quinta-feira, 1 de julho de 2010

Gols x má fase: atacantes da Fúria vivem momentos opostos na Copa

Enquanto David Villa já marcou quatro vezes e é elogiado, astro Fernando Torres encara a falta de ritmo após operação e a desconfiança da torcida

Por GLOBOESPORTE.COM Potchefstroom, África do Sul

Destaque na conquista da Fúria na Eurocopa de 2008, a dupla de ataque formada por Fernando Torres, do Liverpool, e David Villa, ex-Valência e contratado pelo Barcelona, chegou cheia de expectativas à Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Com o criativo meio-campo espanhol municiando bolas ao ataque, era esperado que ambos brilhassem no Mundial. Só que, após quatro jogos, os desempenhos deles são completamente diferentes. Enquanto um lidera a artilharia, o outro vem decepcionando jogo após jogo.

Artilheiro da Euro 2008 com quatro gols, David Villa vem justificando o porquê de ter chamado a atenção do Barcelona, que o contratou a peso de ouro ao Valência. Com boa movimentação, o jogador acertou 70% dos passes que tentou até agora no Mundial. Além disso, a pontaria está em dia: mandou 12 de seus 19 chutes no alvo e marcou quatro vezes em quatro jogos (está na liderança da lista, empatado com Higuaín e Vittek), apesar de ter perdido um pênalti - por muito pouco - na vitória contra Honduras.

Villa e Torres Espanha copa 2010Atacantes espanhóis vivem extremos no Mundial: Villa é destaque e Torres decepciona (Foto: Getty Images)

Fernando Torres, no entanto, não corresponde às expectativas até agora. O atacante do Liverpool passou por uma artroscopia para corrigir um problema no menisco do joelho direito em abril e ficou fora dos gramados até o último amistoso da Fúria antes da viagem à África do Sul, contra a Polônia, onde marcou um na goleada por 7 a 0. Na Copa, porém, ainda não brilhou e tem participado pouco das jogadas: em quatro jogos, tentou apenas 45 passes e errou 25 - mais da metade.

A parte física parece ser o maior problema de Torres. Ele ainda não participou dos 90 minutos de um jogo na Copa: saiu no segundo tempo dos jogos contra Honduras, Chile e Portugal, e entrou após o intervalo na derrota para a Suíça. Em todos eles, o atacante começou muito bem, mas decaiu rapidamente, à medida que o cansaço aumentava. Os números, por consequência, não são bons: além de estar em branco, acertou apenas dois dos 13 chutes que tentou.

No jogo contra Portugal, a questão física de Torres ficou ainda mais clara. Após começar bem, tentar chutes e sofrer um pênalti não marcado pelo árbitro Hector Baldassi, o atacante caiu bastante ainda no primeiro tempo e saiu aos 15 do segundo para a entrada de Llorente. Em pouco tempo, a Fúria melhorou, criou espaços perto da área e Villa conseguiu marcar o gol da vitória.

Só que a favor de Torres pesa seu poder decisivo. Afinal, o atacante marcou na decisão da Euro 2008 contra a Alemanha. Neste torneio, aliás, "El Niño" fez apenas dois gols: um na primeira fase e este, na final. O jornalista Delfín Melero, em seu blog no site do jornal espanhol "Marca", pede confiança no poder do artilheiro do Liverpool.

- Muitos estão criticando a falta de gols de Torres e também a perda de chances claras. Falta ritmo de jogo a ele, mas "El Niño" o recuperará. Nós, da Espanha, precisamos dele. Somos incorrigíveis. Ele merece nossa confiança. Precisamos de seu instinto de artilheiro - diz.

Confira os números de David Villa e Fernando Torres na Copa do Mundo:

Jogador Gols feitos Assistências Chutes
(no gol/total)
Faltas
cometidas/sofridas
Passes
certos/total
David Villa 4 1 12/19 - 63% 2/8 110/158 - 70%
Fernando Torres 0 0 2/13 - 15% 4/2 20/45 - 44%

fonte: globo