. Eu fiz por amizade. Mas também não foi uma conversa de dois minutos. Eu visitei o clube alguns dias e discuti a estratégia futura deles, que optaram por adotar estratégias de clubes europeus e outras ideias novas. Eu também conversei recentemente com a diretoria do Flamengo. Eles me ligaram quando ainda concorriam à eleição", contou em entrevista à revista Época em 2013 o dirigente que fala português fluentemente.
FONTE;ESPN