Enquanto David Villa já marcou quatro vezes e é elogiado, astro Fernando Torres encara a falta de ritmo após operação e a desconfiança da torcida
Destaque na conquista da Fúria na Eurocopa de 2008, a dupla de ataque formada por Fernando Torres, do Liverpool, e David Villa, ex-Valência e contratado pelo Barcelona, chegou cheia de expectativas à Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Com o criativo meio-campo espanhol municiando bolas ao ataque, era esperado que ambos brilhassem no Mundial. Só que, após quatro jogos, os desempenhos deles são completamente diferentes. Enquanto um lidera a artilharia, o outro vem decepcionando jogo após jogo.
Artilheiro da Euro 2008 com quatro gols, David Villa vem justificando o porquê de ter chamado a atenção do Barcelona, que o contratou a peso de ouro ao Valência. Com boa movimentação, o jogador acertou 70% dos passes que tentou até agora no Mundial. Além disso, a pontaria está em dia: mandou 12 de seus 19 chutes no alvo e marcou quatro vezes em quatro jogos (está na liderança da lista, empatado com Higuaín e Vittek), apesar de ter perdido um pênalti - por muito pouco - na vitória contra Honduras.
Fernando Torres, no entanto, não corresponde às expectativas até agora. O atacante do Liverpool passou por uma artroscopia para corrigir um problema no menisco do joelho direito em abril e ficou fora dos gramados até o último amistoso da Fúria antes da viagem à África do Sul, contra a Polônia, onde marcou um na goleada por 7 a 0. Na Copa, porém, ainda não brilhou e tem participado pouco das jogadas: em quatro jogos, tentou apenas 45 passes e errou 25 - mais da metade.
A parte física parece ser o maior problema de Torres. Ele ainda não participou dos 90 minutos de um jogo na Copa: saiu no segundo tempo dos jogos contra Honduras, Chile e Portugal, e entrou após o intervalo na derrota para a Suíça. Em todos eles, o atacante começou muito bem, mas decaiu rapidamente, à medida que o cansaço aumentava. Os números, por consequência, não são bons: além de estar em branco, acertou apenas dois dos 13 chutes que tentou.
No jogo contra Portugal, a questão física de Torres ficou ainda mais clara. Após começar bem, tentar chutes e sofrer um pênalti não marcado pelo árbitro Hector Baldassi, o atacante caiu bastante ainda no primeiro tempo e saiu aos 15 do segundo para a entrada de Llorente. Em pouco tempo, a Fúria melhorou, criou espaços perto da área e Villa conseguiu marcar o gol da vitória.
Só que a favor de Torres pesa seu poder decisivo. Afinal, o atacante marcou na decisão da Euro 2008 contra a Alemanha. Neste torneio, aliás, "El Niño" fez apenas dois gols: um na primeira fase e este, na final. O jornalista Delfín Melero, em seu blog no site do jornal espanhol "Marca", pede confiança no poder do artilheiro do Liverpool.
- Muitos estão criticando a falta de gols de Torres e também a perda de chances claras. Falta ritmo de jogo a ele, mas "El Niño" o recuperará. Nós, da Espanha, precisamos dele. Somos incorrigíveis. Ele merece nossa confiança. Precisamos de seu instinto de artilheiro - diz.
Confira os números de David Villa e Fernando Torres na Copa do Mundo:
Jogador | Gols feitos | Assistências | Chutes (no gol/total) | Faltas cometidas/sofridas | Passes certos/total |
---|---|---|---|---|---|
David Villa | 4 | 1 | 12/19 - 63% | 2/8 | 110/158 - 70% |
Fernando Torres | 0 | 0 | 2/13 - 15% | 4/2 | 20/45 - 44% |
fonte: globo